Na minha
opinião de há duas semanas, eu coloquei que períodos de transição entre
presidências americanas podem ser perigosos Israel. Na mesma linha, um artigo
da revista Politico publicado depois da extraordinária vitória de Trump,
afirmou que o presidente Biden usaria seus dois meses restantes no cargo para
"proteger os Estados Unidos de Trump" no âmbito internacional.
Citando
"funcionários frustrados do governo Biden", o artigo descreve que
eles estavam pensando em como proteger o que eles chamaram de “suas prioridades
de segurança nacional” antes que Trump retornasse à Casa Branca. As medidas que
estão sendo consideradas, de acordo com o artigo, incluem "impor novas
sanções a colonos israelenses extremistas" e "tomar medidas nas
Nações Unidas contra os assentamentos israelenses na Cisjordânia".
Nada sobre
sanções contra o Hamas, a Hezbollah, os Houthis ou mais importante, uma
retomada das sanções contra o Irã. Se essas são as pessoas que têm aconselhado
o presidente por quatro anos, não é de se admirar que o governo de Biden tenha
sido um completo fracasso.
O presidente
que por décadas se autodenominou pró-Israel, o político que elevou Golda Meir como
sua mentora, será lembrado como o homem que, nos momentos finais de sua
presidência atacou o povo judeu no seu estado mais vulnerável. Ele repetiria a
traição de Obama, que em seus últimos dias como presidente trabalhou para que a
Resolução 2334 do Conselho de Segurança, que declarou os assentamentos judaicos
como ilegais na Judeia, Samaria e Jerusalem Oriental, fosse aprovada com a abstenção
americana.
Ninguém
lembra de qualquer outra conquista de Obama no âmbito internacional, além dele
ter assinado o desastroso acordo nuclear com o Irã, que não só permitiu a
manutenção das usinas nucleares, mas deu aos aiatolás bilhões de dólares para
serem usados com seus grupos terroristas. Este acordo e suas medidas contra o
direito do povo judeu à sua capital, Jerusalém, e às regiões de onde provêm os
judeus, a Judeia e a Samaria são as duas ações que estão no centro de seu
legado vergonhoso, colocando Obama - que injustamente ganhou 70% do voto judaico
americano - como um dos piores inimigos do povo judeu da história.
Biden deveria
ser diferente. Ele ainda pode deixar um legado muito maior e consequente do que
seus conselheiros estão recomendando. Ele pode, neste último mês apagar sua
imagem de presidente senil e ineficaz, jogado fora antidemocraticamente por seu
próprio partido, em favor de uma subordinada indigna que perdeu a eleição de
modo esmagador.
Biden poderia
agir contra o Irã e ser lembrado como o salvador da civilização ocidental. Ele
poderia usar da ameaça contra Israel para bombardear as instalações nucleares
do Irã e apoiar a insurgência do povo iraniano que quer livrar o país deste
regime maligno, desta ditadura teocrata medieval.
Além de
libertar o Irã, isso garantiria a vitória para Israel. A eliminação da cabeça
do polvo, eliminaria seus tentáculos como a Hezbollah, o Hamas, os Houthis, as
milicias xiitas do Iraque e Síria, o terrorismo na Judeia e Samaria e
aumentaria substancialmente as chances de recuperarmos os 101 reféns, 10 dos
quais têm cidadania americana.
Tal movimento
impediria a República Islâmica de continuar a espalhar sua hegemonia xiita do
Golfo Pérsico para o Mediterrâneo. Acabaria com a ameaça à navegação
internacional causada pelos Houthis, mudaria as relações geopolíticas entre o
Irã, a Rússia e a China com o resto do mundo ocidental em favor dos Estados
Unidos. E mandaria uma mensagem clara a todos os estados párias, que sejam democratas
ou republicanos no poder, não é bom mexer com a América.
Recompensaria
e fortaleceria regimes muçulmanos moderados como os Emirados Árabes Unidos,
Marrocos e Bahrein, que mantiveram acordos de normalização com Israel de forma
impressionante, apesar da pressão de seus irmãos árabes durante esta longa e
sangrenta guerra. Encorajaria mais países, como a Arabia Saudita e o Kuwait, a
aderir aos Acordos de Abraão e normalizar as relações com Israel.
Biden ainda tem
esta oportunidade. E já estamos vendo as reações no Oriente Médio com a eleição
de Trump. Desde o último ataque israelense há menos de um mês, a República
Islâmica está vivendo um dilema. Por um lado, alguns membros do governo eram a favor de atacar Israel antes das
eleições, quando os americanos estivessem ocupados com as
campanhas. Por
outro lado, havia vozes que afirmavam que um ataque antes das eleições iria aumentar as chances de vitória do
presidente Trump.
Os resultados das eleições claramente perturbaram o regime iraniano, De acordo com vários relatos, após as eleições americanas, os apoiadores do regime
islâmico dizem que Trump
aprendeu muito nos últimos quatro anos. Que ele não só fortaleceu sua base política, mas
agora está em uma
posição especialmente forte com o Senado e a Câmara dos Representantes sob o
controle de seu partido.
O mandato anterior de Trump foi marcado por medidas duras
contra o Irã: a retirada do acordo nuclear, o assassinato de Qasem Soleimani e
as sanções às vendas de petróleo, que atingiram a economia do Irã de forma
particularmente dura. Os movimentos de Trump refletiram sua estratégia de
negociação de atacar primeiro e depois forçar concessões do outro lado.
Trump retorna à Casa Branca, com o Irã mais fraco e
vulnerável em termos econômicos, sociais e de segurança do que era em 2016
especialmente devido ao 7 de outubro. Israel conseguiu neste último ano
desfazer décadas de
construção de sistemas e equipamentos militares iranianos e de seus
proxies no Oriente Médio.
Em seu novo mandato, alguns esperam que Trump siga uma
estratégia semelhante: ações agressivas, pressão econômica sobre as receitas do
petróleo e esforços para reduzir ainda mais o dinheiro
disponível para os aiatolás patrocinarem seus grupos terroristas. Ainda, as declarações de Trump sobre
"acabar com a guerra" levam à acreditar que ele permitirá a Israel
efetuar o colapso total
do Hamas em Gaza, a Hezbollah no sul do Líbano, e lhe dará liberdade de ação contra o Irã.
Trump é imprevisível e Teerã está reconsiderando seus
passos. O medo é que uma nova provocação iraniana,
como uma retaliação a Israel, possa desencadear medidas contra o regime islâmico mais danosas. Assim, o regime iraniano deve
ter chegado à conclusão de que, nesta nova realidade, ele precisa agir
diferente e parou com a retórica ameaçadora de retaliação.
Biden ainda
tem tempo para atingir essas metas em coordenação com Israel, que pode fornecer
toda a inteligência necessária para garantir o sucesso da operação. A chave
seria Biden trabalhar em estreita colaboração com o homem que ele chamou de
amigo por décadas, Netanyahu, em vez de trabalhar contra ele como Obama cometeu
o erro de fazer.
Se Biden não
se mexer até o final do seu mandato, Trump o fará e isso o tornará um herói
internacional histórico. Os conselheiros
de Biden citados pela revista Politico disseram que é mais provável que
Biden não tome qualquer medida contra Israel porque sabe que Trump a reverteria
no momento em que assumisse o cargo. Então por que não tomar as medidas
históricas que Trump deve tomar e aproveitar a glória?
Alguém devia
dizer isso a Biden. Ele poderia, em seus últimos dias no cargo, realmente
assumir um papel histórico como o homem que salvou o ocidente da destruição e
da barbárie deste regime islâmico que tem como único objetivo submeter o mundo
à sua loucura.
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