Tem um ditado
dos nossos sábios que diz: quem tem piedade com o cruel, será cruel com o
piedoso.
Nunca isso
foi mais verdadeiro do que em nossos dias.
Hoje estamos
no dia 233 da guerra mais justa que Israel lutou em todos seus 3.800 anos de
existência depois de ser brutalmente atacada com centenas de mísseis, 1400 dos
seus cidadãos selvagemente mortos, incluindo bebês, crianças, mulheres, homens,
idosos e deficientes, mais de 250 raptados, torturados, estuprados e mortos.
Sim, eu repito isso a cada semana porque gente demais na mídia propositalmente
retira o contexto, só focando nas ações de Israel em Gaza, como se no dia 8 de
outubro, o Estado judeu acordou e decidiu declarar guerra à Faixa de Gaza sem
qualquer provocação.
E, no
entanto, apesar deste horrendo pogrom, o mundo condena Israel, e não os
terroristas. O mundo não se importa, ou mesmo menciona os reféns, e nem se
incomoda em reportar os ataques diários do Hamas e da Hezbollah. Mas se você colocar no Google, “ataques da
Hezbollah a Israel hoje”, você só obtém resultados sobre o que Israel tem feito
em Gaza.
Neste final
de semana, Israel recuperou os corpos de mais 3 reféns, entre eles, do
brasileiro Michel Nisenbaum, de 59 anos, natural do Rio de Janeiro, que foi
enterrado hoje em Ashkelon por sua família. O presidente do Brasil, poderia ter
usado sua amizade com o Irã, para pedir a libertação dele, vivo ou morto, mas
não o fez. O Itamaraty poderia nos ter poupado de suas condolências hipócritas.
E isso me
leva à decisão da Corte Internacional de Justiça. Depois da defesa de Israel em
12 de janeiro deste ano, contra a absurda e nojenta alegação da África do Sul a
mando do Irã, de que Israel estaria cometendo genocídio em Gaza, a corte
superior da ONU ordenou Israel a suspender imediatamente sua operação militar em
Rafah. Notem que é lá, em Rafah, que se encontram os últimos 4 batalhões do
Hamas. Foi de lá que há menos de uma hora, uma barragem de mísseis foi lançada
contra Tel Aviv e Herzelia pelo Hamas. E é lá que se encontram sua liderança e
provavelmente os reféns que ainda estão vivos.
É como se a
corte ordenasse aos aliados a não entrarem em Berlin em 1945. Não vamos
esquecer que no final da Segunda Guerra, os defensores alemães da capital alemã
eram não mais que adolescentes. Era o que tinha sobrado do exército alemão.
Hoje, esta corte diria aos aliados, não só para não entrar em Berlin e acabar
com a guerra prendendo Hitler, mas para enviar “ajuda humanitária” a ele.
Absurdo!
Mas mesmo a
corte, presidida pelo juiz Nawaf Salam do Líbano, um país que está em guerra
com Israel e deveria ter recusado participar da decisão, disse que Israel deveria
parar imediatamente a sua ofensiva militar e qualquer outra ação em Rafah que pudesse
provocar a destruição física, total ou parcial do grupo palestino. Agora, o que
é “parcial”? Um palestino morto, mesmo um terrorista, pode ser considerado como
destruição parcial do grupo palestino?
Até agora, essa
corte, que lida com matérias de genocídio não encontrou o suficiente para declarar
que Israel é culpada deste crime. Ela diz não ter jurisdição para decidir sobre
as ações do Hamas porque ele não é um país e não é parte da convenção.
Mas para não
ficar para trás, o promotor muçulmano Karim Khan, da Corte Penal Internacional,
da qual Israel, Estados Unidos, China e Russia não fazem parte, emitiu mandados
de prisão, vejam bem, contra o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu e
seu ministro da defesa Yoav Galant, por crimes de guerra, especificamente de
matar a população de Gaza de fome. Isso enquanto centenas de caminhões entram
em Gaza diariamente com alimentos, remédios, roupas e toda outra ajuda
humanitária.
Para
adicionar insulto à injuria, o tribunal penal ainda emitiu mandados de prisão
contra Mohamed Deif, Yahya Sinwar, que estão em Gaza e Ismail Hanyah que mora
no Qatar. Isto é como se o tribunal mandasse prender o presidente americano
Theodore Rosevelt, o premier inglês Winston Churchill e Adolf Hitler na mesma
oportunidade.
Para quem viu
a entrevista de Khan na CNN, ele conseguiu distorcer o raciocínio para estes
mandados de tal modo que os menos avisados podem mesmo acreditar em sua justeza.
Ele disse à entrevistadora Christiane Amanpour que Israel tinha o direito de se
defender, mas não era porque o Hamas precisava de água que Israel poderia
suspender o fornecimento de toda a água para os inocentes civis da Faixa de
Gaza.
Dar ajuda
humanitária aos civis palestinos em Gaza parece ser a coisa mais misericordiosa
que Israel possa fazer durante esta guerra. Nenhum outro país do mundo jamais
forneceu e nem hoje está fornecendo ajuda humanitária a seus inimigos, exceto
Israel. Peguem qualquer conflito. Chega a ser absurdo pensar que o governo do
Mali estaria enviando ajuda humanitária aos islamistas do tipo Boko Haram que
massacram suas aldeias. Ou que a Rússia estaria enviando centenas de caminhões
com comida e remédios para a Ucrânia. Ninguém, não amigos ou inimigos do Sudão
está enviando ajuda aos milhares que estes sim, estão morrendo de fome.
A grande
verdade é que nenhum país, pela lei internacional está obrigado a alimentar e
medicar seu inimigo. Ninguém espera isso de um país quando ele é atacado. Isso
vai simplesmente contra todo o instinto humano ou comunitário de sobrevivência.
Para qualquer
pessoa com uma conta nas redes sociais e que tem acompanhado esta guerra, fica
claro que imediatamente após estes caminhões passarem para dentro de Gaza, o
Hamas domina os caminhões e rouba seu conteúdo. Com mais de 531 mil toneladas de alimentos entregues a
uma população de 1.7 milhão de pessoas, só há uma explicação se for verdade que
o povo de Gaza está com falta de alimentos: é que o Hamas está desviando a
ajuda humanitária. Isto quer dizer que os alimentos e os mantimentos enviados
para a população civil de Gaza não chegam a eles mas estão beneficiando somente
o Hamas e seus terroristas. A negação deste ponto é a negação da realidade.
Os
israelenses já reconhecem que a ajuda enviada não chega nas mãos dos civis
palestinos e o que está acontecendo é que Israel está praticamente
reabastecendo seu inimigo – algo que não deveria ser permitido pela lei
internacional. E não o é, exceto no caso de Israel.
Imaginem que a
Relatora Especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese, que tem uma
longa história de declarações anti-Israel e adora um tete a tete com oficiais
iranianos, pediu sanções internacionais, embargos e suspensões das relações com
Israel em uma postagem no X, antigo Twitter, no sábado.
Ela afirmou
no seu post que a única forma de Israel cessar a sua campanha para desenraizar
o Hamas da cidade de Rafah, seria se fosse forçada a parar. Quer dizer, na
opinião dela, não podemos desenraizar ou acabar com um grupo terrorista
desalmado e brutal. Temos que deixá-lo fazer o que ele quer. Não poderia haver
melhor mensagem para os grupos terroristas. Vamos amarrar as mãos dos países
que vocês atacam e contra vocês não vamos fazer nada porque vocês não são
países e não são afiliados à nossa organização. Muito bom, não?
Expressar
compaixão com uma população civil em qualquer guerra pode parecer a coisa certa
a fazer até você morrer nas mãos de um inimigo que deveria ter passado fome e
se rendido meses atrás. Ou até que a população, sentindo a fome, revelasse
aonde estão mais de 100 reféns para acabar com a guerra. Não seria exatamente esta
situação sobre a qual nossos rabinos alertaram quando disseram que a compaixão
descabida se torna cruel para os piedosos?
Por mais de
3.000 anos, o Judaísmo tem sido a razão pela qual vivemos e morremos. Hoje
Israel é essa razão. Finalmente voltamos e voltamos para ficar. Não temos para
onde ir. Mesmo os países que nos receberam de braços abertos no final nos
expulsaram, converteram a força ou nos mataram. E é por isso que o líder
sionista Joseph Trumpledor, que morreu defendendo Tel Hai, disse a famosa
frase: “É bom morrer pelo nosso país”. Não
porque seja bom morrer. Nunca. Nós somos o povo que sempre escolheu a vida. É
bom morrer por nosso país, porque é bom viver por ele.