Tuesday, June 16, 2015

O Momento Chamberlain de Obama - 14/06/2015

O presidente Americano Barack Obama mais uma vez passou por cima de todo o bom senso e transferiu seis dos mais perigosos detentos da Baía de Guantánamo, desta vez para o Sultanato de Omã. Entre eles, os guarda-costas de Osama Bin Laden.  Em 2008, em sua campanha para presidente, Obama prometeu fechar a prisão da base naval americana de Guantánamo e ele está disposto a pagar qualquer preço para atingir este objetivo.

Junto com sua declaração na Europa que, depois de dois anos, ele ainda não tem uma estratégia clara para vencer o Estado Islâmico, temos um quadro bem negro para o futuro da paz mundial.

Está claro que nestes últimos 18 meses de sua presidência, Obama já não liga para a razão e seu único objetivo é consolidar o legado de sua presidência. E seu foco direto ou indireto está em Israel.

Nesta semana Obama obteve uma decisão da Suprema Corte anulando uma lei aprovada pelo Congresso em 2002, mandando que nos passaportes dos filhos de americanos nascidos em Jerusalém, constasse “Israel”. De acordo com as diretivas do Departamento de Estado os passaportes omitem Israel como o país de nascimento da criança. No lugar, está somente escrito “Jerusalém”. Isto é uma infantilidade pois é o mesmo que não reconhecer Israel como país.

Estes e outros passos em falso em sua política externa geraram uma enxurrada de críticas a Obama inclusive de seus maiores defensores. O renomado professor de Harvard, Alan Dershowitz, que o apoiou em ambas as eleições, neste final de semana expressou grande desapontamento com a ignorância de Obama sobre Israel e sua ingenuidade e fraqueza nas negociações com o Irã.

Mas foram as declarações do ex-chefe da Agência de Inteligência Militar de Obama Brigadeiro General Michael Flynn, na segunda-feira da semana passada, que dominaram as manchetes. Em testemunho ao Congresso, Flynn disse que o acordo nuclear não resolverá o problema com o Irã e que ele é apenas um paliativo temporário. Que a ideia deste acordo ser efetivo é uma ilusão deste governo, somente possível se houver uma mudança de regime no Irã. Flynn completou dizendo que os aiatolás têm todas as intenções de construir uma arma nuclear e que seu desejo de destruir Israel é “muito real”.

As declarações de Flynn são somadas a frustração dos judeus americanos que só agora se deram conta que foram enganados por esta administração.  No domingo passado, o Secretário do Tesouro de Obama foi vaiado na Conferência patrocinada pelo Jerusalém Post aqui em Nova Iorque. Repetindo a ladainha do presidente, Jack Lew disse que as sanções conseguiram o efeito desejado de trazer o Irã para a mesa de negociações e fazer concessões”. Nisto ele estava errado. As sanções foram impostas para punir o Irã por seu programa nuclear e fazer este maior produtor de petróleo e gás natural do mundo, desistir de suas usinas nucleares.

Até agora os únicos fazendo concessões são os Estados Unidos e os países europeus. Até a Rússia, que montou as usinas nucleares para os aiatolás, reconhece que há vários pontos de conflito especialmente em relação às inspeções. A duas semanas do término do prazo para a assinatura de um acordo, o supremo líder reiterou sua proibição de inspeções surpresa ou em suas bases militares.

Também nesta semana, o ex-chefe do Mossad israelense, Shabtai Shavit, que criticou duramente Netanyahu durante as últimas eleições, avisou que o Irã irá explorar o desespero de Obama para concluir um acordo como parte de seu legado presidencial. Shavit disse que Teerã iria aproveitar a ânsia do presidente para extrair ainda mais concessões.

Até agora o presidente está concentrando seus esforços em um mecanismo para imediatamente reimpor as sanções se o Irã violar o acordo ou mentir sobre suas atividades nucleares. Ele parece não levar em conta que o Irã vem mentindo, escondido e induzido a comunidade internacional em erro mesmo durante as negociações e mais importante, que reimpor sanções é muito difícil e que elas levam anos para gerar a pressão econômica desejada.

Numa tentativa absurda de melhorar sua imagem, Obama declarou que ele é o presidente mais “judeu” que já morou na Casa Branca. Ele deu várias entrevistas exaltando os “valores judaicos que supostamente simbolizaram a fundação do estado de Israel”. Mas na mesma sentença, Obama deixou entender que a falta de novas concessões aos palestinos significariam um abandono destes valores e consequentemente, ele não mais poderia apoiar o estado Judeu.

Em sua recente entrevista para a tv israelense, Obama mostrou os dois pesos e duas medidas quando se trata de Israel. Ele falou que os jovens palestinos, em face do status quo, têm o que reclamar dos líderes de Israel. Mas nenhuma palavra sobre as crianças israelenses que constantemente têm que correr para abrigos contra bombas. Porque elas não teriam o que reclamar dos líderes palestinos? Israel é sempre julgada nos mais altos padrões quando se defende, enquanto os palestinos não são nem advertidos quando atacam civis com mísseis, bombas e fazem tentativas de sequestro.  

Obama se gaba ao dizer que o nível de cooperação militar e de inteligência com Israel, nunca esteve tão alto. Ninguém pode realmente confirmar isso, mas independentemente de quanto equipamento ou informação forem trocados, se no governo de Obama mais um estado árabe terrorista for estabelecido e o Irã obtiver a bomba, nada mais será lembrado.


Muito pouca gente sabe que o primeiro ministro britânico Neville Chamberlain de fato, ajudou a restaurar a estabilidade financeira da Inglaterra durante a Grande Depressão, passou legislação para estender benefícios aos desempregados, pagar pensão aos aposentados e ajudou os que foram afetados pelo declínio na economia. Mas todos se lembram de sua política de apaziguamento de Hitler. Este foi o legado final de Chamberlain. E Obama sofrerá o mesmo destino se o Irã obtiver a bomba nuclear.

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