Monday, April 27, 2015

A Atração dos Jovens pelo Estado Islâmico - 26/04/2015

Ultimamente não há semana sem que jovens nascidos ou criados no Ocidente sejam presos tentando se juntar ao Estado Islâmico e outros tantos que conseguem fazê-lo. Na semana passada seis jovens americanos, do Estado de Minnesota foram presos a caminho da Turquia de onde atravessariam a fronteira com a Síria para se juntarem ao grupo. De acordo com o porta-voz do FBI, os seis estavam focados neste objetivo, não estavam confusos ou indevidamente influenciados. O mesmo fenômeno pode ser visto na Europa e o mais interessante é que moças jovens estão seguindo o mesmo caminho.

Em fevereiro deste ano, três alunas exemplares de 15 anos de Londres, conseguiram embarcar para a Turquia e de lá desapareceram. A viúva do terrorista do supermercado casher em Paris, Hayat Boumeddiene de 26 anos, foi aparentemente reconhecida numa foto segurando uma metralhadora ao lado de terroristas do Estado Islâmico.  Em janeiro, o governo da Austrália declarou que estava com um problema crescente de jovens australianos tentando se juntar ao grupo. E há dois anos, o canal France 24 fez uma reportagem alarmante sobre o recrutamento de jovens por radicais islâmicos nas favelas do Brasil.

O que está atraindo jovens de países do primeiro mundo, com todas as vantagens de boa educação, saúde e trabalho, alguns se convertendo para fazerem parte de um grupo sanguinário como o Estado Islâmico?  Qual é a atração para adolescentes de participarem de decapitações e para moças esclarecidas, se tornarem escravas sexuais? Como os bolchevistas, os nazistas e os fascistas antes deles, o que estes radicais islâmicos estão prometendo é uma nova era. Um ideal abstrato e idílico que trará uma estrutura com um lugar e papel definido para cada um e apagará tudo do seu caminho: leis, nações, costumes e tradições. Seu sucesso e confiança os levaram a dominar o norte do Iraque e metade da Síria em menos de dois anos. Para os jovens isto é prova que este ideal poderá ser alcançado e eles querem fazer parte dele.

Jovens de todas as culturas são atraídos pelo inatingível. Os hormônios e a vontade de provar algo para seus pais os levam a escolher a luta no lugar da prosperidade, o desafio no lugar do conforto.  A certeza apocalíptica do Estado Islâmico em vez da incerteza que caracteriza o ocidente.

Nas últimas décadas de sucessivos governos socialistas, as crianças têm crescido ao refrão da canção “Imagine” de John Lennon. Imaginem um mundo sem países, sem religião... O ideal é não termos uma cultura prevalente, o patriotismo é perigoso, as nações obsoletas, expressões de religiosidade são banidas, todo o resto é permitido exceto a discriminação.

Jovens que na adolescência estão à procura de uma estrutura e identidade, então encontram o Estado Islâmico! Assim explicado não é nenhum absurdo vermos milhares deles tentando entrar na Síria.

E é aí que o Presidente Obama e outros líderes do ocidente estão perdendo o barco. Enquanto eles enfatizam o fato de ataques serem raros e geralmente limitados, os líderes não estão vendo que o problema é a falta de valores, do orgulho de pertencer.

Na semana passada uma veterana da força aérea americana foi presa por tentar salvar a bandeira dos Estados Unidos de estudantes que a estavam pisoteando em uma universidade da Geórgia. Os policiais simplesmente disseram que aquilo era liberdade de expressão. Quando não há orgulho por sua nação e defesa dos seus valores há uma quebra no tecido do país e os inimigos sabem disto.

Vladimir Putin prometeu um cessar-fogo na Ucrânia. Enquanto os ucranianos estavam depondo suas armas, Putin avançava na cidade de Debaltseve. Um membro do parlamento europeu chegou a dizer que sonhava com a volta de Ronald Reagan. Para ele Reagan era louco, mas pelo menos os russos sabiam que ele era louco.

O que fazer então para reconquistar os corações destes jovens? A única coisa a ser feita é vencer o Estado Islâmico. Eles irão amar e seguir aquele que vencer.

Os jihadistas estão na ofensiva porque al-Bagdadi anunciou a volta do califado. O Islamismo como o Cristianismo e o Judaísmo fala do fim dos tempos. Mas sua tradição apocalíptica, diferente das outras religiões, prevê uma batalha entre as forças do bem e do mal, entre o mundo do Islão e o mundo que o Islão precisa dominar antes do Julgamento Final. Os jihadistas, é claro, definem o ocidente como o mal.

Interessante que há cem anos, na véspera da Grande Guerra, a Inglaterra se preocupou com o impacto sobre os súditos muçulmanos na India e no Egito. Afinal o Império Otomano era o inimigo e o Sultão, o califa, o líder de sua religião. O impacto foi que 400 mil muçulmanos se juntaram ao exército britânico e contra o Sultão e a Turquia, simplesmente porque a Inglaterra era a mais forte.

Eles seguiram os vencedores.

O Irã nesta semana continuou a mostrar seus músculos enviando navios de guerra para a costa do Yemen. Mas quando os Estados Unidos enviaram um porta-aviões para segui-los, os iranianos deram meia volta e voltaram para casa. Eles respeitam a força.

Quando estava no primário, lembro que todas as manhãs a primeira coisa que fazíamos era a fila para cantarmos o hino nacional e hastearmos a bandeira. Era uma honra ser escolhido para hastear a bandeira. Estudávamos o significado do verde amarelo, comemorávamos o dia de Tiradentes, do Descobrimento, da Independência, da Abolição dos Escravos e da República. Tínhamos orgulho da nossa história e do nosso país. 

Hoje, o que o povo no Oriente Médio vê quando olha para o Ocidente? Um grupo de nações corruptas, esclerosadas, apologéticas, amarradas pelo dogma do multiculturalismo. Uma civilização que tem como as maiores virtudes não a coragem, a integridade, a honestidade ou o patriotismo, mas apenas a determinação de evitar ofender alguma minoria. Nações com o melhor exército e armas do mundo sendo manobradas por uma gangue paramilitar de soviéticos saudosos e por tiranos islâmicos medievais.

É tão difícil ver porque jovens preferem o romântico grito de batalha e de vitória de Al-Bagdadi?

Nossos valores centrais são indiscutíveis: Liberdade de expressão, de associação, separação da igreja e estado, igualdade de todos os adultos perante a lei. São estes valores e liberdades que permitiram os sonhadores, os curiosos e os de grande imaginação a concretizarem seus sonhos e trazerem o grande desenvolvimento que o mundo viu no último século.

Precisamos defender estes direitos com unhas e dentes e também, com o uso de armas. Mas é também preciso uma reflexão e um reconhecimento que o multiculturalismo é uma doutrina falida. Precisamos retomar as aulas de civismo e demonstrar nosso orgulho como cidadãos, americanos, brasileiros, franceses, ingleses. Só assim preservaremos nosso modo de vida e exporemos a insanidade destes movimentos islâmicos radicais.


Sério. Os jovens retornarão a nós quando vencermos.


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