Sunday, November 10, 2024

A Reviravolta da Vitória de Trump - 10/11/2024

 

Foi como ver o mitológico pássaro fênix renascer das cinzas. Foi um tsunami vermelho, a cor do partido republicano. Trump não só ganhou o colégio eleitoral, mas ganhou de longe o voto popular. Não só ele conseguiu se reeleger presidente em dois termos não seguidos, mas também conseguiu eleger a maioria do Senado e da Câmara dos Representantes.

Todos os Estados que estavam com a eleição empatada foram para Trump.

Agora, vemos a elite do partido democrata culpando um ou outro. Mas isso é completamente a culpa deles próprios. Ao esconder a condição física de Joe Biden, eles sacrificaram sua credibilidade. Quem assistiu a Fox, o canal da direita, não ficou nada surpreso quando Biden se mostrou confuso e incoerente no debate.

A verdade é que Kamala Harris já em 2019 não era nada querida em seu próprio estado da California. Ela não recebeu nenhum voto do próprio partido democrata quando concorreu para presidente. E aí ela foi “instaurada” para concorrer nesta eleição.

A verdade é que os Estados Unidos estão cheios desta doutrina esquerdista que tomou o país como refém. 87% são contra permitir rapazes transgênero participarem em competições femininas. A porcentagem é ainda maior quando se trata de compartilhar vestiários e banheiros. Ninguém tem paciência para aqueles que decidem usar outros pronomes e obrigam a sociedade a se dobrar a eles.

A verdade é que Trump conseguiu um recorde sem precedentes de votos de homens negros, dos latinos, especialmente porto-riquenhos e mulheres brancas. E a economia foi a primeira razão do seu voto, a imigração descontrolada que afetou todas as cidades americanas a segunda.

Os democratas finalmente se deram conta que as mulheres vão mais ao supermercado do que à clínica de aborto. Para mim, a maior perdedora desta eleição não foi Kamala, mas Oprah Winfrey. A celebridade que nunca endossou qualquer candidato, resolveu endossar Kamala, ameaçando o povo americano contra eleger um ditador nazista.

Além de não ser capaz de terminar uma sentença de modo coerente, Kamala mostrou zero do seu programa econômico para o país. Ela decidiu que para combater a inflação, era preciso que o governo impusesse os preços, igualzinho como na União Soviética, e vimos aonde ela foi parar. Trump por seu lado, prometeu acabar com impostos sobre gorjetas, sobre horas extra e sobre herança. Ele também quer reduzir os impostos corporativos para incentivar as empresas a contratarem mais empregados. E a Bolsa de Valores está em tremenda alta, desde a vitória.

Mas não só no âmbito doméstico estamos vendo reviravoltas. Quarenta e oito horas depois da sua vitória, Trump ainda não iniciou o seu mandato como presidente, e o mundo inteiro parece estar se alinhando de outra forma.

A China declarou que chegou a hora de sentar na mesa de negociação com os Estados Unidos.

O México decidiu acordar e reativou as medidas para impedir que imigrantes ilegais cheguem à fronteira com os Estados Unidos.

A União Europeia pediu a Trump que iniciasse uma nova fase nas suas relações.

O presidente russo Vladimir Putin parabenizou Donald Trump na quinta-feira por vencer a eleição dos EUA, e disse que Trump agiu como um homem de verdade durante a tentativa de assassinato contra ele.

O Catar, que é um país minúsculo que sua influência no mundo vem do fato de ter uma base naval americana em seu território, informou que não mais será um mediador entre Israel e o Hamas.

O Hamas pede o fim imediato da guerra após a eleição de Trump.

E até os talibãs anunciaram que esperam começar um “novo capítulo” com a administração Trump lembrando o acordo de paz assinado com os Estados Unidos em 2020 e esperam ser retirados da lista de organizações terroristas.

A verdade é que a eleição de Donald J. Trump para a presidência trouxe alívio a muitos regimes árabes. Antes das eleições, eles foram cautelosos em expressar preferência por qualquer candidato, óbvio, mas estava claro que, tirando o Irã, a Autoridade Palestina e o Hamas, os outros favoreceram Trump em vez de Kamala Harris. A reeleição de Trump é uma boa notícia para os estados árabes, mas especialmente para Israel.

Primeiro, vários líderes árabes importantes já conhecem Trump e sua equipe. Fortes laços pessoais foram formados com líderes como Mohammed bin Zayed Al Nahyan, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, e Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de fato da Arábia Saudita. Ao longo de sua campanha, Trump se referiu a bin Salman como um "amigo" e o cobriu de elogios, muito diferente de Biden que começou seu governo chamando o príncipe herdeiro saudita de assassino do jornalista Jamal Khashoggi.

Segundo, durante seu mandato anterior, Trump tinha uma política clara de não interferência nos assuntos internos de países estrangeiros. Ele uma vez se referiu ao presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi como "meu ditador favorito". Espera-se que um segundo governo Trump continue com essa abordagem, evitando criticar regimes em questões como liberdade política e direitos humanos.

Terceiro, há uma expectativa, especialmente entre os estados do Golfo, de que Trump irá adotar uma postura mais dura em relação ao Irã. A crescente confiança do Irã e de seus capangas — como evidenciado pelo ataque do Hamas em 7 de outubro — é vista por muitos no Golfo como ligada à falta de credibilidade dos EUA sob o governo Biden que até agora tenta bajular os aiatolás para retornarem ao falho acordo nuclear.

Além disso, os estados regionais veem Trump como tendo laços estreitos com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e, mais importante, como tendo o apoio da comunidade judaica e evangélica do país.

Os vizinhos de Israel esperam um fim rápido para a guerra de Gaza, que aumentou as pressões sobre eles tanto de seus cidadãos quanto de elementos radicais na região. Eles esperam que Trump pressione Netanyahu a concluir a guerra antes mesmo de Trump assumir o cargo.

Sim, esperamos que a guerra termine com Trump, mas não com a pressão sobre Israel como foi com a administração Biden. Trump sabe que uma guerra se termina quando há um vencedor e um perdedor. Netanyahu deixou claro que quer vencer esta guerra e ela só não acaba por causa da pressão de Biden. Assim, é mais possível que Trump ajude Bibi a ganhar a guerra para terminá-la do que continuar com a política de “defesa sim, vitória não” para Israel. 

Ainda, a normalização israelense-saudita está novamente na mesa. A Arábia Saudita prevê que uma administração Trump 2.0 será mais generosa do que Biden em termos de incentivos oferecidos ao reino em troca da normalização com Israel, e, mais importante para eles, adotará uma linha mais dura em relação ao Irã.

Os laços pessoais e a influência de Trump sobre os principais líderes regionais, sua posição em relação ao Irã e potencialmente a renovação das sanções contra os aiatolás, aumentará a probabilidade de normalização das tensões do Oriente Médio. Até agora os Houthis têm se mantido quietos, e somente a Hezbollah, que hoje está descabeçada, continua a atirar. Israel está confiante que os últimos dias do grupo estão próximos e isso será um presente para Trump antes que assuma a presidência. Só falta o mais importante: o retorno dos reféns. Mas Trump já avisou que é melhor que isso aconteça antes de janeiro.

E é assim que o verdadeiro poder se parece.

No comments:

Post a Comment