Ultimamente não há semana sem
que jovens nascidos ou criados no Ocidente sejam presos tentando se juntar ao
Estado Islâmico e outros tantos que conseguem fazê-lo. Na semana passada seis
jovens americanos, do Estado de Minnesota foram presos a caminho da Turquia de
onde atravessariam a fronteira com a Síria para se juntarem ao grupo. De acordo
com o porta-voz do FBI, os seis estavam focados neste objetivo, não estavam
confusos ou indevidamente influenciados. O mesmo fenômeno pode ser visto na
Europa e o mais interessante é que moças jovens estão seguindo o mesmo caminho.
Em fevereiro deste ano, três alunas
exemplares de 15 anos de Londres, conseguiram embarcar para a Turquia e de lá
desapareceram. A viúva do terrorista do supermercado casher em Paris, Hayat
Boumeddiene de 26 anos, foi aparentemente reconhecida numa foto segurando uma metralhadora
ao lado de terroristas do Estado Islâmico. Em janeiro, o governo da Austrália declarou
que estava com um problema crescente de jovens australianos tentando se juntar
ao grupo. E há dois anos, o canal France 24 fez uma reportagem alarmante sobre
o recrutamento de jovens por radicais islâmicos nas favelas do Brasil.
O que está atraindo jovens de
países do primeiro mundo, com todas as vantagens de boa educação, saúde e
trabalho, alguns se convertendo para fazerem parte de um grupo sanguinário como
o Estado Islâmico? Qual é a atração para
adolescentes de participarem de decapitações e para moças esclarecidas, se
tornarem escravas sexuais? Como os bolchevistas, os nazistas e os fascistas
antes deles, o que estes radicais islâmicos estão prometendo é uma nova era. Um
ideal abstrato e idílico que trará uma estrutura com um lugar e papel definido
para cada um e apagará tudo do seu caminho: leis, nações, costumes e tradições.
Seu sucesso e confiança os levaram a dominar o norte do Iraque e metade da
Síria em menos de dois anos. Para os jovens isto é prova que este ideal poderá
ser alcançado e eles querem fazer parte dele.
Jovens de todas as culturas
são atraídos pelo inatingível. Os hormônios e a vontade de provar algo para
seus pais os levam a escolher a luta no lugar da prosperidade, o desafio no
lugar do conforto. A certeza
apocalíptica do Estado Islâmico em vez da incerteza que caracteriza o ocidente.
Nas últimas décadas de
sucessivos governos socialistas, as crianças têm crescido ao refrão da canção “Imagine”
de John Lennon. Imaginem um mundo sem países, sem religião... O ideal é não
termos uma cultura prevalente, o patriotismo é perigoso, as nações obsoletas, expressões
de religiosidade são banidas, todo o resto é permitido exceto a discriminação.
Jovens que na adolescência
estão à procura de uma estrutura e identidade, então encontram o Estado
Islâmico! Assim explicado não é nenhum absurdo vermos milhares deles tentando
entrar na Síria.
E é aí que o Presidente Obama
e outros líderes do ocidente estão perdendo o barco. Enquanto eles enfatizam o
fato de ataques serem raros e geralmente limitados, os líderes não estão vendo
que o problema é a falta de valores, do orgulho de pertencer.
Na semana passada uma veterana
da força aérea americana foi presa por tentar salvar a bandeira dos Estados
Unidos de estudantes que a estavam pisoteando em uma universidade da Geórgia.
Os policiais simplesmente disseram que aquilo era liberdade de expressão.
Quando não há orgulho por sua nação e defesa dos seus valores há uma quebra no
tecido do país e os inimigos sabem disto.
Vladimir Putin prometeu um
cessar-fogo na Ucrânia. Enquanto os ucranianos estavam depondo suas armas,
Putin avançava na cidade de Debaltseve. Um membro do parlamento europeu chegou
a dizer que sonhava com a volta de Ronald Reagan. Para ele Reagan era louco,
mas pelo menos os russos sabiam que ele era louco.
O que fazer então para reconquistar
os corações destes jovens? A única coisa a ser feita é vencer o Estado
Islâmico. Eles irão amar e seguir aquele que vencer.
Os jihadistas estão na
ofensiva porque al-Bagdadi anunciou a volta do califado. O Islamismo como o
Cristianismo e o Judaísmo fala do fim dos tempos. Mas sua tradição
apocalíptica, diferente das outras religiões, prevê uma batalha entre as forças
do bem e do mal, entre o mundo do Islão e o mundo que o Islão precisa dominar
antes do Julgamento Final. Os jihadistas, é claro, definem o ocidente como o
mal.
Interessante que há cem anos,
na véspera da Grande Guerra, a Inglaterra se preocupou com o impacto sobre os
súditos muçulmanos na India e no Egito. Afinal o Império Otomano era o inimigo
e o Sultão, o califa, o líder de sua religião. O impacto foi que 400 mil
muçulmanos se juntaram ao exército britânico e contra o Sultão e a Turquia,
simplesmente porque a Inglaterra era a mais forte.
Eles seguiram os vencedores.
O Irã nesta semana continuou a
mostrar seus músculos enviando navios de guerra para a costa do Yemen. Mas quando
os Estados Unidos enviaram um porta-aviões para segui-los, os iranianos deram
meia volta e voltaram para casa. Eles respeitam a força.
Quando estava no primário,
lembro que todas as manhãs a primeira coisa que fazíamos era a fila para
cantarmos o hino nacional e hastearmos a bandeira. Era uma honra ser escolhido
para hastear a bandeira. Estudávamos o significado do verde amarelo,
comemorávamos o dia de Tiradentes, do Descobrimento, da Independência, da
Abolição dos Escravos e da República. Tínhamos orgulho da nossa história e do nosso
país.
Hoje, o que o povo no Oriente
Médio vê quando olha para o Ocidente? Um grupo de nações corruptas, esclerosadas,
apologéticas, amarradas pelo dogma do multiculturalismo. Uma civilização que
tem como as maiores virtudes não a coragem, a integridade, a honestidade ou o
patriotismo, mas apenas a determinação de evitar ofender alguma minoria. Nações
com o melhor exército e armas do mundo sendo manobradas por uma gangue paramilitar
de soviéticos saudosos e por tiranos islâmicos medievais.
É tão difícil ver porque
jovens preferem o romântico grito de batalha e de vitória de Al-Bagdadi?
Nossos valores centrais são
indiscutíveis: Liberdade de expressão, de associação, separação da igreja e
estado, igualdade de todos os adultos perante a lei. São estes valores e
liberdades que permitiram os sonhadores, os curiosos e os de grande imaginação a
concretizarem seus sonhos e trazerem o grande desenvolvimento que o mundo viu
no último século.
Precisamos defender estes
direitos com unhas e dentes e também, com o uso de armas. Mas é também preciso
uma reflexão e um reconhecimento que o multiculturalismo é uma doutrina falida.
Precisamos retomar as aulas de civismo e demonstrar nosso orgulho como cidadãos,
americanos, brasileiros, franceses, ingleses. Só assim preservaremos nosso modo
de vida e exporemos a insanidade destes movimentos islâmicos radicais.
Sério. Os jovens retornarão a nós quando vencermos.
No comments:
Post a Comment