Sunday, September 30, 2012

O Discurso que Obama Deveria ter Dado - 30/09/2012


O discurso de Barack Obama na Assembléia Geral das Nações Unidas esta semana brilhou pela falta. Em vez de dirigir-se aos chefes de Estado presentes e ao mundo em geral, como está em campanha para a reeleição, ele preferiu se dirigir ao povo americano, ainda indignado pelo assassinato brutal do embaixador Chris Stevens. Depois, como para justificar os bilhões de dólares dos contribuintes americanos que estão sendo enviados aos árabes, ele se dirigiu aos povos da região, hoje borbulhando de sentimentos anti-americanos.

Não podemos dizer que ele não é concentrado em seu objetivo. No dia do ataque que causou a morte do embaixador na Líbia Obama simplesmente disse que “teve um dia difícil” e logo voou para Las Vegas para angariar fundos para sua campanha.

Mas, uma vez por ano todos os líderes do mundo inteiro se encontram na Assembléia Geral abrindo uma oportunidade única para reunir várias partes e negociar soluções para problemas.

O mundo está em tumulto. Só nesta semana tivemos manifestações violentas na Grécia, na Espanha, na Itália por causa da recessão na Europa. Empresas francesas gigantes como a montadora Peugeot-Citroen e a farmacêutica Sanofi anunciaram demissões em massa aumentando a crise de desemprego na França. A China e o Japão estão a beira de um confronto sobre um punhado de ilhas. Os países árabes com suas revoluções, a situação na Síria que se deteriora a cada dia, o programa nuclear da Coréia do Norte, a ameaça nuclear do Irã, mas nada disso teve precedência sobre sua campanha. Obama só teve tempo para ir ao programa The View com a comediante Whoopy Goldberg.

Em conclusão, seu discurso foi uma repetição do mesmo mantra dos últimos 4 anos: o Irã deve se submeter à inspeções e suspender qualquer programa nuclear armamentista ou então... bem, apesar de intolerável, todas as opções estão na mesa. Já cansamos de ouvir isso. Foi uma vergonha.

Netanyahu, por seu lado, também fez um discurso incomum. Mas contrariamente à Obama, o seu foi profundamente significativo. Ele conseguiu ser ao mesmo tempo rabino, historiador, professor de física nuclear e um líder lutando contra mais uma tentativa de aniquilação do nosso povo.

Ele começou dizendo que por três mil anos os judeus viveram na terra de Israel, mesmo sofrendo perseguições, escravidão e exílio. Isso foi uma resposta direta à Abbas que em seu discurso no dia anterior, tirou do seu chapéu mágico um “antigo povo palestino” do qual Abraão e Jesus teriam feito parte. Este “povo” tinha “uma vida linda e harmoniosa”, até a chegada dos sionistas e da Nakba – o dia da tragédia como eles chamam a criação do Estado de Israel. Como se os judeus não tivessem raízes na região. Difícil acreditar que alguém que vê sua existência como tragédia estaria pronto para com ele fazer a paz e lhe reconhecer  direitos. Fica mais complicado ainda quando um país como o Egito, que assinou um tratado de paz, declara, como o fez hoje, que toda Israel é Palestina ocupada.

Mas acima de tudo, o discurso de Netanyahu foi de um líder confrontado por centrífugas e urânio enriquecido por um regime iraniano medieval e apocalíptico. Centrífugas que não param de operar enquanto o ocidente tenta convencer os Ayatolahs a dialogar.

Netanyahu esteve muitas vezes na sede na ONU aqui em Nova Iorque. Eu também estive e posso atestar para sua rejeição ao estado de Israel e um antissemitismo que transpira por todas suas paredes e corredores. Mas Netanyahu como soberbo orador que é, conseguiu fazer daquele pódio, o seu.

Os iranianos estão marchando em direção à bomba nuclear e em menos de um ano eles terão suficiente urânio enriquecido em alta porcentagem. Aí será uma questão de meses para eles montarem uma bomba. Seu objetivo não foi de justificar um ataque amanhã mas fazer de tudo para convencer a comunidade internacional da necessidade de estabelecer um ponto de não retorno para os iranianos. Exatamente como nos ensina a história.

Netanyahu lembrou bem que quando linhas claras foram traçadas, a guerra foi evitada. A criação da OTAN, avisando que um ataque a qualquer membro seria um ataque a todos, assegurou a paz para a Europa. O presidente Kennedy, ao estabelecer uma linha vermelha evitou a crise dos mísseis de Cuba.

De fato, linhas vermelhas já funcionaram com o Irã. No começo deste ano, quando o regime iraniano ameaçou fechar o estreito de Hormuz, os Estados Unidos avisaram que este ato teria sérias consequências e os iranianos voltaram atrás.

Netanyahu deslanchou sua carreira como embaixador de Israel na ONU. Não é de espantar que foi do seu pódio que ele proferiu este discurso contundente. Muitos na mídia criticaram o diagrama da bomba como criancice mas não é ao uso de um desenho que devemos atentar. É ao impacto que terá a compreensão do problema pelos líderes presentes.

O primeiro ministro de Israel reiterou que hoje estamos numa guerra entre civilizações. O extremismo islâmico não é só uma ameaça a Israel, mas à Europa, aos Estados Unidos, ao Brasil. Se alguém leu a tradução do discurso de Ahmadinejad pode notar que ele se referiu várias vezes ao Mahdi que ele acredita virá numa guerra apocalíptica impondo o islamismo ao mundo. Logo no início ele pede para D-us acelerar a vinda do seu amado, e dar-lhe saúde e vitória e fazer dele (Ahmadinejad) e de todos aqueles que acreditam nele, seus melhores companheiros.

Se hoje o Irã é um país perigosíssimo, tendo perpetrado atos terroristas até na Argentina, imaginem o Irã armado com uma bomba atômica!

Muçulmanos em todos os países estão se radicalizando e tentando impor seus valores medievais de opressão às mulheres, aos homossexuais, às minorias, à liberdade de expressão e de culto. Após a Segunda Guerra, a comunidade internacional decidiu reconstruir o mundo rejeitando doutrinas como estas. Todos poderiam ter direito à sua opinião sem medo de perseguição ou discriminação - mas ninguém teria direito aos seus próprios fatos.

Hoje, infelizmente, já não podemos expressar nossa opinião livremente - basta ver as reações ao filme contra o profeta muçulmano - e cada um nega, distorce ou inventa fatos de acordo com sua conveniência.

A verdade é que o discurso de Bibi na quinta-feira deveria ter sido proferido pelo líder do mundo livre. Infelizmente, o homem que detém este título, o presidente americano Barack Obama – escolheu um discurso vazio, desprovido de qualquer espinha dorsal.

Esta tarefa então coube a Netanyahu, obrigado a substituir Obama e advertir a civilização moderna dos perigos à sua frente.

Estamos num momento histórico crucial. Vamos rezar para que em Novembro, D-us tenha pena de nós e aponte um verdadeiro líder para os Estados Unidos.



No comments:

Post a Comment