Sunday, September 26, 2021

O Circo Antisemita de Durban está de Volta! 26/09/2021

 

Quando a ONU anunciou em 1997 que estava organizando uma Conferência Mundial Contra o Racismo em Durban na África do Sul que iria acontecer em 2001, houve muito entusiasmo, incluindo entre as organizações judaicas e em Israel. Finalmente haveria uma oportunidade de reunir representantes do mundo inteiro, especialmente do mundo muçulmano, e discutir o antissemitismo.

Os encontros regionais preparatórios realizados na França, Chile e Senegal foram muito produtivos focando no racismo contemporâneo. Os relatórios da França e Chile explicitamente condenaram o antissemitismo. No entanto, no encontro regional em Teerã tudo começou a desmoronar.

Organizações judaicas e representantes de Israel que quiseram participar foram completamente barrados, o Irã abertamente dizendo que não admitiria israelenses ou judeus (e isso era o fórum da ONU sobre racismo!). O Irã focou exclusivamente sobre Israel, distribuindo cartoons horríveis de homens gordos com nariz curvo matando crianças palestinas, além dos Protocolos dos Sábios de Sião, um trabalho completamente falso publicado na Rússia em 1905, um plágio da obra de Maurice Joly – o Diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu   de 1864, e que nunca mencionou os judeus - que tem o único propósito promover o ódio aos judeus.

Inesperadamente, o relatório unificado final produzido quando as quatro regiões se reuniram em maio e junho de 2001 se desviou completamente do seu propósito. Enquanto terroristas palestinos, homens-bomba, se explodiam quase diariamente no meio de civis em Israel, a ONU publicava um documento vergonhoso digno dos propagandistas nazistas mais antissemitas dos anos 30. O documento chamou Israel um “estado apartheid racista”, culpado de “genocídio”. O relatório teve que reconstruir as definições das palavras “genocídio”, “limpeza étnica” e “crimes contra a humanidade” para descrever a política de assentamento de Israel. Os líderes das maiores ONGs dedicadas aos direitos humanos como a Human Rights Watch, o Comitê de Advogados por Direitos Humanos e a Anistia Internacional, não ofereceram qualquer apoio. Nenhuma palavra sobre os ataques terroristas palestinos que só naquele ano, até junho, haviam custado a vida de 43 civis inocentes e ferido centenas.

Em setembro a Conferência aconteceu. E foi um festival de mostras antissemitas nunca vistas desde a Segunda Guerra. Além dos cartoons horrendos, a distribuição de propaganda antissemita, posters chegaram a ser distribuídos com a foto de Hitler perguntando “e se eu tivesse ganho a guerra?”, respondendo que Israel não teria sido criada e o sangue palestino não teria sido derramado.

As minorias que tinham gastado seu último tostão para chegar até Durban, viram suas esperanças de terem suas vozes ouvidas, irem para o lixo. A delegação de estados africanos ficou frustrada pelo monopólio dos debates sobre Israel, enquanto ela tentava obter um espaço para falar sobre a discriminação de negros em países muçulmanos.

Logo que Yasser Arafat acabou seu discurso acusando Israel de querer fazer um genocídio de palestinos, os Estados Unidos e Israel abandonaram a Conferência. O resultado final foi a declaração sobre o reconhecimento da “situação do povo palestino baixo à ocupação”.

Os ataques de 11 de setembro aconteceram 3 dias depois do final da conferência. O ódio espalhado em Durban foi o único legado deixado por esta conferência da ONU.

Ela conseguiu unir o antissemitismo antigo com o novo, demonizando os judeus e seu único estado, Israel, tornando-os inimigos de tudo o que é bom, encarnando tudo o que é mal. O que escutamos hoje, que Israel é um estado imperialista, racista, colonialista, assentador, que faz limpeza étnica e mata crianças, um estado nazista, já estava lá em Durban em 2001. Foi esta ideia de apartheid para definir o estado judeu que deu à luz ao BDS.

O que Durban fez foi normalizar a ideia de que Israel pratica realmente o apartheid. 20 anos depois da primeira conferência, você entra em qualquer campus universitário americano ou mesmo no Brasil e encontra este mantra mentiroso no currículo regular. E pelo fato de que ser racista é moralmente repugnante, Israel não tem o direito de existir.

A Organização das Nações Unidas foi criada sobre as cinzas do povo judeu para promover e fortalecer a tolerância e igualdade para todos. Infelizmente hoje ela está engajada em transformar as vítimas dos nazistas do século 20 nos nazistas do século 21 através de mentiras e distorções históricas. Ela é a maior fonte de incitação ao antissemitismo, intolerância e desigualdade contra o povo judeu e o seu estado.

Mas mais que qualquer outra, a maior das mentiras das Nações Unidas é repetir que a causa do conflito árabe israelense é a ocupação de terras palestinas. De acordo com a organização, esta ocupação ocorreu num vácuo. De repente, judeus decidiram invadir terras sem qualquer razão.

Mas nós sabemos que a ocupação se deu por causa de uma guerra imposta pelos vizinhos que queriam destruir o estado de Israel e jogar os judeus ao mar. Os próprios israelenses tentaram várias vezes acabar com o conflito através de negociações para estabelecer fronteiras permanentes. A responsabilidade do atual estado das coisas recai sobre aqueles que rejeitaram a autodeterminação dos judeus insistindo no tudo ou nada. E daqueles que os seguem cantando do rio ao mar, a palestina será livre.

A quarta conferência de Durban aconteceu na semana passada. Infelizmente, ela reafirmou as declarações feitas nas conferências anteriores, incluindo a primeira que focou exclusivamente em Israel, e a segunda e a terceira aonde o então presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad negou o Holocausto.

A continua inabilidade da ONU de confrontar esta agenda corrupta só a levou à falhar completamente em sua tarefa de promover a igualdade, dignidade e democratização. E esta conferência foi outro fracasso.

Não há vontade na ONU de erradicar o antissemitismo. Para isso, ela teria que reconhecer que aqueles que matam judeus só porque são judeus, são sim terroristas. Não “militantes” ou “combatentes”; que parasse de condenar o estado de Israel a cada vez que ela se defende de seus agressores; que começasse a condenar as violações dos direitos humanos em todos os lugares, mesmo onde não é conveniente, como na China, Rússia e em países muçulmanos; e finalmente, a próxima vez que alguém lhe pedir para fazer um momento de silêncio em solidariedade àqueles que querem destruir o Estado judeu, que a ONU diga não;

Só assim, a mensagem de que o antissemitismo não será tolerado, será ouvida nos corredores das Nações Unidas, onde quer que estejam suas vítimas: em Teerã, Paris ou Jerusalém.

A boa notícia é que, neste ano, 34 países decidiram boicotar a conferência de Durban. Nenhum país ocidental enviou representante de alto escalão e isto é marco importante. Todos as democracias do Conselho de Segurança da ONU ficaram ao lado de Israel declarando que a demonização do estado judeu é antissemitismo. Não é possível mais dizer que exigir o fim de Israel não tem nada a ver com antissemitismo.

Isto não foi conseguido facilmente. Foi o resultado do trabalho hercúleo de Gilad Erdan, o embaixador de Israel em Washington e neto de sobreviventes do Holocausto. Infelizmente o Brasil foi um dos países que se calou e participou da conferência ratificando suas conclusões vergonhosas. Este silêncio é o que encoraja não só a demonização de Israel, mas legitima os ataques às comunidades judaicas ao redor do mundo, sob a bandeira da luta contra um “regime racista”. E foi depois de Durban que vimos a onda de ataques a sinagogas, a judeus nas ruas da Europa e dos Estados Unidos disparar.

Todos nós temos que nos juntar neste esforço. Os judeus de hoje e aqueles que estão ao nosso lado devem deixar claro a estes antissemitas, esses racistas verdadeiros, que não temos qualquer intenção de nos deitarmos no chão e deixar que eles andem sobre nós. A lição que aprendemos foi dura demais e não mais marcharemos obedientemente para as câmaras de gás. Não vamos deixar mais passar. Vamos nos levantar, denunciar e trabalhar para que esta epidemia, este flagelo milenar do antissemitismo seja desenraizado mais cedo do que mais tarde.

 

 

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