Hoje eu havia pensado em falar sobre a recente resolução
passada pela ONU e UNESCO declarando que os túmulos dos patriarcas Abraão,
Isaac, Jacó e suas esposas Sara, Rebeca e Lea em Hebron e o túmulo da matriarca
Raquel em Belém, são lugares sagrados islâmicos! A resolução também queria
incluir o Muro das Lamentações como parte da Mesquita de Al-Aqsa condenando,
portanto, o acesso e prece de judeus no local. A parte sobre o Muro das
Lamentações foi removida depois de muita crítica, mas a resolução incluiu uma
séria condenação à Israel sobre escavações arqueológicas na cidade velha de
Jerusalém. Esta resolução foi submetida pelos palestinos, mas o pior é que os
países ocidentais se abstiveram em mais uma mostra de cegueira moral.
Há muito que falar sobre isto, especialmente sobre
como os palestinos cuidam de lugares santos. Vimos o que aconteceu na semana
passada quando incendiaram o túmulo de José e a destruição que causaram na
Igreja da Natividade em 2002 quando queimaram decorações, cruzes e outros
objetos santos para os cristãos.
Mas na terça feira da semana passada, uma declaração
de Netanyahu causou muita polêmica na mídia e achei mais importante esclarecer
os fatos. O primeiro ministro de Israel disse que o Grão Mufti de Jerusalém
teria inspirado Hitler a iniciar a “solução final” para assassinar os judeus da
Europa. Muitos sentiram que a afirmação de algum modo absolvia Hitler de seus
crimes e que historicamente Bibi havia errado. Na quinta-feira, a Casa Branca
condenou o que para Obama foi uma retórica inflamatória.
O diretor do Centro de Pesquisa de Política do Oriente
Próximo e da Agência de Pesquisa de Notícias de Israel, David Bedein, publicou
um artigo explicando por que Netanyahu estava correto. Vou falar agora dos
fatos que ele trouxe.
O líder dos árabes da Terra Santa durante a Segunda
Guerra, Haj Amin Al Husseini, o Mufti de Jerusalém, forjou um pacto com Adolf
Hitler no dia 28 de novembro de 1941, uma semana antes da infame Conferência de
Wannsee sobre a Solução Final para o Povo Judeu. Esta conferência havia sido
marcada para o dia 7 de dezembro, mas teve que ser adiada por um mês, pois
naquele dia aconteceu o ataque japonês em Pearl Harbor.
As minutas do pacto foram apresentadas como prova
contra o Mufti nos julgamentos de Nuremberg. Nelas Hitler explicitamente afirma
que iria exterminar os judeus da Europa e ajudar o Mufti a exterminar os judeus
da Palestina, para criar um estado árabe judenrein – livre de judeus.
Com esta finalidade, o Mufti tomou residência no
bunker de Hitler, de onde recrutou as unidades islâmicas da Waffen SS, com o
objetivo principal de exterminar os judeus em massa. Ao mesmo tempo, ele fazia
apelos em árabe pelo rádio, incitando os muçulmanos a se unirem à causa nazista
e se prepararem para a eliminação dos judeus na Palestina.
Os protocolos da condenação do Mufti em Nuremberg
foram publicados em 1946 num livro do jornalista Maurice Pearlment sobre a vida
de Al-Husseini. Pearlment citou as testemunhas seniores da SS que afirmaram no
Tribunal de Nuremberg que o Mufti trabalhava diretamente com Eichmann e Himmler
e que teria tido um papel fundamental em assegurar que milhões de judeus fossem
assassinados e não resgatados.
Ninguém nega o conteúdo das emissões de rádio do
Mufti, seu recrutamento das unidades islâmicas da SS e seu envolvimento direto
nas apreensões e deportações dos judeus da Iugoslávia. Estas estão gravadas. E
não há qualquer dúvida sobre seu apoio à Solução Final e seu desejo de
estendê-la ao mundo árabe.
Uma testemunha em especial, do SS Hamsturmfuerer
Dieter Wisliceny, subordinado de Eichmann não poderia ter sido mais clara. Ele
disse que “o Mufti foi um dos iniciadores da exterminação sistemática dos
judeus da Europa e um colaborador permanente e conselheiro de Eichmann e
Himmler na execução do plano”. O Grão Mufti, que se encontrava em Berlin
desde 1941, “teve um papel primordial na decisão do governo alemão de
exterminar os judeus da Europa, uma importância que não pode ser
desconsiderada. O Mufti repetidamente recomendava às autoridades, incluindo
Hitler, Ribbentrop e Himmler que exterminassem os judeus. Ele considerava esta
uma solução confortável para o problema dos judeus na Palestina. A ferocidade
antissemita de suas mensagens, transmitidas de Berlim, ultrapassava à de
Hitler. O Mufti era grande amigo de Eichmann e constantemente pedia a ele para
acelerar as medidas de exterminação...”.
Quando Eichmann foi trazido para Jerusalem em 1961, a
ministra do exterior da época, Golda Meir, pediu para o Mossad prender o Mufti
para ele sentar no banco dos réus ao lado de Eichmann. O Mufti tinha fugido
para o Cairo em 1947 e a Inglaterra que controlava o Egito, se recusou a
prendê-lo. No Cairo, o Mufti teria influenciado a elaboração da carta magna da
Liga Árabe, explicitando que seu objetivo era o de erradicar toda e qualquer
entidade sionista.
A recusa da Inglaterra de prender o Mufti no Cairo levou
o chefe dos revisionistas sionistas nos Estados Unidos na época, Ben Zion
Netanyahu, pai de Bibi, a lançar uma campanha exigindo a prisão do Mufti.
Um fato pouco conhecido é a relação especial que o
Mufti tinha com um jovem parente dele no Cairo, tendo inclusive dado a ele seu
nome Yassir Arafat. Em 1996, o jornal Haaretz entrevistou os irmãos de Arafat
que disseram que o Mufti foi um mentor e pai adotivo do jovem Arafat.
O fracasso de mobilizar os árabes na Terra Santa numa guerra
ativa contra Israel em 1948 levou o Mufti a induzir a Liga Árabe a criar a OLP
em 1964. A Carta-Magna da Organização para a Libertação da Palestina era
idêntica a da Liga Árabe inspirada por ele e o objetivo o mesmo: de exterminar
o recém-criado estado de Israel.
Hoje, o novo currículo da Autoridade Palestina está
imerso no legado do Mufti Haj Amin al-Husseini. Sua visão de uma Palestina
livre de judeus é ensinada em todas as instituições educacionais da Autoridade
junto com a necessidade de um conflito armado. Ambos se tornaram num ideal para
os estudantes árabes.
Em 4 de janeiro de 2013, Mahmoud Abbas, elogiou
profusamente o legado da Eminência Parda da OLP, o Mufti de Jerusalém, num
discurso via vídeo link para as massas em Gaza, por ocasião do aniversário da
fundação da OLP/Fatah.
Abbas elogiou o Mufti como um homem a ser copiado por
todos os árabes.
Imaginem um líder dizendo hoje que Hitler é um homem a
ser copiado!!!
A verdade nunca é retórica incendiária como entende
Obama. O que Netanyahu disse foi importante para corrigir uma percepção errônea
do papel que os árabes tiveram na Segunda Guerra e no seu envolvimento no
Holocausto. Por razões políticas o Mufti foi simplesmente eliminado dos livros
de história e de tudo o que tem a ver com o Holocausto. A verdade é que o Mufti
era considerado um criminoso nazista mais importante que Eichmann, São seus
sucessores e admiradores, incluindo Sr. Abbas e sua negação do holocausto, que
têm que ser condenados pelo mundo por sua retórica inflamatória e mentirosa.
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