As últimas semanas foram
cheias de acontecimentos que provaram de uma vez por todas a mal pensada, péssima
enfim, desastrosa política externa de Obama. Isto se ele já teve alguma. Sua incompetência
ficará nos anais da história como a causa do próximo conflito mundial. Seu
legado será pior do que o de Neville Chamberlain, para sempre lembrado como o
apaziguador-mor que levou Hitler a atacar o mundo.
Desde que Obama assumiu a
presidência dos Estados Unidos há seis anos atrás, a América não está melhor.
Quem está melhor é Vladimir Putin e o Irã. Quem está melhor acima de todas as
expectativas, são os extremistas islâmicos. O mundo ocidental, o mundo livre e
democrático, este não está melhor.
A Ucrânia definitivamente não
está melhor; a Síria, a Líbia, o Iraque, o Afeganistão e o Iêmen também não. A Austrália,
a França e a Dinamarca não estão melhores; mas quem está pior de todos desde
que Obama assumiu o poder, é o maior aliado dos Estados Unidos no Oriente
Médio, Israel.
Em 2009, quando Obama virou
presidente, o Iraque havia sido pacificado, a Al-Qaeda tinha sido vencida e o
futuro parecia brilhoso. O vice-presidente Biden em 2010 disse numa entrevista na
CNN que ele estava muito otimista sobre o Iraque. Segundo ele, a economia do
Iraque cresceria “mais rápido do que a da China e Índia”, pois a violência
tinha supostamente diminuído.
O suposto “progresso” no
Iraque estava acabado em 2014. O Estado Islâmico, chamado de time dos mirins
por Obama já havia cruzado a fronteira da Síria, matando, escravizando,
estuprando e torturando milhares de pessoas num vasto território.
O Iraque não foi um fracasso.
Quem fracassou foi a América ao deixar o país ao Deus dará para cumprir uma
promessa de campanha.
O Oriente-Médio está caminhando
para o caos total e o resto do mundo já está sentindo os efeitos. Em fevereiro,
os Estados Unidos foram obrigados a fechar e evacuar sua embaixada no Iêmen. Chegou
ao fim a participação americana contra a Al-Qaeda da Península Árabe, instalada
no país. Este é o ramo da Al-Qaeda especializado em atos terroristas no
exterior. Lembro que os assassinos do Charlie Hebdo em Paris foram treinados e
financiados por eles.
Há duas semanas os Houthis, rebeldes xiitas patrocinados
pelo Irã, tomaram a capital. Por sua posição estratégica na boca do Golfo de
Aden, o Iêmen tem um papel crítico na estabilidade do Oriente Médio. Se o Irã
consolidar seu domínio no país, controlará todas as rotas de escoamento de
petróleo e poderá estrangular a Arábia Saudita e os outros países árabes
sunitas, além do resto do mundo que depende deste petróleo. Isto sem dúvida foi
uma ação premeditada que dará ao Irã o controle do petróleo do mundo e com o
que ameaçar o ocidente se as sanções não forem levantadas ou se forem
reimpostas. O presidente do Iêmen já fugiu para o Egito e o país está a beira
de uma guerra civil.
O Irã apostou que como no
Iraque contra o Estado Islâmico, os Estados Unidos não iriam se intrometer no
Iêmen pois os Houthis xiitas também estão em guerra contra a Al-Qaeda sunita.
A Arábia Saudita e os outros
países do Golfo estão vendo mais além do que o desenrolar desta insanidade
americana e resolveram formar uma coalizão para libertar o Iêmen do Irã, que
inclui os Emirados Árabes, Kuwait, Qatar, Bahrain, Jordânia, Egito e Sudão. No
entanto esta coalizão ainda precisa do apoio logístico dos Estados Unidos que
concordou em participar de longe.
O paradoxo da posição
americana é trágico. De um lado os Estados Unidos estão sentados na Suíça
tentando negociar um acordo com o Irã sobre seu programa nuclear e o fim das
sanções e por outro estão dando suporte a um esforço para eliminar um braço
armado do Irã. Isto mostra uma falta total de visão estratégica e confusão sobre
os interesses americanos no Iêmen e no resto do Oriente Médio. Há apenas seis
meses, Obama citou o Iêmen, como um de seus “sucessos”. Seu outro “sucesso”, a
Somália, está desgovernada há décadas e exportando terrorismo para o resto da África.
Contrariamente ao que Obama
prega, a consequência desta política fracassada será uma proliferação nuclear
na região e ao final, um sucessor de Obama terá que agir mas desta vez contra
um inimigo armado com uma bomba nuclear. Esta é uma realidade muito diferente
da Guerra Fria pois os russos não são muçulmanos radicais que não se importam
em morrer. Não há qualquer dúvida que eles usarão a bomba.
É visível que Obama agora não
se importa de mais nada além do seu legado. Ele colocou na cabeça que quer ser
lembrado como o presidente que aceitou o Irã como a potência do Oriente Médio
literalmente jogando os países árabes sunitas, tradicionalmente aliados da
América para baixo do ônibus. Seu único obstáculo é Bibi Netanyahu,
primeiro-ministro de Israel.
Nas últimas semanas comentei
como Obama continua a agir como uma criança birrenta para com Israel. Tudo isso
por causa da vitória de Bibi numa demonstração de força e claridade do povo
israelense contra a política irracional de Obama. Além de dizer que irá “reavaliar”
o relacionamento com Israel, Obama agora, abriu o jogo sobre sua ideologia para
com o Estado judeu.
Há alguns dias, seu porta-voz,
Dennis McDonough disse numa conferência do grupo de extrema esquerda J Street
que uma ocupação de 50 anos precisa terminar. Existem dezenas de disputas de
território ao redor do mundo. A China ocupa o Tibete a 66 anos. O norte de
Chipre está ocupado pela Turquia desde 1974. A Crimeia, parte da Ucrânia,
acabou de ser roubada e anexada pela Russia! Não há continente que não tenha
sua lista de territórios ocupados incluindo 23 disputas entre países europeus.
Mas Obama prometeu em sua
campanha, criar o Estado da Palestina e para isso, também Bibi é um obstáculo. E
com ainda 20 meses de governo pela frente, as luvas foram retiradas e o antissemitismo
veio à tona: para Obama, Israel é um ocupador estrangeiro injusto, um obstáculo
para a paz e não merecedor do apoio automático dos Estados Unidos na ONU.
Obama não se incomoda com os
brados do Supremo Líder do Irã de “morte à América” em meio às negociações, pois
está ocupado em atacar os judeus e Israel. Tudo isso para cumprir outra
promessa de campanha e ser lembrado como o presidente que criou a Palestina, da
mesma forma que ele quis ser o presidente que restabeleceu as relações com Cuba,
independente das abomináveis violações dos direitos humanos pelos irmãos Castro.
Tudo o que uma pessoa normal
pensaria, Obama e sua administração pensam o oposto. E no Oriente Médio a
situação é muito pior, muito mais volátil e envolvendo armas nucleares.
No domingo passado o
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu avisou que o acordo a ser assinado pelos
Estados Unidos com o Irã, é muito pior do que o esperado. Com o Oriente Médio
afundando num caos sem precedente por causa do Irã, esta não é a hora de
retirar as sanções. É possível que o acordo não saia, não por causa dos Estados
Unidos, mas surpreendentemente por causa da França que acha que os termos não
são suficientes.
O estrago que Obama irá deixar
é imenso. Esta administração precisa saber que eles podem querer deixar o
Oriente Médio, mas o Oriente Médio não deixará os Estados Unidos. A opinião do
Supremo Líder do Irã não mudou. A América ainda é o Grande Satã que precisa ser
exterminado.
No comments:
Post a Comment