Sunday, February 16, 2025

O Plano de Trump Para Gaza - 16/02/2025

 

Hoje, a questão em todo o mundo é se o plano do presidente Donald Trump de reassentar os moradores de Gaza em outros países pode dar certo. A julgar por uma pesquisa feita pouco antes da guerra, pelo Centro Palestino de Política e Pesquisa antes que grande parte de Gaza fosse destruída, a proposta de Trump é razoável.

A pesquisa descobriu que 44% dos jovens de Gaza entre 18 e 29 anos gostariam de emigrar. Quase um terço (31%) de toda a população já tinha considerado emigrar. O "destino preferido dos moradores de Gaza é a Turquia, seguido pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Catar". A maioria disse querer sair por razões econômicas; o segundo e o terceiro motivos são oportunidades "políticas" ou educacionais. O quarto motivo é a segurança e o quinto é a corrupção. Se esta porcentagem já era substancial antes da guerra, hoje com certeza ela é muito maior.

Trump que sempre trabalhou em construção civil, sabe calcular quanto tempo levará para reabilitar a Faixa de Gaza. Enfrentar morar de 15 a 20 anos em tendas fincadas em escombros, respirando poeira e ouvindo o interminável barulho ​​de construção, não é o que a maioria da população almeja, especialmente os jovens que desejam começar uma vida e construir um futuro.

O menor problema de Trump é a população. Tanto o Hamas, o Jihad Islâmico e a Autoridade Palestina rejeitarão este plano por razões políticas. Eles não querem perder seus escudos humanos e a história mostra que nem a Autoridade Palestina nem o Hamas nem qualquer outro grupo colocou alguma vez o bem do povo à frente de considerações políticas. Estes grupos podem intimidar os moradores chamando os que escolherem sair de traidores.

Consequentemente, se Trump quiser que seu plano tenha sucesso, ele deve ignorar a Autoridade Palestina e o Hamas e trabalhar diretamente com o povo de maneira sigilosa e com a saída garantida pelos Estados Unidos.

O problema é que além dos atores terroristas em Gaza, Israel tem que lidar com os líderes dos países vizinhos. Eles também não querem que nenhum residente de Gaza deixe a “prisão de céu aberto” como eles chamam a Faixa. Na terça-feira passada, o rei Abdullah da Jordânia se encontrou com Donald Trump, quase exatamente um ano depois de se sentar com Joe Biden, na Casa Branca. Um ano atrás, Abdullah sentado ao lado de um Biden sonolento, discordou abertamente da política americana. Desta vez, ele se sentou ao lado de Trump e segurou a língua. O contraste entre as duas reuniões não poderia ter sido mais impressionante.

Na terça-feira, Abdullah parecia visivelmente perturbado, mudando de posição na cadeira enquanto o presidente expandia seu plano de assumir o controle de Gaza e realocar seus moradores, inclusive para uma "parcela de terra na Jordânia". O rei se contraiu enquanto Trump falava, mas ofereceu pouca resistência. Ele apenas disse que há um plano egípcio que será apresentado no final deste mês na Arabia Saudita.

Abdullah não desafiou o plano de Trump publicamente nem o contradisse abertamente. Ele sentou-se ali em silêncio, cauteloso e contido, abstendo-se notavelmente de criticar Israel — algo que ele tem feito frequentemente desde o massacre de 7 de outubro em vários fóruns internacionais. Ele entendeu que Trump seria muito menos receptivo a essas queixas.

Abdullah não foi tão contido com Biden. O rei exigiu um cessar-fogo completo alegando mentirosamente que depois de 4 meses havia mais de 100 mil mortos em Gaza – a maioria mulheres e crianças. Mas depois que Trump deu a luz verde a Israel para soltar o inferno em Gaza se o Hamas não libertasse os reféns Abdullah decidiu ficar calado.

Além disso, no ano passado, Abdullah defendeu o papel e o financiamento da UNRWA. Mas com Trump tendo assinado uma ordem executiva na semana passada cortando o financiamento da UNRWA e dizendo que a organização tinha sido infiltrada por terroristas, alguns que inclusive participaram do massacre de 7 de outubro, Abdullah entendeu que levantar a questão provavelmente não era a coisa mais sensata a fazer. Ele simplesmente sentou e ouviu enquanto Trump falava sobre seu plano de assumir o controle de Gaza.

Abdullah claramente discordou. Mas ele não expressou essa oposição — pelo menos não na cara de Trump. Em vez disso, ele o elogiou. Engolindo seco, ele disse: "Sr. Presidente, eu realmente acredito que com todos os desafios que temos no Oriente Médio, finalmente vejo alguém que pode nos levar até a linha de chegada para trazer estabilidade, paz e prosperidade para todos nós na região.

Somente depois, no X, Abdullah expressou alguma resistência real, afirmando que ele havia "reiterado a posição firme da Jordânia contra o deslocamento de palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Esta é a posição árabe unificada. Reconstruir Gaza sem deslocar os palestinos e abordar a terrível situação humanitária deve ser a prioridade de todos." Quer dizer, manter os residentes de Gaza nestas condições intoleráveis, entregar ajuda humanitária que o Hamas vende a preços astronômicos para comprar armas e voltamos de novo ao começo da roda.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, não quis sair da panela para a frigideira e cancelou sua visita a Washington. Temos então que esperar até o final do mês para ver o que estes hipócritas que vivem chorando sobre os palestinos vão fazer para cinicamente manter toda a população num estado precário, somente para ser usada como peão contra Israel. 

E junto com isso, o antissemitismo não parece se aplacar pelo mundo. Dezenas de milhares de manifestantes pró-Palestina em Londres, que parecem não ter mais o que fazer no sábado, saíram para insultar os judeus. Porco sionista” foi apenas um dos insultos - e gritos de "Khaybar, Khaybar, oh judeus, o exército de Maomé retornará", pregando outro genocídio judaico foi entonado por todo o caminho.

O antissemitismo está em um nível recorde. Mas o que as autoridades locais estão fazendo é praticamente nada.

Na Alemanha, a neta de um sobrevivente do Holocausto registrou nada menos que 60 ocorrências com a polícia, entre elas ameaças de estupro, de ser degolada e de ser fisicamente agredida, tudo saindo da Universidade Goethe onde ela estuda. Ela ainda gravou estudantes a seguindo na saída do campus universitário e de receber constantes ameaças anônimas de que será esfaqueada ou baleada. A polícia alega que além de uma investigação não pode fazer nada.

E um rapaz do estado de Utah depois de fazer dúzias de ameaças, decidiu ir para NY para atirar em judeus na sinagoga central.

Mas nesta semana ganhou o prêmio de antissemitas do mês um casal de enfermeiros muçulmanos na Australia. No Instagram, um influenciador israelense Max Veifer, recebeu a ligação de Ahmad Rashad Nadir que se identificou como médico e de Sarah Abu Lebdeh uma enfermeira que trabalhavam num hospital em Sydney. Quando Max Veifer se identificou como israelense, o tom dos dois mudou, o ameaçaram de morte e chegaram a alegar terem assassinado israelenses e ameaçado assassinar outros israelenses no hospital, de acordo com declarações do Ministro da Saúde Mark Butler e do Conselho de Enfermagem e Obstetrícia de New South Wales.

O conselho de enfermagem suspendeu o registro dos dois o que, de acordo com Butler, significa que "eles não podem exercer a enfermagem em nenhum lugar da Austrália, em nenhum contexto".

Butler continuou dizendo que “os australianos têm o direito de se sentir seguros aonde quer que vão e nenhum lugar deve ser mais seguro do que um hospital. A ideia de que alguém pense em destacar um grupo específico e declarar que não se importa com eles, e pior, ameaçar ativamente suas vidas, vai contra todos os princípios do nosso sistema de saúde. Seus comentários repugnantes – e o ódio que os sustenta – não têm lugar em nosso sistema de saúde e em nenhum lugar da Austrália.”

Óbvio que a polícia australiana está agora investigando para verificar se eles realmente mataram israelenses ou judeus, mas espero que isso não termine com um tapinha na mão ou que eles sejam reintegrados no corpo de enfermagem em qualquer lugar.

Este é o ódio que está sendo marquetado em todo o mundo e que os judeus da diáspora estão começando a sentir na pele. Aqui em Israel estamos ainda na roda viva da alegria da volta de reféns e da amargura da soltura de sanguinários que só contribuem com violência para a humanidade. Mas o teatro da propaganda é um estudo na arte de auto-decepção. E é o que assistimos a cada espetáculo do Hamas.

Seus terroristas, vestidos com trajes novos e completos de batalha — equipamentos que eles obviamente nunca usaram em combate pois se escondem em tuneis, atrás das saias das mulheres e sob os berços dos bebês — desfilam pelo palco como matadores de dragões vitoriosos, ameaçando marchar sobre Jerusalém.

Esta não é a mensagem de uma força triunfante. É a fanfarronice vazia de um movimento buscando relevância, agarrando-se a símbolos porque a realidade se voltou contra ele. Gaza está em ruínas, completamente destruída. Centenas de milhares de moradores de Gaza caminharam do sul de volta para suas moradias no Norte, e não encontraram nada além de escombros. A formação militar do Hamas foi destruída; tudo o que resta são caminhonetes com homens armados brandindo rifles.

Se esta é uma vitória para o povo palestino, então não sei o que poderia ser uma derrota.

Por seu lado, o Egito e a Jordânia sabem que vão ficar com a responsabilidade de tentar reabilitar Gaza e isso irá demandar muita liderança que seus governos corruptos parecem não ter. E todos estes antissemitas que hoje não têm mais vergonha de expressar seu antissemitismo, vão ter que lidar com a decepção de não terem a Palestina do Rio ao Mar, mesmo sem saberem que rio ou que mar e terão que viver com Israel laNetzah, para sempre. Am Israel Chay para a eternidade!.

Sunday, February 9, 2025

O Nunca Mais Está Acontecendo Agora - 09/02/2025

 

Ontem deveria ter sido mais um dia de comemoração em Israel. Outros três reféns foram libertados pelo Hamas contra 183 criminosos culpados de assassinato e de participarem em ataques terroristas. Mas a alegria inicial foi logo substituída por espanto e incredulidade.

Os rostos dos três, Or Levy, Eli Sharabi e Ohad Ben Ami estavam magros e afundados, seus corpos frágeis, precisando da ajuda de seus captores, terroristas do Hamas para andar. Olhos fundos, ossos salientes e estruturas esqueléticas tocaram um alarme instantâneo para israelenses e judeus em todo o mundo: sobreviventes do Holocausto! Esta é a história que seus corpos contaram depois de 491 dias de cativeiro do Hamas. Eli Sharabi sem saber que sua mulher e duas filhas tinham sido mortas em 7 de outubro e Or Levy terá que criar seu filho Almog sem sua esposa, também assassinada naquele dia horrendo.

Mas quando esses reféns voltaram para casa precisamente 80 anos após a queda do regime nazista, a resposta do mundo foi inimaginavelmente fria. Logo após todas as comemorações da libertação de Auschwitz e a renovação das juras de “nunca mais” por este mundo antissemita e hipócrita, nossos reféns regressam esqueléticos e torturados, imagens idênticas aos sobreviventes do Holocausto.

A BBC ontem convenientemente omitiu o sofrimento destes reféns. Hoje, ela compara em sua página inicial a situação dos reféns com as dos 183 criminosos palestinos soltos ontem. A CNN, por outro lado, achou adequado destacar a condição "emaciada" dos prisioneiros (não judeus) mas palestinos libertados que, é preciso dizer, receberam três refeições por dia, assistência médica e visitas de familiares e da Cruz Vermelha. A comparação não é apenas absurda; é obscena.

Vamos esclarecer as coisas. Os prisioneiros palestinos nas prisões israelenses não são reféns; eles são criminosos condenados, muitos culpados de terrorismo e assassinato. Suas detenções seguem julgamentos, evidências e devido processo legal em que eles têm acesso a advogados de sua escolha — luxos que o Hamas não concede a seus prisioneiros. Eles podem apelar de suas sentenças, têm acesso a livros, televisão, jornais e até estudos universitários.

E os reféns israelenses em Gaza? Trancados na escuridão, sem alimentação suficiente, em túneis super úmidos, sem luz do sol, sem exercício, sem contato com seus entes queridos ou com a Cruz Vermelha. Alguns deles foram operados sem anestesia; outros tiveram ferimentos graves por mais de um ano sem nenhum tratamento médico. O corpo da refém Eden Yerushalmi, de 24 anos, que foi assassinada num túnel junto com outros 5 reféns, pesava 36 kilos!

Agora eu pergunto: Onde estão as organizações de direitos humanos? Onde estão os protestos das mesmas vozes que, em um momento ou outro, se juntaram em rápida sucessão para condenar Israel? Elas estão mudas, indiferentes às vítimas israelenses, a menos que a tragédia possa de alguma forma ser distorcida para se tornar parte de uma condenação do estado judeu.

Ontem não vimos nenhum palestino subnutrido ou em farrapos. Sabem onde podemos ver milhares de pessoas subnutridas e farrapos? No Sudão. Mas ninguém liga para eles. No Jews, no News. Não tem judeus, não tem notícia.

Em sua volta para casa, a ex-refém Liri Albag contou que foi obrigada além de limpar e cozinhar, de tomar conta dos filhos de 3-4 anos de idade do casal que a prendia. E a brincadeira preferida deles era: “cuspir na judia”. Estes são a próxima geração de terroristas sendo preparados hoje para nos matar amanhã.

Mas estes terroristas e a população que vimos ontem, todos bem alimentados, bem vestidos e bem armados, não perdem por esperar.

Em sua conferência de imprensa com Bibi Netanyahu, Trump fez uma declaração bombástica: que os Estados Unidos iriam tomar Gaza. Agora temos outro comandante na Casa Branca e esta declaração tem o potencial de mudar todo o mapa do Oriente Médio! E o que ele oferece é a saída de Gaza para aqueles que querem sair da Faixa. E não são poucos.

Gaza não tem uma fronteira somente com Israel. Sua principal fronteira é com o Egito. Mas este país “irmão” dos palestinos fechou a passagem e somente os muito ricos conseguem um visto de saída de Gaza e de entrada no Egito. Incrivelmente, até mesmo cidadãos egípcios, que estavam em visita em Gaza, precisaram pagar as somas astronômicas que beneficiam ao que parece, a família do presidente Al-Sisi. Que surpresa!

Durante anos, uma rede de agentes de viagens e intermediários baseados no Egito e em Gaza têm oferecido passagem rápida por Rafah por um preço que varia de centenas a milhares de dólares. Quanto mais profundo o desespero para sair, melhor o negócio. Durante a guerra com o Hamas em que a outra saída controlada por Israel para Gaza foi fechada, as taxas dispararam. Alguns corretores agora estão cobrando dos palestinos entre US$ 4.500 e US$ 10.000 para uma autorização de travessia, de acordo com mais de uma dúzia de entrevistas conduzidas pelo Projeto de Reportagem do Crime Organizado e Corrupção e pela plataforma de mídia SaheehMasr, sediada no Cairo. A taxa para aqueles com nacionalidade egípcia é menor, em torno de US$ 650 a US$ 1.200 por pessoa. Até janeiro de 2024, a estimativa é que os egípcios tenham feito acima de 88 milhões de dólares com este esquema.

Trump simplesmente disse: se pudermos achar um lugar ou vários lugares e construirmos residências bem bonitas, e injetarmos dinheiro na economia, eu acho que seria melhor do que voltar para Gaza!

O mundo rapidamente reagiu à solução de Trump dizendo ser transferência forçada, um crime contra a humanidade, algo impossível. Isso me lembrou o autor Arthur C. Clarke que disse que ideias novas passam por 3 fases: a primeira é “não é possível fazê-la”, a segunda é “provavelmente pode ser feita, mas não vale a pena” e finalmente a terceira “eu sabia que era uma boa ideia desde o começo”.

E esta é uma ideia única, sem precedentes? Absolutamente não. Em todas as guerras há transferência de populações. Depois da Segunda Guerra, em 1950, 14.6 milhões de alemães foram transferidos da Europa central para a Alemanha e Áustria. Em 1947, na divisão da Índia, 20 milhões de pessoas foram transferidas, hindus do Paquistão para a Índia e muçulmanos da Índia para o Paquistão e Bangladesh.

Então por que o escândalo? Porque isso eliminaria uma plataforma de lançamento de mísseis e guerra contra Israel, perpetuando o conflito.

Isso quer dizer que Trump irá enviar tropas americanas para a área, ou reclamar soberania americana na Faixa…? Não. Quem conhece Trump sabe que você não pode levar o que ele diz literalmente, mas você tem que levá-lo a sério. Ele provavelmente dará a Israel todo o necessário para coordenar a saída dos palestinos que querem sair e a limpeza de toda a área destruída, que de acordo com estimativas levará 15 anos.

Se a saída voluntaria da população civil de Gaza for facilitada, removendo assim os escudos humanos do Hamas, que também complicam as operações do exército de Israel, e a normalização com as outras nações árabes é alcançada, isso deixará o Hamas mais isolado e ineficaz. Um regime como o do Hamas, que prioriza sua própria sobrevivência em detrimento do bem-estar das pessoas pelas quais afirma lutar, acabará perdendo o controle quando essas mesmas pessoas que ele governa puderem livremente buscar uma alternativa.

Ao sugerir que os Estados Unidos tomem Gaza, Trump fez o que ele sabe fazer de melhor: abrir a porta para uma discussão acirrada até o alcance da solução. Ele declarou que a solução de dois estados está morta e que devemos aprender com a história. Tudo já foi tentando e tudo falhou. E se o mundo vê Gaza como uma prisão a ceu aberto, porque manter sua população presa? Porque não permitir que ela saia, quem quiser sair, e reconstruir a área?

Estamos vivendo verdadeiramente tempos históricos. Anos que serão lembrados tanto por seus avanços tecnológicos como por sua brutalidade. E inexplicavelmente uma geração que consegue reconciliar os dois. E é exatamente por isso que elegemos Donald Trump para líder do mundo livre porque somente ele com sua coragem poderá nos ajudar a navegar estes tempos.

 

Sunday, February 2, 2025

A Mídia Que Só Ama Judeus Mortos - 2/2/2025

 

Ontem mais três reféns israelenses foram soltos nesta primeira fase do pagamento de resgate por Israel. Um pai, de 54 anos, Ofer Calderon, que finalmente pode abraçar seus 4 filhos, um avô americano-israelense de 65 anos, Keith Siegel, e um marido e pai de 35 anos, Yarden Bibas, que voltou sem sua mulher Shiri e seus bebês Ariel de 5 anos agora, e Kfir de quase 2 anos. Kfir foi levado quando tinha apenas 9 meses. Foi um retorno como nenhum outro. Todo o país prendendo a respiração e rezando neste Shabat por Yarden. Não sabíamos se ele já tinha sido avisado que sua família ainda continuava cativa em Gaza.

E aí o noticiário da noite mostrou um vídeo sem voz de um Yarden com rosto contorcido sendo filmado pelo Hamas enquanto eles contavam a ele que Shiri, Ariel e Kfir estavam mortos, num ato de inimaginável crueldade. E quando ele foi finalmente recebido ontem por seu pai e sua irmã, vimos que a luz dos seus olhos tinha desaparecido.

O Hamas continua a fazer seu circo, exibindo os reféns em palcos onde escreveram em inglês “Palestina: A vitória do povo oprimido sobre o Nazismo Sionista”. Os reféns obrigados a sorrir e acenar, com sacolas de memórias do seu cativeiro, diplomas assinados pela Cruz Vermelha e até cópias do al-Corão. E o coreógrafo desta palhaçada toda? Nada menos que um jornalista da AlJazeera chamado Tamer Al-Mishal! Seria mais apropriado a rede reconhecer que é uma empresa de propaganda e não de noticias.

E contra 34 israelenses, Israel está soltando 1,900 terroristas, muitos com prisão perpétua, assassinos impiedosos que em muitos países teria recebido a pena de morte.

Pessoas que se importam com Israel ao redor do mundo sabem que o esforço para obter uma cobertura positiva — ou até mesmo justa — do estado judeu na mídia internacional é enorme. E o jornalista Gil Hofman compilou várias instâncias preocupantes.

Na semana do ataque de 7 de outubro, eu disse aqui que o mundo estava se comiserando com Israel, mas que sabia que logo iria acabar E de fato, ela terminou quase que instantaneamente com três exceções.

Israel recebeu cobertura positiva no próprio dia 7 e parte do dia 8 de outubro, até que o exercito se recompôs e começou a lutar. A mídia foi empática novamente quando o Irã lançou seus ataques a Israel com mísseis balísticos e drones em 13 de abril e 1º de outubro de 2024.

E ainda temos os relatórios favoráveis ​​no Dia Internacional de Comemoração em Memória das Vítimas do Holocausto (exceto por programas como Bom Dia Inglaterra que esqueceram suas vítimas judias). Como disse Dara Horn em seu livro de 2021, “As Pessoas Amam Judeus Mortos”.

Aqueles que buscavam empatia da mídia nas últimas duas semanas pelas nove jovens israelenses, dois homens idosos, e dois de meia idade que finalmente retornaram para suas famílias, e para a nação que incessantemente orou por eles — ficaram amplamente decepcionados.

A foto principal na capa do The New York Times Internacional na segunda-feira, 20 de janeiro, um dia após Romi Gonen, Doron Steinbrecher e a cidadã britânica Emily Damari terem sido libertadas, era mais uma foto de Khan Yunis com a manchete "Residentes de Gaza Sonham Com Sua Casa". A edição americana tinha uma foto enorme do campo de refugiados de Jabalya e uma menor da refém Emily Damari que voltou sem dois dedos.

A esmagadora maioria da mídia internacional continuou a transmitir a narrativa enganosa do Hamas, implicitamente justificando o sequestro e a retenção de reféns.

A BBC alegou falsamente, durante sua reportagem ao vivo, que Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy e Liri Albag foram libertadas usando os mesmos uniformes do exército que usavam quando entraram em Gaza. A gigante da mídia britânica financiada publicamente realmente achou que o mundo tinha esquecido as imagens chocantes filmadas pelo próprio Hamas das meninas ensanguentadas arrancadas de suas camas em pijamas e roupas íntimas e desfiladas pelas ruas de Gaza? A ABC News da Austrália e outros veículos também compraram essa mentira asquerosa.

Por que importa tanto que a mídia mundial tenha errado?

Importa porque o Hamas estava deliberadamente tentando insinuar que essas "soldadas" eram alvos militares legítimos e estava usando a imprensa para espalhar essa mensagem ao redor do mundo.

As quatro jovens foram forçadas a subir num palco com todo o aparato de uma comemoração incluindo faixas erguidas com o dinheiro que Gaza de repente encontrou. Os terroristas do Hamas bem alimentados usavam uniformes, limpos e passados, para fazer o mundo esquecer que eles normalmente operam à paisana.

Ao facilitar o golpe repugnante de relações públicas do Hamas, a mídia mundial deu a ele legitimidade e humanizou a organização terrorista que continuará tentando sequestrar e assassinar o máximo de judeus possível.

E só se a coisa tivesse parado por aí..

Mas não. Os assassinos libertados das prisões israelenses foram tratados como vítimas de Israel. Esperávamos que os principais meios de comunicação internacionais no mínimo os chamassem de terroristas, mas sua flexibilidade etimológica foi totalmente assustadora. O New York Times os chamou de "ativistas", o Washington Post se referiu a eles como "ativistas políticos", a Reuters disse que eles eram "palestinos proeminentes" e o The Guardian disse que eles foram "presos por operações anti-Israel". Sim, mas o prêmio vai para a Globo que os definiu como “reféns” de Israel, não terroristas sanguinários presos e mantidos às custas do contribuinte israelense.

A mídia então contou histórias de prisioneiros palestinos abraçando seus filhos pela primeira vez sem se preocupar em mencionar porque estavam na prisão e sob quais acusações.

Por exemplo, o The Washington Post destacou a infame terrorista da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) Khalida Jarrar, presa há seis anos após participar de um ataque terrorista que assassinou Rina Shnerb, de 17 anos.

"Em um ato surpreendente de omissão jornalística, o The Washington Post convenientemente ignorou seus [Khalida Jarrar] laços diretos com a violência, em vez disso, a pintou como mais uma figura política incompreendida em vez de uma peça-chave de uma organização terrorista", escreveu o Honest Reporting.

Os relatos da mídia sobre a libertação dos prisioneiros na semana passada não foram melhores. A Sky News postou um vídeo do que descreveu como celebrações "emocionantes" em Gaza após as notícias do cessar-fogo. Nisto ela compartilhou um clipe de uma grande multidão cantando “Khaybar Khaybar ya yahud” – uma ameaça bem conhecida de massacre de judeus – com a palavra “Khaybar” se referindo ao lugar onde os judeus da Arábia Saudita foram massacrados no ano 628. O final do canto é “jaish Muhammad soufa ya’oud,” que significa “o exército de Maomé retornará.”

Os principais meios de comunicação minimizaram consistentemente a tragédia do lado israelense. A manchete da NBC na segunda-feira foi "Hamas diz que 8 dos 26 reféns restantes estão mortos", esquecendo que na época ainda havia 90.

O HonestReporting compilou uma análise de 733 prisioneiros palestinos cujos nomes foram divulgados pelo governo israelense com seu gênero, idade, as acusações contra eles e sua afiliação terrorista.

Ao contrário de sua representação na mídia internacional como principalmente mulheres e crianças presas injustamente, 91% são homens; 91% têm entre 18 e 59 anos; 609 dos 733 foram condenados por crimes violentos; e 87% são membros de organizações terroristas.

Vamos ver o que a mídia internacional fará nas próximas semanas, incluindo se os meninos Bibas e sua mãe forem trazidos em sacos para cadáveres. Estamos todos apenas esperando com a respiração presa. O povo todo, em Israel e na Diáspora está desesperado por qualquer notícia. E se eu não consigo parar de pensar na Shiri e seus bebês nas profundezas do inferno, como a família, como Yarden deve se sentir? A tortura é sobre todos nós.

A tortura de todo Am Yisrael, esperando que por um milagre esses garotinhos ruivos e sua mãe voltem para casa sãos e salvos.

 

Sunday, January 26, 2025

A Nova Geração de Heroínas - 26/01/2025

 

Foi um sinal único o "V de vitória". da refém do Hamas em Gaza, Emily Damari libertada no domingo passado, quando levantou sua mão enfaixada, faltando dois dedos, e gritou: "Eu sobrevivi!"

Damari, de 28 anos, que tem dupla nacionalidade britânica e israelense, foi libertada junto com Romi Gonen, 24, e Doron Steinbrecher, 31. Ontem foi a vez das jovens recrutas Daniela Gilboa, Karina Ariev e Naama Levy de 20 anos e Liri Albag de 19 anos.

Vou lembrar que durante a invasão e mega-atrocidade do Hamas e do Jihad Islâmico, cerca de 1.200 pessoas foram assassinadas, muitas estupradas, torturadas, decapitadas e queimadas até a morte, e 250 foram sequestradas.

Foi impossível não se emocionar com os sorrisos e lágrimas de alegria (e alívio) pelo retorno destas jovens, meninas mesmo, mas verdadeiras leoas, quando elas se reuniram com suas famílias após 471 e 477 dias de cativeiro.

Em troca do retorno das reféns, Israel está libertando centenas de terroristas assassinos mantidos em prisões israelenses e se retirando de partes de Gaza.

O retorno destas mulheres e meninas corajosas foi cuidadosamente encenado pelo Hamas. Nos dois casos, terroristas bem armados e bem alimentados em seus uniformes pretos com bandanas verdes islâmicas se aglomeraram ao redor dos veículos que as transportavam, criando uma barreira contra as multidões de homens de Gaza que tentavam chegar nas reféns. Esses são os "civis inocentes", ao estilo de Gaza.

E aí o Hamas encenou uma "cerimônia" desprezível, forçando as jovens heroínas a acenar para estes homens e posar sorridentes para fotos com "sacolas de presentes" cheias de lembranças perturbadoras de seu cativeiro. As sacolas continham mapas de Gaza, fotografias delas no cativeiro e imaginem (!) certificados de libertação assinados pela Cruz Vermelha., Doron Steinbrecher disse à sua família que "parecia um ato final de crueldade". "Eles queriam transformar nosso sofrimento em sua propaganda."

A visão de terroristas mascarados e armados no teto do veículo da Cruz Vermelha que transportava as reféns deveria fazer o mundo pausar. Mas parece que o mundo tem expectativas muito baixas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que por 15 meses não visitou os reféns; não entregou a eles a medicação necessária; e nem mesmo fez uma lista de quem está vivo ou está morto — israelenses ou cidadãos de outros países, incluindo Tailândia, Nepal e Tanzânia. Mas não. Sua contribuição foi assinar os certificados como se as meninas tivessem completado um curso. Não há outra palavra além de repugnante. O que esta organização faz verdadeiramente, é de ser um Uber do Hamas.

O Hamas acha que todo este espetáculo, com certificado da Cruz Vermelha, faz dele um movimento legítimo e milhões em todo o mundo querem desesperadamente acreditar que ele seja um movimento legítimo de combatentes pela liberdade, em vez de uma organização de assassinos, sequestradores e estupradores jihadistas. Mas toda esta encenação foi ridícula para qualquer um que tenha dois neurônios no cérebro.

Quando as sete reféns finalmente cruzaram de volta para Israel, seus primeiros momentos de liberdade foram marcados por lágrimas, abraços e pura felicidade. Não conheço ninguém que tenha ficado de olhos secos nestes momentos.

Garanto que qualquer um com coração e uma consciência moral quer ver todos os reféns libertados. Mas isso tem um preço, e ele é muito alto.

Hillel Fuld, cujo irmão Ari Fuld foi esfaqueado até a morte em 2018, postou no Facebook na noite de sábado: "Alguém tem um conselho para alguém cujo irmão foi assassinado por um terrorista que deveria ficar na prisão pelo resto da vida e agora está saindo e andará livremente entre nós? "Não tenho certeza se há uma palavra para essa emoção. Não tenho certeza se algum ser humano sente o que nossa família está sentindo agora."

Outros amigos e conhecidos enfrentam o mesmo dilema, esperando para saber se os assassinos de seus filhos, irmãos e pais serão libertados, recompensando o Hamas pelo massacre e a tomada de reféns.

O fato de Yahya Sinwar, um dos mentores da mega-atrocidade de 7 de outubro, ter sido libertado no acordo de Gilad Schalit de 2011 não pode ser ignorado.

Não foram apenas os parentes das vítimas do terror que ficaram divididos com o acordo. Famílias de soldados mortos nesta guerra e outras operações também tentaram encontrar significado na perda de seus entes queridos quando terroristas são libertados. E é difícil não notar a frustração dos soldados que arriscam suas vidas dia após dia para prender terroristas, sabendo que eles podem ser libertados em breve.

O professor de direito Alan Dershowitz resumiu a situação para o Gatestone Institute: "A decisão do governo israelense de fazer concessões significativas aos sequestradores do Hamas nunca deveria ser chamada de 'acordo'. Foi uma extorsão... O sequestro foi um crime. E a demanda extorsiva da soltura de milhares de terroristas foi outro crime...

"Quando um grupo terrorista 'negocia' com uma democracia, ele sempre tem a vantagem. Os terroristas não estão limitados pela moralidade, lei ou verdade... A democracia, por outro lado, deve cumprir as regras da lei e deve ouvir os apelos das famílias dos reféns.”

Mas tudo não são sombras. Ontem ouvimos estórias de coragem e liderança de Liri Albag, a mais jovem das recrutas, que disse que sabia que tinha que projetar força para seus captores, e mostrar que eles não a haviam quebrado apesar dos maus tratos e dela e suas amigas serem forçadas a trabalhar como escravas para os terroristas.

Há tantas coisas que precisamos aprender com essas sete mulheres excepcionais. Primeiro que a Geração Z, não se limita a postar vídeos bobos no TikTok e a curtir marcas famosas. Pelo contrário, o que essas jovens, e toda a sua geração, passou é notável, provando algo que notamos desde o 7 de outubro: que são elas que irão reconstruir nosso país Israel, e nossa nação.

Esta é a geração que vivenciou a pandemia da COVID-19, forçando-a a fazer o oposto do que os adolescentes querem fazer — ficar em casa e se distanciar dos amigos. Esta geração também passou a maior parte do último ano e alguns meses servindo seu país. Muitos deles, sem pensar duas vezes, embarcaram em um avião quando souberam que Israel estava sob ataque. Esta é a geração de jovens de vinte e poucos anos que foram a mais funerais nos últimos 15 meses do que alguns de nós fomos em toda a nossa vida. Estes são jovens que foram forçados a crescer. E por isso são os que podem nos mostrar o caminho a seguir.

Na quarta-feira à noite, estes jovens israelenses focados e talentosos, assim como traumatizados, nos mostraram que podem alcançar qualquer coisa. Yuval Raphael, uma jovem de 24 anos, foi escolhida para representar Israel no Festival Eurovisão da Canção 2025. Quando ela contou sua história pessoal durante as audições, ela fez todas as pessoas na plateia chorarem.

Yuval nunca imaginou que sua vida se tornaria uma história que entrelaçaria tragédia e superação. Ela é sobrevivente do massacre do festival de música Nova. Ela passou oito horas num abrigo de cimento, embaixo de dezenas de corpos sem vida, fingindo-se de morta enquanto granadas explodiam e balas choviam ao seu redor.

"Não consigo explicar o quão pesado um corpo se torna quando está morto", ela disse numa entrevista. Por oito horas, Yuval ficou deitada embaixo de uma moça que havia sido morta, mal ousando respirar. "Cada vez que levantava a cabeça, havia menos de nós vivos.”

Apenas 12 das 50 pessoas no abrigo sobreviveram, resgatadas não por soldados, mas pelo pai de outra vítima. A memória daquele dia está gravada na mente de Yuval, mas em vez de deixar que isso a silencie, ela escolheu falar e cantar.

Emily, Doron, Romi, Daniela, Liri, Karina, Naama e Yuval. Oito israelenses de vinte e poucos anos que moldarão Israel e a levarão avante com coragem e determinação. As imagens delas celebrando a vida e a liberdade foi o contraste perfeito com as de seus captores mascarados do Hamas idealizando o terrorismo.  

Abram espaço para elas e seus amigos. O futuro de Israel já está aqui.

Sunday, January 19, 2025

Um Tempo Para Rir e Um Tempo Para Chorar - 19/01/2025

 Até as 11:30 da manhã de hoje, o Hamas não tinha entregado a lista das 3 reféns que iria soltar hoje mostrando que o grupo não havia modificado o seu modus operandi. Quando Israel declarou que não haveria cessar-fogo e começou a bombardear alvos do Hamas, ele transferiu a lista das três reféns civis. Finalmente, ouvimos que Romi Gonen de 24 anos, a inglesa Emily Damari de 28 anos e Doron Steinbrecher de 32 anos deverão ser soltas hoje. Sem dúvida, Israel aprendeu com as solturas anteriores.

Mas para o povo de Gaza, eles já são os vitoriosos. Videos de Khan Iunis mostram o comércio aberto, muitas pessoas nas ruas, e ao que podemos ver, muito bem alimentados. Muito diferente das centenas de milhares de pessoas do Sudão que estão sim morrendo de fome, mas que o mundo não poderia se importar menos, porque não há judeus para culpar.

O modus operandi do Hamas inclui infligir o máximo de dor e angústia ao país e especialmente às famílias dos reféns. E não sei se iremos ver as reféns até 4 da tarde, a hora combinada. Não vamos ficar surpresos se elas não retornarem não às 4, não às 5, não às 8. Talvez às 2 da manhã, como das outras vezes.

Infelizmente, Israel foi obrigada a um acordo com o diabo. E ele não é conhecido por manter sua palavra. Não vamos esquecer que estamos lidando com um grupo sanguinário, terrorista, sem consciência, com uma cultura que chega a cultuar o estupro, a tortura, o sequestro e a decapitação de bebês e idosos.

Mas é nestas horas que lembramos das palavras do rei Salomão no Kohelet, o livro de Eclesiastes que diz “para tudo há um tempo”. “Um tempo para chorar, e um tempo para rir, um tempo para lamentar e um tempo para dançar”. Mas o que fazer com dias como o de hoje, em que o tempo para chorar, rir, lamentar e dançar ocorrem todos ao mesmo tempo? O que fazer com todas estas emoções que sentimos de uma vez?

Há alegria, sem dúvida. Depois de quase 500 dias em cativeiro, os reféns começarão a voltar para casa. Ao mesmo tempo, há desespero pois não sabemos quem voltará vivo e quem será entregue num caixão. Sentimos alívio e queremos rir com as famílias que se reunirão com seus entes queridos e uma profunda tristeza por aqueles que irão enterrar os seus. E hoje é apenas o primeiro dia de várias semanas nesta montanha russa.

Outra alegria misturada com tristeza que recebemos hoje, foi a notícia de que o exército resgatara o corpo de Oron Shaul, um soldado que foi morto e seu corpo sequestrado em julho de 2014 junto com o corpo de outro soldado, Hadar Goldin. 10 anos depois, o irmão de Oron disse que finalmente a família pôde respirar na esperança de dar ao seu irmão, um enterro digno em Israel.

Não existe um bom acordo com o Hamas. Contra os 97 reféns, a maioria deles mortos, Israel terá que libertar milhares de terroristas palestinos, inclusive para Jerusalem do Leste e Judeia e Samaria, muitos deles por crimes horrendos de terem assassinado famílias inteiras. Isso não é justiça. E mesmo que Israel tenha sido atacada em 7 de outubro e sofrido a megaatrocidade da tortura, estupro e finalmente o assassinato de 1.200 pessoas e sofrido o sequestro de cerca de 250 de seus cidadãos e visitantes, é Israel que deve pagar o preço nesta troca.

Já passamos por isso em 2011 com Gilad Shalit que foi trocado por mais de mil palestinos assassinos, incluindo Yahia Sinwar, o cabeça do massacre de 7 de outubro. Por isso sabemos que as lágrimas de alegria e alívio com os retornos logo darão lugar à amargura de ver as imagens de palestinos assassinos, libertados e recebidos de volta como heróis. O coração se rasgará com a dor que isso deverá causar aos familiares das vítimas destes terroristas.

Outro ponto a ser relevado é fato de que este acordo está plantando as sementes para a próxima guerra. Ele incentiva a tomada de outros reféns - a única coisa que parece capaz de forçar a mão de Israel - e permite que o Hamas continue seu domínio na Faixa de Gaza, controlando o recebimento e distribuição da ajuda humanitária e quaisquer fundos para reconstrução e continuando a aterrorizar seu próprio povo.

Por um lado, ninguém está feliz com este acordo. De acordo com o membro da Knesset Boaz Bismut, na reunião do gabinete que aprovou o acordo estavam membros que choraram de desespero pelas vítimas futuras destes terroristas que serão soltos. Mas por outro lado, ninguém com coração quer que os reféns permaneçam indefinidamente em cativeiro, mesmo os que já estão mortos. Eles são os nomes e rostos que se tornaram membros da nossa família nos últimos 15 meses.

O que flexibilizou o Hamas para entrar neste acordo foi o fator Trump que mais de uma vez ameaçou/prometeu ao Hamas que haveria "um inferno a pagar" se os reféns não fossem libertados antes de ele começar seu mandato. Amanhã Trump receberá o cargo e o Hamas não quis correr o risco de provocar o imprevisível presidente dos EUA.

E isso mais uma vez mostra que a única linguagem que terroristas entendem é a força. Embora o presidente Joe Biden tenha dito os inimigos de Israel "não façam isso", eles o ignoraram. E se beneficiaram. A insistência em deixar quantidades cada vez maiores de "ajuda humanitária" entrar em Gaza derrotou o propósito em vez de derrotar o Hamas. Isso garantiu que o Hamas não tivesse apenas suprimentos, mas também fundos e controle, vendendo a ajuda por preços absurdos.

Do lado de Israel, mais de 400 soldados foram mortos em Gaza desde o início da guerra, incluindo 15 mortos nas últimas duas semanas. O coração se aperta toda vez que ouvimos as palavras: "Mutar le'pirsum" ("Foi aprovado para publicação"), seguido pelos nomes de soldados mortos e fotos de rostos jovens e sorridentes, muitos que não chegaram aos 20 anos de idade.

O pior é que podem ter certeza de que, após qualquer acordo de cessar-fogo, os terroristas explorarão novamente a ausência de uma presença militar israelense e tentarão restabelecer suas bases em áreas como Beit Hanoun, perto da fronteira de Israel. Como poderíamos impedir isso?

Isso também faz parte do preço injusto de um acordo.

Se o mundo fosse justo, não haveria guerra, reféns, ataques de mísseis, terror – ou antissemitismo e outras formas de racismo. Ontem, na manhã do Shabbat aqui em Jerusalem, a sirene mais uma vez soou e tivemos que correr para o abrigo. Mais uma vez era um míssil balístico dos Houthis que realmente não têm nada a ver com Israel e continuam a atacar.

Será que os Houthis também cumprirão este acordo de cessar-fogo em Gaza ou continuarão a lançar seus mísseis contra Israel e ameaçar o transporte marítimo internacional? E o que acontecerá no Líbano quando o cessar-fogo de 60 dias chegar ao fim no final do mês? O que acontecerá com o novo governo sírio que já está mostrando suas cores jihadistas e islâmicas radicais na nossa fronteira?

A libertação dos reféns não trará o fim da guerra. Isto sabemos. Mas não tem que ser somente Israel a travá-la. Aqueles que professam ser defensores dos direitos humanos, ou compromisso com a justiça, contra a tirania, não deveriam permitir que as organizações terroristas escapem impunes aos massacres que cometem.

Nos próximos 42 dias — a duração do primeiro estágio do acordo de reféns — imagens em tela dividida preencherão as telas em todo o país: de voltas emocionantes a funerais desesperadores, orações de agradecimento e a recitação do kaddish, soldados deixando Gaza aos terroristas e líderes inimigos se gabando de "vitória".

Essas imagens divididas ilustrarão vividamente que alegria e tristeza, orgulho e humilhação, regozijo e luto não estão confinados a estações separadas; eles frequentemente se misturam e até colidem. A nação está hoje entrando neste tempo de emoções entrelaçadas, e não será nada fácil.

Sunday, January 12, 2025

A Contagem Regressiva Para Trump - 12/01/2025

 

Faltam 8 dias. Que eu lembre, esta é a primeira vez que o mundo está na contagem regressiva para a troca do governo americano. Os analistas, a mídia, os políticos, já estão no próximo governo e seu impacto na economia, nas políticas e nas relações exteriores. Quase nada se fala sobre Biden - e Kamala desapareceu do cenário. Aqui em Israel esperamos ansiosos que a abrangência e a profundidade do apoio americano mudem para melhor com o presidente eleito – pela segunda vez – Donald Trump.

Desde o 7 de outubro de 2023, o dia em que o Hamas cometeu a maior chacina de judeus desde o Holocausto, o governo Biden mostrou seu apoio a Israel em declarações oficiais, entrevistas, enviando armas, dando apoio diplomático na ONU e tentar intermediar a libertação dos reféns nas mãos do Hamas.  

Ao mesmo tempo, no entanto, Washington continuou a política democrata de dar a Israel o suficiente para ganhar a batalha, mas não a guerra. Biden imperdoavelmente insistiu que Israel abastecesse Gaza fornecendo ao Hamas todos os meios para continuar a controlar a Faixa e seus habitantes. Forçou Israel a fornecer a um inimigo em tempo de guerra centenas de milhares de toneladas de produtos e materiais, de combustível a cigarros.

Todo mundo, mas todo mundo sabe e admite (até mesmo os chefes da ONU e as ferozes ONGs "humanitárias" anti-Israel) que o Hamas rouba basicamente todos os suprimentos fornecidos por Israel, que então vende para seu "próprio povo" (ou seja, palestinos pobres) a preços exorbitantes - para suprir seu esforço de guerra, para se manter no poder e continuar a atacar Israel enquanto os reféns israelenses morrem, provavelmente dia a dia.

Biden também tentou colocar freios no exército israelense. Ele e sua administração têm errado a cada passo do caminho. Não invadam a Cidade de Gaza, disseram o Secretário de Defesa Lloyd Austin, o Secretário de Estado Anthony Blinken e o Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan. Não tomem o Hospital Shifa. Não entrem em Khan Yunis. Não tomem Rafah ou o Corredor Filadélfia. Não tentem mover populações civis das zonas de batalha. Não usem bombas ou artilharia pesada. Não, não, e mais os.

O resultado prático das restrições impostas pela América é a rotina em que o exército agora se encontra: de entrar casa por casa, buscando os esconderijos do Hamas que está causando a perda diária de soldados israelenses sem que haja um resultado decisivo. Somente na semana passada perdemos 10 jovens em Gaza.

É difícil, se não impossível, livrar uma região de terroristas com as mãos algemadas. Desde outubro, Israel tem tentado limpar novamente Jabaliya, Beit Hanun e Beit Lahiya, depois de já tê-lo feito. Mas a pressão para deixar a população voltar para o norte da Faixa, fez com que os terroristas também voltassem e mantivessem sua capacidade administrativa e terrorista. E este erro nos causou a perda de mais de 80 soldados. Trágico e escandalosamente evitável.

Tudo isso faz parte da mania da esquerda de Biden por uma desescalada regional. Depois que o Irã disparou centenas de mísseis contra Israel em abril e outubro passados Biden avisou que os EUA "não iriam se envolver" em nenhuma resposta israelense contra o Irã.

A América continuou assegurando a todos incluindo os iranianos que "não estava envolvida" em qualquer ação de Israel seja contra a Hezbollah ou o Hamas.  

Assim como o governo Obama, o governo Biden, desde o 7 de outubro, buscou redefinir a região por meio da conciliação e concessões ao Irã, não do confronto. Ele posicionou os EUA não como o líder de uma coalizão regional contra o "eixo de resistência" do Irã, mas como um mediador entre Teerã e Jerusalem.

Felizmente, a neutralização da Hezbollah e o colapso do regime de Assad na Síria apoiado pelo Irã, bem como a exposição das defesas aéreas iranianas pela Força Aérea de Israel - um ataque, que foi mais uma vez absurdamente oposto por Biden – expôs a realidade da República Islâmica e abriu espaço para uma nova estratégia.

A situação do Irã hoje se tornou clara: após a destruição de suas redes terroristas e o desmantelamento de seus sistemas de defesa aéreas, o regime se apega às suas duas últimas cartas — o uso dos proxis que sobraram como os Houthis, Hashd al-Shaabi e o PKK ou declarando sua capacidade nuclear.

Mas internamente, apesar de suas campanhas desesperadas de propaganda, a opinião pública iraniana permanece firme contra o regime, paralisando seus esforços. Os ataques de mísseis do regime contra Israel que não causaram qualquer dano, expuseram sua fraqueza militar.

O problema é que este é um regime disposto a suportar qualquer humilhação para ficar no poder, sem vergonha de cometer atrocidades para manter seu controle. No entanto, desta vez, de acordo com vários analistas iranianos, seus esforços serão inúteis. O tigre de papel está ensopado de sangue e não vai mais se levantar. Cabe à comunidade internacional agora finalmente se levantar contra este terrorismo islâmico.

E seu objetivo primordial, deve ser conter a marcha destes aiatolás em direção à bomba nuclear e à hegemonia da região baixo à sua teocracia xiita medieval.

Com o retorno do presidente eleito Donald Trump à Casa Branca em oito dias, há motivos para acreditar que ele dará a Israel apoio, colaboração e espaço para manobrar, que, quem sabe, poderá levar a uma mudança de regime no Irã.

Vamos esperar que Trump, o novo vice-presidente JD Vance e o novo secretário de Estado Marco Rubio adotem um tom totalmente diferente e políticas mais resolutas. Isso pode ser o que Trump quer dizer quando afirma que se o Hamas não libertar imediatamente todos os reféns israelenses, "o inferno vai se soltar em Gaza".

A primeira opção é militar. Mas parece improvável que Trump, que fez campanha para os EUA reduzirem seus engajamentos em guerras estrangeiras, vá enviar os fuzileiros navais para Jabalya.

O que é mais provável, é ele remover os freios de Israel e permitir que tome medidas militares dentro de Gaza às quais o governo Biden se opôs e remover todas as restrições sobre remessas de armas para Israel.

A segunda opção é a pressão econômica. Trump poderia implementar penalidades financeiras contra os países que apoiam o Hamas. Mas como tanto Catar como a Turkia são aliados estratégicos dos EUA, este cenário é improvável.

A terceira opção seria uma ação direta contra o Irã. Se os EUA não quiserem se envolver, podem dar o sinal verde para a ação israelense.

Uma quarta opção seria permitir que Israel reduzisse a ajuda humanitária a Gaza e fizesse o que alguns sugeriram fazer no início da guerra: cortar o fornecimento de eletricidade e gás para a Faixa. A verdade é que sob as regras de guerra, um estado não é obrigado a fornecer eletricidade, gás e água a um estado inimigo que o ataca. E Gaza, é, para todos os efeitos, um estado inimigo. Se Trump quer abrir os portões do inferno em Gaza, a maneira de fazer isso, é permitir que os israelenses fechem os portões de Gaza.

No final das contas, as ameaças de Trump, como quaisquer declarações ousadas, serão medidas por seu impacto e não por seu volume. As famílias dos reféns têm razão quando exigem um acordo em que absolutamente todos os reféns voltem de uma vez para a guerra parar. Assim, se não só sua retórica mas suas ações fizerem diferença e levarem à libertação dos reféns antes ou logo depois de sua posse, Trump poderá reivindicar sua primeira vitória logo nos primeiros dias de sua presidência.

Sunday, January 5, 2025

A Morte de Carter e a Memória Judaica - 05/01/2025

 

Entre muitos outros atributos do povo judeu um que se destaca, é o de ter uma memória muito longa. Faça como o antigo rei persa Ciro que nos ajudou, e nos lembraremos de você para sempre com carinho. Aja contra nós como o rei Antíoco IV fez, e nós o amaldiçoaremos a cada festa de Hanukah. Este nosso talento ficou mais saliente esta semana após a morte, aos 100 anos, do ex-presidente americano Jimmy Carter.

De repente o resto do mundo o aclama como um estadista, apesar da sua fracassada presidência de um só mandato e a pior presidência americana de todos os tempos até que Joe Biden conseguiu arrematar o título. Depois de deixar a Casa Branca, e animado pelo acordo de paz entre Israel e o Egito, ele se tornou um pacificador incansável, um ganhador do Prêmio Nobel da Paz e um modelo de virtudes agora inexistentes.

Sim, muitos judeus e israelenses têm uma reação ambivalente em relação a Carter. Mas o homem cujo legado poderia ter sido estimado pelas futuras gerações judaicas, como ter ruas em Jerusalém em seu nome e comunidades criadas em sua homenagem, será, na melhor das hipóteses, esquecido, se não insultado. Essa é a tragédia de Jimmy Carter, um líder que poderia ter entrado para a história judaica como um segundo Truman, será lembrado, se for o caso, como outro Obama.

A tragédia é agravada pelo fato de que o estado judeu tem uma dívida histórica com Carter. Ele foi inteligente em dois pontos: deixou israelenses e egípcios negociarem diretamente fornecendo um local neutro nos Estados Unidos e insistir em incluir os soviéticos no processo de paz imediatamente após o Egito ter conseguido expulsá-los. Isso convenceu o presidente Anwar Sadat de agir rápida e independentemente dos Estados Unidos. O resultado veio em novembro de 1977, com a visita sem precedentes de Sadat a Israel. Embora o tratado de paz com o Egito nunca tenha chegado a ser uma paz calorosa, ele resistiu a muitas pressões e trocas de governo e aliviou Israel pelo menos em uma frente nos últimos 45 anos.

Infelizmente para ele, essa foi sua única conquista. O autoproclamado campeão dos direitos humanos, Carter se sentia confortável com ditadores do Oriente Médio como Hafez al-Assad e criticava sem parar os líderes democraticamente eleitos de Israel, começando com Menachem Begin.

Assim que os Acordos de Camp David foram assinados, em 1979, Carter embarcou em uma campanha de difamação de mais de quarenta anos contra Israel. Ele insistia que Israel estava violando a Resolução 242 da ONU ao não se retirar para as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias e ao não criar um estado palestino. O fato de que a resolução especificamente não falaa do retorno às fronteiras indefensáveis ​​de 1967 e não faz menção aos palestinos, muito menos à criação de um estado, era completamente rejeitado por ele.

De uma mera interpretação errada da 242, Carter caiu em uma obsessão negra para com Israel, fazendo do Estado judeu a fonte de toda a instabilidade do Oriente Médio e um violador líder mundial dos direitos humanos. Seu livro de 2004, Palestina: Paz, Não Apartheid, baseado em meias-verdades e mentiras deslavadas, efetivamente legitimou a deslegitimação de Israel. Qualquer um que ler este lixo, vai imediatamente notar o antissemitismo declarado de Carter. Ele critica os israelenses seculares por abandonarem a lei judaica e condena os judeus religiosos nacionais por cumpri-la. Sejam de direita ou de esquerda, os judeus não podem fazer nada certo para Jimmy Carter. O antigo fazendeiro de amendoim da Geórgia que disse que passou a vida se arrependendo de seu racismo anterior contra os negros, convenientemente esqueceu que a KKK também assassinou judeus.

Mas Carter não estava satisfeito em apenas difamar Israel. Suas últimas décadas foram dedicadas a passar o pano no Hamas e apresentá-lo como uma organização oposta ao terror e dedicada à paz. Essa foi a mensagem que ele transmitiu nas páginas de opinião do New York Times e em aparições públicas em todo o mundo. Enquanto evitava reuniões com líderes israelenses, ele abraçou Khaled Mashal, Ismail Haniyeh e outros chefes terroristas dizendo repetidamente que eles estavam prontos a aceitar a solução de dois estados baseados nas fronteiras de 67 (até parece). Ele apoiou o Relatório Goldstone que condenou Israel por cometer crimes de guerra durante o conflito de 2008-2009 com Gaza e acusou Israel de sistematicamente deixar a população civil de Gaza passar fome. As tentativas dos terroristas de perfurar a fronteira de Israel foram, no relato de Carter, "túneis defensivos (imaginem só) sendo cavados pelo Hamas dentro do muro que cerca Gaza".

Arrogante e orgulhoso, Carter nunca foi popular entre seus sucessores, democratas e republicanos, que geralmente o evitavam.

Infelizmente, é assim que muitos israelenses se lembrarão de Jimmy Carter — uma pessoa para quem a verdade, especialmente sobre Israel, era facilmente desconsiderada. Uma pessoa que não expressou a menor gratidão pela tecnologia médica israelense que tratou com sucesso seu melanoma ou pelo primeiro-ministro israelense que lhe assegurou, incorretamente, "que você inscreveu seu nome para sempre na história do... povo de Israel". Não. Jimmy Carter não foi um Ciro nem um Truman, no final, ele foi outro Nebuchanetzar que era antes de tudo amigo de Haman.

E agora que entramos em 2025, o que podemos esperar desta guerra que Israel está travando em 7 frentes? E por que Israel continua lutando? Já venceu o Hamas, destruiu a Hezbollah, causou a queda do regime sírio. Por quê? Como se as guerras de autodefesa de Israel tivessem um prazo para expirar. Essa abordagem ingênua ignora a crueldade dos nossos inimigos. Eles não pararam. Estão continuando a guerra que começaram.

A verdadeira questão é "Como Israel pode parar agora, com tantos maníacos homicidas ainda tentando destruir o Estado judeu?"

Por uma, nesta última quinta feira fomos acordados com sirenes às 4:38 de manhã incluindo saindo dos celulares, que nos fizeram pular da cama e correr para o quarto seguro por causa de um míssil do Iêmen. E apesar de Israel ter bombardeado seriamente o Iêmen, eles não cessaram sua agressão. A barragem de mísseis continua e ela fornece a clareza moral e a motivação que os israelenses precisam nesta guerra de várias frentes que passamos anos tentando evitar. Lembrei do que os soldados dizem: “Que não há ateu nas trincheiras”. Sim, mas às 4:30 da manhã garanto que não há também pacifistas nos abrigos.

A implacável estratégia de panela de pressão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está funcionando. Israel erroneamente encerrou as outras guerras prematuramente. Ela não pode mais repetir esses erros. Qualquer um ansioso para que a guerra acabe deve pressionar o Hamas e seus patrocinadores do Catar a libertar todos os reféns, insistir que os terroristas do Hamas saiam de Gaza e exigir que os Houthis e os iranianos parem de disparar seus mísseis.

Nunca subestime o slogan Houthi: "Allah uAkbar: Deus é o maior, Morte à América, Morte a Israel, Maldição aos judeus, Vitória ao islamismo." Eles falam sério — assim como os aiatolás iranianos.

A visão israelense pré-7 de outubro que tolerou o acúmulo de armas nas fronteiras, a cavação de tuneis, treinamento militar de crianças e adolescentes juntamente com ameaças genocidas pelo Hamas, achando que enquanto os milhões do Qatar estivessem entrando, não era do interesse do Hamas atacar Israel, estava errada.

Tendo sido criados para odiar os judeus, os terroristas do Hamas e milhares de outros moradores de Gaza tentaram nos exterminar. Eles estupraram e assassinaram desenfreadamente, decapitaram e sequestraram bebês e torturaram idosos, tudo porque eram judeus — e até não judeus, incluindo muçulmanos, que ousaram viver pacificamente com os judeus.

Ao se juntarem para matar, aplaudidos pelos facilitadores da intifada em todo o mundo, a Hezbollah, os iranianos, seus proxis e os Houthis provaram que muitos no mundo muçulmano querem a aniquilação de todos os judeus "do rio ao mar" e, muitas vezes, também no exterior. O que os terroristas não contavam foi com a nossa mobilização.

As estatísticas inestimáveis ​​no site do INSS Swords of Iron Real Time Tracker mostram que, desde 7 de outubro, os israelenses correram para o abrigo 31.3 vezes, enquanto mais de 27 mil mísseis atingiram o estado judeu. No entanto, Israel é a agressora.

Os palestinos lançaram 6.349 ataques terroristas desde 7 de outubro. No entanto, Israel é a opressora. A mídia ignora os ataques em andamento contra Israel, também os vindos de Gaza, enquanto os bibifóbicos culpam Israel por se defender, e o mundo aguarda que Israel faça o trabalho sujo de acabar com os Houthis.

Sim, o mais apropriado seria uma coalizão internacional ser formada para esmagar o Irã e os Houthis que afetaram as rotas marítimas internacionais. Mas agora é Israel quem deve responder.

Israel não tem fronteira nem com o Irã, nem com o Iêmen. No entanto, o mundo só conta os mísseis que eles lançaram ignorando quantos milhares poderiam ter sido mortos se apenas uma de suas cargas de 200, 300 ou 400 kg tivesse detonado em algum bairro.

Não, o Irã e os Houthis não estão lutando para a criação de um estado palestino. Eles querem que a gente suma. Esse é o problema. Eles não querem judeus em lugar nenhum do Oriente Médio ou até do mundo.

A única resposta, então como agora, é que temos em 2025, que vencer claramente. Fazer com que nossos inimigos se rendam e nos temam, e depois da nossa vitória, se e quando eles estiverem finalmente prontos, deixarmos de fazer guerras para fazer paz.