Nesta época a cada ano,
discutimos do que ocorre na Assembleia Geral das Nações Unidas, discutindo os
diversos discursos e seus respectivos impactos na política internacional. Ou
então, às vésperas de Hoshanah Rabah e Simchat Torah, falamos sobre as
esperanças por um ano melhor e mais seguro para Israel. Esta era a minha ideia
quando comecei a preparar esta audição.
No entanto, este ano,
juntamente com toda a hipocrisia e mentiras diariamente proferidas na ONU
contra Israel, com toda a cobertura de respeitabilidade, a escalada da
violência física contra o estado judeu, externa, mas também internamente é
muito preocupante.
Se não estivéssemos no final
das festas, todos nós deveríamos sentar em luto pelas duas famílias israelenses
brutalmente atacadas e mortas nesta semana, como resultado direto do
incitamento de Mahmoud Abbas na mídia palestina.
Logo após o discurso de Abbas
na ONU e do patético hasteamento da bandeira do seu estado inexistente, a
violência de árabes contra judeus em Jerusalém e subúrbios redobrou. Na
quinta-feira à noite, um jovem casal com quatro filhos pequenos no carro,
incluindo um bebê recém-nascido, foi selvagemente assassinado. Naama Henkin e
seu marido Eitam que ainda conseguiu sair do carro para tentar salvar seus
filhos morreram na frente das crianças. Seu filho mais velho de 9 anos foi quem
teve que falar Kadish ou a prece dos mortos nos seus enterros.
Um mês antes, quando a família
Dawabshe teve sua casa incendiada, os judeus de Israel e do mundo condenaram o
ataque aceitando inclusive a responsabilidade por ele e pedindo perdão, antes mesmo
da investigação ter começado e apesar da família estar envolvida em uma séria
disputa com outra no mesmo vilarejo.
Mas ninguém da liderança
palestina saiu para condenar o assassinato dos Henkins. Muito pelo contrário. O
grupo terrorista Hamas elogiou os perpetradores clamando por mais “operações de
qualidade” como esta. De fato, não precisaria nem mencionar o Hamas. Quem
reivindicou o crime foi a Fatah. O presidente da Fatah é não outro que o
próprio Mahmoud Abbas.
Ontem à noite, outro casal com
uma bebê foi atacado na cidade velha de Jerusalem. Parece que os terroristas
preferem matar os pais na frente dos filhos. Aharon Benett de 21 anos e sua
mulher foram esfaqueados no caminho do Kotel. Nehemia Lavi, um professor de 41
anos correu para ajudar o casal e também foi esfaqueado. Depois de alguns
minutos Aharon e Nehemia estariam mortos. A mãe e a bebê que sofreu ferimentos
na perna foram levadas ao hospital.
Durante a noite e pela manhã
em Israel foram registrados vários incidentes. Os árabes em seu mundo
fantasioso que perpetra seu papel mentiroso de vítimas, dizem estarem lutando
contra a tomada da mesquita de Al-Aqsa pelos judeus. Alguém viu alguma imagem
ou reportagem na Al-Jazeera que isto estivesse acontecendo? Não. Mas não
importa. Eles se convenceram disto e o derramamento de sangue judeu inocente
então está justificado.
E assim, está declarada a
terceira intifada.
O Sr. Abbas disse na ONU que
não está mais obrigado a cumprir os acordos de Oslo e que daqui por diante ele
é presidente de um país ocupado ilegalmente. Bem, não estar mais obrigado a um
acordo que ele nunca cumpriu parece ser redundante, mas seu objetivo foi outro.
Hoje pela manhã, como era de
se esperar, Israel fechou a cidade velha a árabes não- residentes e limitou por
dois dias o acesso dos muçulmanos à mesquita aos maiores de 50 anos de idade.
Imediatamente Abbas denunciou a agressão israelense e pediu a proteção da
comunidade internacional! Quer dizer, eles matam e querem que o mundo corra com
tropas para evitar a reação israelense.
Mas a diferença desta intifada
com as outras é a situação externa. Nos últimos dias Israel tem respondido a
misseis vindos não só de Gaza, mas de posições da Hezbollah na Siria. Com o
vácuo deixado pela administração americana, a Russia entrou na Síria juntamente
com forças do Irã para proteger Bashar Al-Assad e consolidar sua agenda de
restaurar a influência que os russos tinham no auge da União Soviética.
Putin então declarou que
estava “preocupado” com as ações de Israel. Quer dizer, a Hezbollah a mando do
Irã envia mísseis ao norte do estado judeu e Israel não pode responder. Já
vimos este filme antes. O Hamas envia mísseis e quando Israel responde é condenada.
Alguém poderia pensar que numa
situação como esta, uma organização supra-nacional com legitimidade, pudesse
intervir e trazer algum sentido de justiça. Mas se alguém está contando com a
ONU, esqueça.
Somente na semana passada, o
secretário-geral Ban Ki Moon recebeu o presidente do Irã, Hassan Rouhani, junto
com seu ministro do exterior Javad Zarif para discutir como poderiam encurtar o
caminho da normalização de relações com o resto do mundo. Assim, o líder da
organização criada para prevenir outro holocausto, abraça e recebe com todas as
honras o governo que jurou que Israel não existirá daqui a 25 anos pois será
apagada do mapa!
O absurdo vai ainda além. Há
duas semanas, a ONU nomeou para ser presidente do Conselho de Direitos Humanos,
nada menos do que a Arábia Saudita! Não importa que ela tenha sido o resultado
de uma rotação de membros. É um escândalo ter um país com uma das piores fichas
em direitos humanos, que só neste ano já decepou mais cabeças do que o Estado
Islâmico, ser presidente do Conselho. Isto para não falar dos outros flagelos
como corte de mãos, pés, e chibatadas, por crimes como mágica e feitiçaria,
insulto aos clérigos muçulmanos e apostasia. Um país aonde uma igreja ou
sinagoga não podem existir, aonde uma bíblia não pode entrar. Aonde mulheres são
propriedade que não podem dirigir automóveis, votar ou sair de casa
desacompanhadas. Tudo isso cortesia da progressiva lei islâmica.
E talvez seja por isso que
Bibi Netanyahu, em seu discurso na ONU esta semana, ficou calado por 45
segundos. Netanyahu é um orador brilhante com um inglês perfeito. Mas todo seu
carisma não foi o suficiente para evitar este desastroso acordo nuclear com o
Irã ou convencer Abbas a parar o incitamento.
O Oriente Médio está se
tornando cada vez mais perigoso e desafios de segurança estão crescendo a cada
dia. Israel está cansada do mundo que se cala, que é indiferente à sua
situação. Netanyahu não estava na ONU para vender fantasias, que o mundo tanto
ama, sobre uma ilusória retomada das
negociações e paz com os
palestinos.
Todos nós teríamos preferido
um discurso diferente. Um que elogiasse
um Irã sem usinas nucleares e um mundo menos hipócrita. "As pessoas não
acreditam mentiras porque elas são obrigadas, mas porque querem", disse o
jornalista britânico Malcolm Muggeridge. Isto é exatamente o que o mundo está
fazendo hasteando a bandeira de Abbas e legitimando as usinas nucleares do Irã.
É tão na cara que não há o que dizer. E
foi precisamente por isso Netanyahu ficou em silêncio por 45 segundos.
Eu podia aproveitar os minutos
que tenho aqui para expressar minha sincera dor e condolências às famílias
Henkin, Benett e Lavin. Chag Sameach
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