Sunday, November 3, 2024

A Reta Final das Eleições Americanas - 3/11/2024

 

As eleições americanas finalmente acontecem nesta terça-feira. Mas uma quantidade astronômica de eleitores já votou em pessoa ou por correio. Por enquanto não há meios para fazermos previsões porque as pesquisas mostram um total empate. Mas independente de quem irá ganhar, Israel deve estar preparada para enfrentar os meses entre novembro e a inauguração do novo presidente em janeiro mesmo esperando uma vitória decisiva de Donald Trump.

Nos últimos 15 anos, esses períodos de transição provaram ser perigosos para a política americana com relação a Israel.

Não podemos esquecer a decisão do presidente Barack Obama em dezembro de 2016, quando ele estava prestes a deixar a Casa Branca após oito anos de pressão, ameaças e intimidação do primeiro-ministro Netanyahu, de dar um último tapa na cara de Israel fazendo aprovar a resolução 2334 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Esta foi a resolução que declarou que as comunidades judaicas na Judeia e Samaria constituem uma violação flagrante do direito internacional.

Em vez de vetar a resolução, Obama desonestamente ajudou a escrevê-la e depois fez os EUA se absterem na votação. Pior que isso, Obama tinha planejado uma segunda resolução que teria imposto um cronograma "irreversível" para um acordo final entre Israel e os palestinos, significando o estabelecimento de um estado palestino completo e descontrolado.

Milagrosamente, e por intervenção de Netanyahu junto à Putin com a ajuda do time de Trump que tinha sido eleito, Israel conseguiu o veto da Rússia. Mesmo assim, o secretário de estado americano da época, John Kerry, fez um discurso violento contra Netanyahu, exigindo que o mundo continuasse a pressionar Israel até ela se curvar.

Uma resolução semelhante no Conselho de Segurança da ONU impondo parâmetros "irreversíveis" para a criação de um estado palestino— com, digamos, um prazo de dois anos — pode ser exatamente o que o governo Biden-Harris está planejando nos próximos três meses.

E isso pode muito bem acontecer apesar do objetivo aberto dos palestinos de destruir Israel; apesar do massacre cometido pelo Hamas em 7 de outubro e do apoio da Autoridade Palestina a esse ataque; apesar do programa de salários para terroristas de Mahmoud Abbas; apesar da tomada de grande parte de Samaria pelas milícias do Hamas.

Outras medidas punitivas contra Israel que o governo Biden poderá tomar incluem o reconhecimento da soberania palestina em Jerusalém Oriental – para tentar compensar a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém pelo governo Trump; uma rejeição do reconhecimento por Trump de que as comunidades judaicas na Judeia e Samaria não são “inconsistentes com o direito internacional” e outras sanções adicionais inclusive junto ao Tribunal Penal Internacional.

O pior de tudo, no entanto, é a continua ameaça de um embargo de armas dos EUA a Israel. Em 13 de outubro último, o Secretário de Estado Antony Blinken e o Secretário de Defesa Lloyd Austin deram a Israel um aviso de 30 dias para deixar mais ajuda humanitária entrar em Gaza, ou então enfrentar "implicações" não especificadas.

O aviso se referiu a um memorando do Conselho de Segurança Nacional dos EUA que permite rever a assistência militar se o país não estiver cumprindo as garantias anteriores de permitir a entrega de assistência humanitária.

Outras legislações que poderiam ser invocadas contra Israel incluem o Ato de Assistência Estrangeira e o Ato Leahy, que impedem o governo americano de fornecer assistência militar a países que restrinjam a ajuda humanitária.

Isso mesmo que a tal ajuda humanitária seja tomada por terroristas e sirvam somente aos seus fins.

Até agora, antes da eleição, o governo Biden-Harris se limitou a atrasar a entrega de algumas peças de reposição militares essenciais e tipos de munições sofisticadas. Mas dá para sentir como, em seus últimos dias, o governo Biden-Harris, permeado por burocratas da administração Obama, irá agir de acordo com seus impulsos mais "progressistas" como submeter a insolente Israel e redefinir a política americana para o Oriente Médio, afastando-a de Israel.

Isso pode incluir uma proposta de última hora e precipitada ao Irã para mais um acordo nuclear suave e perigoso com a eliminação de outras sanções.

Muitas dessas ações hostis podem ser revogadas por decreto presidencial ou corrigidas por sábios secretários de Estado e defesa em um próximo governo americano mais amigável e estrategicamente sensato, se, como prevemos e esperamos, Donald Trump for eleito.

Mas reparar os danos de longo prazo de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU com parâmetros e prazos imperativos será muito mais difícil.

Somente o precedente de uma declarada suspensão no fornecimento de armas e munições para Israel seria terrivelmente prejudicial, mesmo que seja posteriormente anulado e generosamente supercompensado por transferências adicionais.

Trump pode ser capaz de evitar algumas das piores medidas e planos da equipe Biden-Harris, deixando claro já no dia 6 de novembro que não irá tolerar tais interferências.

Ele pode e deve declarar que, quando assumir o cargo em 20 de janeiro, agirá rapidamente para anular quaisquer desvios radicais na política dos EUA em relação a Israel (ou ao Irã) e que consertará a coordenação entre os dois países.

Mas o futuro presidente eleito Trump poderá realmente ajudar utilmente a pôr fim às guerras atuais de Israel. Guerras terminam quando há um vitorioso e um vencido. Não quando há apenas um cessar-fogo que pode recomeçar a qualquer momento. Trump deve dar a Israel a oportunidade de obter uma vitória esmagadora e inequívoca sobre seus inimigos.  

Isso seria uma mudança radical em relação à queixa constante, deletéria, ambígua, fraca e melosa da administração Biden-Harris de que a(s) guerra(s) “deve(m) acabar”, “deve(m) acabar agora” e “deve(m) acabar imediatamente” e que “precisamos de um cessar-fogo imediato”. Ah, e que, embora Israel “tenha o direito” de se defender, os EUA “deve(m) defender” a lei internacional (que aparentemente se aplica apenas a Israel e de forma distorcida) enquanto luta contra seus inimigos, incluindo o Irã.

Mas tudo não é Israel para os eleitores americanos. A primeira razão pela qual os eleitores estão escolhendo Trump é por causa da economia. Trump, com sua pergunta simples de “você está melhor financeiramente hoje do que há 4 anos?” ressoou com o eleitorado. A segunda razão foi a política desgovernada de imigração, que trouxe mais de 15 milhões de imigrantes de mais de 100 países, inclusive, doentes mentais, criminosos e gangues da Venezuela que tomaram a cidade de NY. Para os evangélicos, as políticas de aborto e transição de sexo para crianças, a inclusão de atletas que nasceram machos nas competições femininas, enfim, as políticas radicais de esquerda do partido democrata são as razões para pôr um fim a este governo e não o estender por mais 4 anos com Kamala Harris.

É bom lembrar que Kamala era a senadora mais esquerdista de todo o Congresso. E isso é apavorante mesmo para alguns democratas.

Trump não quer que a América afunde econômica ou socialmente. Ele também não quer ser arrastado para uma guerra em grande escala no Oriente Médio. Por isso acreditamos que ele dará a Israel a melhor defesa, tanto em armas como diplomaticamente.  Os mais de 250 mil americanos que moram em Israel e têm o direito de votar nos Estados Unidos, já mostraram sua preferência, votando em massa em Trump. Agora, só resta rezar para que uma América forte e decidida restaure seu poder de dissuasão o suficiente para que os povos sujeitos à ditaduras, como o Irã, a Venezuela e outros, consigam a coragem para se livrar dos seus líderes e retornarem à democracia.   

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