O
presidente americano Barack Obama está de viajem marcada para Israel. Ele deve se
ter dado conta que se não agisse rápido, seria o primeiro presidente democrata a
não visitar seu aliado no Oriente Médio desde Lyndon Johnson, na década de 60.
O
que os assessores de Obama estão dizendo, no entanto, é que esta viagem será
para discutir apenas a situação na Síria e o Irã. Se isso for verdade, Obama
chegou à conclusão de que não há como fazer a paz entre Israel e os Palestinos
e que o importante agora é evitar uma guerra com o Irã.
Então,
o que será que Obama virá oferecer a Israel e qual será a resposta do Estado
judeu?
Sobre
a Síria, historicamente nunca houve muito amor entre o clã dos Assad e Israel. Mas
também é verdade que eles mantiveram sua fronteira calma durante décadas.
A
queda de Assad hoje terá várias consequências. Primeiro, será uma derrota para
o Irã. A instalação de um governo sunita na Síria enfraquecerá a Hezbollah no
Líbano removendo a maior ameaça à fronteira de Israel hoje. Além disso, se
houver um ataque às usinas nucleares do Irã, é pouco provavel que um governo
sunita sirio pensará em retaliar contra Israel.
O
fato é que para Israel a questão não é qual governo ficará ou tomará o poder na
Síria mas como este governo irá se comportar.
Um
governo da Irmandade Muçulmana é preocupante pois poderá renovar as
hostilidades e o conflito armado contra Israel inclusive usando agentes
terroristas no Líbano e em Gaza.
Israel
está também preocupada com a quantidade de armas enviadas aos rebeldes e seu
destino quando a guerra civil terminar. Elas provavelmente terminarão nas mãos
dos terroristas salafistas que terão como objetivo maior atacar Israel através
da fronteira. Um exemplo real deste processo que vemos hoje é a Líbia.
Tudo
isso está sendo descartado por esta administração americana. Obama só fala de
prospectos rosados de uma democracia na Síria, e de como a Irmandade Muçulmana
lá é moderada e pragmática e como ela pode ser usada para deter os salafistas.
Mas
o fato é que em relação a Israel, a ideologia da Irmandade Muçulmana e a dos
salafistas não difere de modo algum.
Os
israelenses irão sentar com os americanos em discussões educadas, e às vezes
sarcásticas quando estiverem a sós. Os interesses dos dois países podem não ser
diversos mas Obama nunca procurou proteger os interesses americanos.
Que
os Estados Unidos irão ajudar os rebeldes é ponto pacífico. E estes rebeldes
são viceralmente anti-Israel. Eles formarão uma aliança com o Egito e o Hamas,
tentarão desestabilizar a Jordânia e darão armas e ajuda a terroristas contra
Israel.
Sobre
o Irã, a delegação americana irá reforçar seu otimismo na efetividade das
sanções e negociações e deverá exigir que Israel não faça absolutamente nada
até as eleições em Junho na esperança que um partido mais moderado substitua Ahmadinejad
no governo. Em outras palavras, Obama pregará esperança e paciência.
Além
disso, repetirão que todas as opções estão ainda na mesa e que os Estados
Unidos nunca aceitarão que o Irã adquira armas nucleares. Como a América espera
impedir isto não está claro. Todos nós sabemos que Obama nunca irá atacar
qualquer usina nuclear do Irã ou aprovar uma operação israelense desta natureza.
Haverá
também conversas sobre esforços da inteligência e operações secretas de
sabotagem, talvez envolvendo uma cooperação entre os Estados Unidos e Israel.
Netanyahu
dirá que está pronto a dar ao Ocidente mais tempo para tentar resolver a
questão diplomaticamente incluindo as sanções. Ele também lhes dirá que
negociações não darão qualquer resultado. Ele poderá até se comprometer a esperar
até o final de 2013 mas se 2014 entrar com o Irã no mesmo ritmo em direção à
bomba, então a opção militar deverá ser usada.
Obama
continuará a negar que sua estratégia é meramente de contenção. Ele prosseguirá
assim até que os mullahs anunciem ou testem sua bomba nuclear quando será tarde
demais para impedi-los. Os Estados Unidos então usarão de outras formas de
contenção da mesma forma que o fizeram com a Coréia do Norte.
É
bom lembrar que Bill Clinton, quando presidente, jurou que nunca deixaria que a
Coréia do Norte adquirisse armas nucleares chegando até a ameaçar atacar o país
comunista. Não só a Coréia do Norte adquiriu a bomba mas é o maior contribuinte
para o programa nuclear iraniano. E os Estados Unidos não fizeram nada.
A
diferença é que a Coréia do Norte não saiu por aí ameaçando apagar outros
países do mapa e até onde sabemos não patrocina o terrorismo islâmico mundial.
E
aí temos Chuck Hagel, o novo secretário de defesa dos Estados Unidos. Junto com
John Kerry, o novo secretário de estado e John Brennan o novo chefe da CIA,
eles criarão a perfeita tempestade unindo uma ideologia anti-Israel e apaziguadora
dos inimigos do estado judeu e uma temível incompetência e inexperiência.
Ao
final da visita de Obama todos declararão que o encontro foi um sucesso e que a
amizade entre a América e Israel nunca esteve tão forte. Que Obama é um grande
presidente e um amigo maravilhoso dos judeus. Obama então retornará a
Washington para continuar a ajudar os governos islamistas e anti-Israel no
Egito, Tunisia, Líbano, Siria e Turquia, certificando-se que Israel nunca
tomará atitudes drásticas contra o Hamas em Gaza ou contra o Irã.
Ao
final, Obama alcançará o objetivo que foi o seu desde o começo: enfraquecer a
América e seus aliados relegando sua influência a um papel secundário na
política mundial e sujeitando o país líder do mundo livre aos humores de países
mediocres, não-democráticos e tiranos.
Só
resta saber o que Israel irá realmente fazer.
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