Sunday, November 17, 2024

Os Perigos dos Ultimos Dias de Biden - 17/11/2024

 

Na minha opinião de há duas semanas, eu coloquei que períodos de transição entre presidências americanas podem ser perigosos Israel. Na mesma linha, um artigo da revista Politico publicado depois da extraordinária vitória de Trump, afirmou que o presidente Biden usaria seus dois meses restantes no cargo para "proteger os Estados Unidos de Trump" no âmbito internacional.

Citando "funcionários frustrados do governo Biden", o artigo descreve que eles estavam pensando em como proteger o que eles chamaram de “suas prioridades de segurança nacional” antes que Trump retornasse à Casa Branca. As medidas que estão sendo consideradas, de acordo com o artigo, incluem "impor novas sanções a colonos israelenses extremistas" e "tomar medidas nas Nações Unidas contra os assentamentos israelenses na Cisjordânia".

Nada sobre sanções contra o Hamas, a Hezbollah, os Houthis ou mais importante, uma retomada das sanções contra o Irã. Se essas são as pessoas que têm aconselhado o presidente por quatro anos, não é de se admirar que o governo de Biden tenha sido um completo fracasso.

O presidente que por décadas se autodenominou pró-Israel, o político que elevou Golda Meir como sua mentora, será lembrado como o homem que, nos momentos finais de sua presidência atacou o povo judeu no seu estado mais vulnerável. Ele repetiria a traição de Obama, que em seus últimos dias como presidente trabalhou para que a Resolução 2334 do Conselho de Segurança, que declarou os assentamentos judaicos como ilegais na Judeia, Samaria e Jerusalem Oriental, fosse aprovada com a abstenção americana.

Ninguém lembra de qualquer outra conquista de Obama no âmbito internacional, além dele ter assinado o desastroso acordo nuclear com o Irã, que não só permitiu a manutenção das usinas nucleares, mas deu aos aiatolás bilhões de dólares para serem usados com seus grupos terroristas. Este acordo e suas medidas contra o direito do povo judeu à sua capital, Jerusalém, e às regiões de onde provêm os judeus, a Judeia e a Samaria são as duas ações que estão no centro de seu legado vergonhoso, colocando Obama - que injustamente ganhou 70% do voto judaico americano - como um dos piores inimigos do povo judeu da história.

Biden deveria ser diferente. Ele ainda pode deixar um legado muito maior e consequente do que seus conselheiros estão recomendando. Ele pode, neste último mês apagar sua imagem de presidente senil e ineficaz, jogado fora antidemocraticamente por seu próprio partido, em favor de uma subordinada indigna que perdeu a eleição de modo esmagador.

Biden poderia agir contra o Irã e ser lembrado como o salvador da civilização ocidental. Ele poderia usar da ameaça contra Israel para bombardear as instalações nucleares do Irã e apoiar a insurgência do povo iraniano que quer livrar o país deste regime maligno, desta ditadura teocrata medieval.

Além de libertar o Irã, isso garantiria a vitória para Israel. A eliminação da cabeça do polvo, eliminaria seus tentáculos como a Hezbollah, o Hamas, os Houthis, as milicias xiitas do Iraque e Síria, o terrorismo na Judeia e Samaria e aumentaria substancialmente as chances de recuperarmos os 101 reféns, 10 dos quais têm cidadania americana.

Tal movimento impediria a República Islâmica de continuar a espalhar sua hegemonia xiita do Golfo Pérsico para o Mediterrâneo. Acabaria com a ameaça à navegação internacional causada pelos Houthis, mudaria as relações geopolíticas entre o Irã, a Rússia e a China com o resto do mundo ocidental em favor dos Estados Unidos. E mandaria uma mensagem clara a todos os estados párias, que sejam democratas ou republicanos no poder, não é bom mexer com a América.

Recompensaria e fortaleceria regimes muçulmanos moderados como os Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Bahrein, que mantiveram acordos de normalização com Israel de forma impressionante, apesar da pressão de seus irmãos árabes durante esta longa e sangrenta guerra. Encorajaria mais países, como a Arabia Saudita e o Kuwait, a aderir aos Acordos de Abraão e normalizar as relações com Israel.

Biden ainda tem esta oportunidade. E já estamos vendo as reações no Oriente Médio com a eleição de Trump. Desde o último ataque israelense há menos de um mês, a República Islâmica está vivendo um dilema. Por um lado, alguns membros do governo eram a favor de atacar Israel antes das eleições, quando os americanos estivessem ocupados com as campanhas. Por outro lado, havia vozes que afirmavam que um ataque antes das eleições iria aumentar as chances de vitória do presidente Trump.

Os resultados das eleições claramente perturbaram o regime iraniano, De acordo com vários relatos, após as eleições americanas, os apoiadores do regime islâmico dizem que Trump aprendeu muito nos últimos quatro anos. Que ele não só fortaleceu sua base política, mas agora está em uma posição especialmente forte com o Senado e a Câmara dos Representantes sob o controle de seu partido.

O mandato anterior de Trump foi marcado por medidas duras contra o Irã: a retirada do acordo nuclear, o assassinato de Qasem Soleimani e as sanções às vendas de petróleo, que atingiram a economia do Irã de forma particularmente dura. Os movimentos de Trump refletiram sua estratégia de negociação de atacar primeiro e depois forçar concessões do outro lado.

Trump retorna à Casa Branca, com o Irã mais fraco e vulnerável em termos econômicos, sociais e de segurança do que era em 2016 especialmente devido ao 7 de outubro. Israel conseguiu neste último ano desfazer décadas de construção de sistemas e equipamentos militares iranianos e de seus proxies no Oriente Médio.

Em seu novo mandato, alguns esperam que Trump siga uma estratégia semelhante: ações agressivas, pressão econômica sobre as receitas do petróleo e esforços para reduzir ainda mais o dinheiro disponível para os aiatolás patrocinarem seus grupos terroristas. Ainda, as declarações de Trump sobre "acabar com a guerra" levam à acreditar que ele permitirá a Israel efetuar o colapso total do Hamas em Gaza, a Hezbollah no sul do Líbano, e lhe dará liberdade de ação contra o Irã.

Trump é imprevisível e Teerã está reconsiderando seus passos. O medo é que uma nova provocação iraniana, como uma retaliação a Israel, possa desencadear medidas contra o regime islâmico mais danosas. Assim, o regime iraniano deve ter chegado à conclusão de que, nesta nova realidade, ele precisa agir diferente e parou com a retórica ameaçadora de retaliação.

Biden ainda tem tempo para atingir essas metas em coordenação com Israel, que pode fornecer toda a inteligência necessária para garantir o sucesso da operação. A chave seria Biden trabalhar em estreita colaboração com o homem que ele chamou de amigo por décadas, Netanyahu, em vez de trabalhar contra ele como Obama cometeu o erro de fazer.

Se Biden não se mexer até o final do seu mandato, Trump o fará e isso o tornará um herói internacional histórico.  Os conselheiros de Biden citados pela revista Politico disseram que é mais provável que Biden não tome qualquer medida contra Israel porque sabe que Trump a reverteria no momento em que assumisse o cargo. Então por que não tomar as medidas históricas que Trump deve tomar e aproveitar a glória?

Alguém devia dizer isso a Biden. Ele poderia, em seus últimos dias no cargo, realmente assumir um papel histórico como o homem que salvou o ocidente da destruição e da barbárie deste regime islâmico que tem como único objetivo submeter o mundo à sua loucura.

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