Na terça-feira passada, durante uma
discussão com estudantes no Dia Nacional de Registro de Eleitores, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, não
contestou um comentário feito por uma estudante da Universidade George Mason,
na Virgínia, que acusou Israel de “genocídio étnico”. Harris ainda fez questão
de defender o direito da estudante de dizer o que quisesse.
A estudante,
se identificou como parte iemenita, parte iraniana e "não americana".
Só este fato teria sido o suficiente para não a admitir num fórum para promover
o registro de eleitores. Mesmo assim, depois de ter declarado que ela não era
americana, ela expressou indignação pelo financiamento americano do Domo de
Ferro para Israel.
Ela disse que
a América afeta sua vida “todos os dias” devido ao financiamento militar que dá
à Arábia Saudita e Israel.
Ela disse à
Vice-Presidente: “Você mencionou como o poder das pessoas, as manifestações e a
organização são muito valiosas na América”, disse ela. “Mas vejo que durante o
verão houve protestos e manifestações em números astronômicos sobre a
Palestina. Mas, apenas alguns dias atrás, fundos foram alocados para continuar
apoiando Israel, o que dói meu coração porque é genocídio étnico e expulsão de
pessoas, o mesmo que aconteceu na América, e tenho certeza de que você está
ciente disso.”
Como se a América
tivesse cometido genocídio étnico e expulsado pessoas.
A estudante
questionou por que dinheiro estava indo para Israel e Arábia Saudita em vez de ser
aplicado em questões sociais na América.
“As pessoas
têm falado com frequência do que precisam e sinto que falta alguém para ouvi-las,
e sinto que preciso trazer isso à tona, porque afeta minha vida e as pessoas de
quem realmente me preocupo," ela disse.
A estudante
parecia estar se referindo aos protestos em maio durante o conflito de Israel
com Gaza, e depois à aprovação esmagadora da Câmara dos Representantes dos EUA
na semana passada de US$ 1 bilhão para reabastecer o sistema antimíssil Domo de
Ferro de Israel, que foi praticamente esgotado durante o conflito.
Realmente,
não sei o que esta garota está fazendo estudando numa universidade americana.
Em vez de agradecer mil vezes por não estar nem no Iêmen, nem no Irã.
Durante todo
o tempo, Harris acenou com a cabeça e em resposta, disse que estava “feliz”
pela aluna ter falado.
“Sua voz, sua
perspectiva, sua experiência, sua verdade não podem ser suprimidas e devem ser
ouvidas”, disse ela. Sua verdade??? E aí temos. Hoje cada um pode inventar a
sua verdade independente se ela é baseada em fatos ou em mitos. Ou pior, em
mentiras.
Harris disse
que a democracia é mais forte quando todos participam e mais fraca quando
alguém é deixado de fora.
Sobre a
referência da estudante à política do Oriente Médio, Harris disse: “Ainda temos
debates saudáveis em nosso país sobre qual é o caminho certo, e a voz de
ninguém deve ser suprimida sobre isso”.
A falta de
resposta de Harris para a aluna se tornou a mais recente crise de seu gabinete,
que enfrentou um verão turbulento, depois da visita da Vice à America Central
quando disse aos migrantes da Guatemala para não irem para os Estados Unidos.
O
ex-embaixador dos EUA em Israel David Friedman expressou indignação com as
declarações de Harris, tweetando: “Vergonhoso. Existe verdade e existem
mentiras. Ninguém tem direito à sua verdade pessoal. Este ataque a Israel é
simplesmente uma mentira e a Vice Presidente deveria ter, no mínimo, denunciado
isso.”
E ele tem
razão. A verdade é somente uma. Não posso ter a minha verdade sobre a
inexistência de um evento ser diferente da verdade de outra pessoa sobre a
existência dele. Não posso dizer que a minha verdade é que está chovendo quando
está o maior sol lá fora. Isto não é uma verdade diferente. É simplesmente uma
mentira.
A verdade
para Harris é que progressistas e radicais de seu partido, como o quarteto e
outros ativistas têm pressionado os democratas a adotar uma postura mais
crítica em relação a Israel, que há muito goza de apoio bipartidário em
Washington. E há uma razão para isso.
O dinheiro
alocado para o Domo de Ferro não é pago para Israel, mas para a indústria
americana que o produz. E Israel e os israelenses são as cobaias para testes destes
equipamentos antes deles serem usados nos Estados Unidos. Imaginem se não
tivessem funcionado!
Outros
líderes judaicos e muitos canais de televisão transmitiram a troca de Harris
com a estudante. E aí a Vice não teve outra saída a não ser entrar num controle
de dano da situação.
Sua equipe imediatamente
contatou os líderes de várias organizações judaicas depois que esses líderes
entraram em contato com a Casa Branca para expressar seu desgosto. O
vice-conselheiro de segurança nacional de Harris, Phil Gordon, e Herbie
Ziskend, o vice-diretor de comunicações da vice-presidente, deixaram claro que
o silêncio de Harris durante a pergunta, não equivalia a uma concordância com
as alegações da estudante de "genocídio étnico". Então ela deveria
controlar mais os movimentos de sua cabeça.
Seu gabinete
emitiu uma declaração contestando as alegações de que ela teria encorajado a estudante
dizendo que ela "discorda veementemente" da opinião dela que Israel
estava cometendo um "genocídio étnico". Só que isso não é uma
opinião, é uma declaração de fato que precisa ser corrigida. E sua linguagem
corporal não mostrou em qualquer momento esta “discordância veemente”.
E aí, para
não perder o hábito, repetiram o refrão que todos nós conhecemos: que “ao longo
de sua carreira, a vice-presidente tem sido inabalável em seu compromisso com
Israel e com a segurança de Israel”, disse o porta-voz de Harris, para a
Agência Telegráfica Judaica.
O Comitê
Nacional Republicano postou no tweeter um trecho da troca, dizendo: “Kamala
Harris acena com a cabeça enquanto estudante acusa Israel de ‘genocídio
étnico’: e diz ‘sua verdade não pode ser suprimida’”. A Coalizão Republicana
chamou a troca de "vergonhosa". A Fox News teve como manchete “Kamala
Harris aplaude estudante, que acusou Israel de ‘genocídio étnico’, por falar a ‘sua
verdade’”.
Surpreendentemente,
até a CNN criticou a posição de Harris dizendo que ela estaria fazendo a
“faxina” de sua imagem depois de sua troca com a estudante.
O rabino
David Wolpe do Templo Sinai em Los Angeles, no estado natal de Harris na
Califórnia, também a repreendeu no Twitter.
“Senhora
Vice-presidente, a ideia de que Israel comete genocídio contra os palestinos
não é a verdade de alguém, é a mentira de alguém, quer eles saibam ou não”,
disse ele. “E é pernicioso, destrutivo e não deve ser omitido ou ignorado pelos
mais altos funcionários do país.”
Mark Mellman,
presidente da Maioria Democrática por Israel, disse em um comunicado que “a
administração Biden-Harris, assim como o presidente Biden e a vice-presidente
Harris pessoalmente, têm registros pró-Israel exemplares, pelos quais somos
imensamente gratos”. E que ele “ficou satisfeito com o contato da equipe sênior
da vice-presidente para confirmar que: seu ‘compromisso com a segurança de
Israel é inflexível”.
O Presidente
da Liga Anti-Difamação, Jonathan Greenblatt, também escreveu no Twitter que a “alegação
de que Israel estaria cometendo ‘genocídio étnico’ é patentemente falsa” e o
que a aluna disse foi “odioso e errado”.
Kamala tem
que aprender que nem tudo é valido para obter o voto de uma pessoa que nem
votar poderia, não fosse a fraude eleitoral que seu partido quer perpetrar para
se manter no poder. Que atitudes tem consequências e que ela não vai conseguir
aumentar sua mísera aprovação entre os democratas se aconchegando aos radicais
ignorantes do seu partido.
No comments:
Post a Comment