Aqueles que seguem a mídia
israelense diariamente podem notar que todo o ano, nesta época, o foco do
noticiário se volta para o aniversário do assassinato do ex-primeiro-ministro Yitzhak
Rabin. Este ano está sendo particularmente especial, pois Rabin foi morto há
exatamente 20 anos.
Para marcar a ocasião, ontem à
noite ocorreu em Tel Aviv uma grande manifestação que incluiu a presença do
presidente de Israel, Ruby Rivlin e do ex-presidente americano Bill Clinton.
Obama enviou uma mensagem em vídeo. Shimon Perez também esteve presente, mas
surpreendentemente, não lhe deram a palavra.
Os discursos foram
tediosamente os mesmos: como os israelenses têm a obrigação de correr atrás da
paz, se não por outro motivo, que o de realizar o sonho de Rabin.
É irônico que do outro lado
desta “paz” idílica, os palestinos resolveram marcar a semana com uma petição
para a Comissão de Direitos Humanos da ONU para que a organização estabeleça um
‘regime internacional especial de proteção” dos palestinos contra Israel. Quer
dizer, Abbas incita os palestinos a atacarem, esfaquearem e assassinarem judeus
e ele exige tropas da ONU para protege-los? É isso??
De acordo com Abbas, não vale
a pena perder tempo com negociações só para negociar. Para ele, o que importa é
acabar com o que ele chama de “ocupação” de acordo com a legitimidade
internacional”.
Isto vindo de um homem que
nunca negociou em boa fé com Israel na sua vida e nos últimos sete anos se
recusou até a fingir que estava negociando. Alguém que se intitula Doutor com
uma tese que alega um falso conluio dos nazistas com os sionistas durante a
Segunda Guerra. Alguém que ganhou a eleição em 2005 para quatro anos e não
larga a cadeira de presidente há dez. Alguém que incita jovens a morrerem pelo
jihad, mas ele continua a encher os bolsos com os milhões que a comunidade
internacional envia aos “pobres palestinos” que nunca assumem responsabilidade
por sua situação. Alguém que grita contra uma ocupação israelense que nunca foi
legitima, legal ou historicamente de território palestino, mas de território
Jordaniano.
Isto é esperado dos palestinos
e parabéns para eles que conseguiram fazer o mundo inteiro engolir sua mentira.
Do lado israelense, no
entanto, infelizmente, os discursos e demonstrações que vimos ontem, castigando
o movimento nacional religioso e culpando a direita pela falta de paz, só
mostram o quanto Israel aprendeu pouco sobre os palestinos nos últimos 20 anos.
Esta saga anual no aniversário
do assassinato de Rabin é perniciosa para Israel por vários motivos. Primeiro, culpar
o assassinato pela situação atual com os palestinos, impede que vejamos
realmente as razões do fracasso de Oslo. Para estes comentadores, independentemente
dos esforços dos cinco primeiros-ministros subsequentes, Rabin teria chegado a
um acordo final com Yasser Arafat, se somente tivesse terminado seu termo.
Esta afirmação ignora a
natureza dos acordos de Oslo, do processo e destorce a posição de Rabin na
época. Contrariamente ao que os arquitetos de Oslo quiseram nos fazer acreditar,
o processo nunca poderia ter trazido a paz. E isto é porque nem a OLP nem
Yasser Arafat jamais estiveram interessados em qualquer paz.
Vejam só. Logo após seu
encontro histórico em Washington em Setembro de 1993, em que frente ao mundo apertou
a mão de Rabin, Perez e Clinton, Arafat viajou para a África do Sul. Lá ele
falou para uma audiência de muçulmanos em árabe que o processo de paz era uma
fraude. Que era apenas um mecanismo para enfraquecer Israel e fortalecer os
palestinos. Que isso posicionaria os palestinos para finalmente destruir Israel
através do Jihad. Esta mensagem não foi esporádica. Foi a primeira de uma
política consistente que ele assumiu com os palestinos e o resto do mundo árabe
após Oslo.
Do lado de Israel, no entanto,
o país embarcou na onda de paz e amor. Jornalistas, educadores, políticos, não
mais podiam criticar Arafat ou a OLP, que foram de pais do terrorismo mundial a
“moderados parceiros para a paz”. Esta mensagem foi passada para os livros
escolares com a conclusão final de que “não há solução militar para o
conflito”. Shimon Peres, o arquiteto-mor de Oslo, na época ministro do
exterior, mandou desmantelar o departamento de hasbarah do governo, ou relações
públicas, dizendo que a paz era a melhor propaganda para Israel.
Os palestinos também mudaram
seu currículo escolar. A partir de 1994 as escolas foram encarregadas de
doutrinarem os alunos para desumanizar os israelenses e ver seu assassinato
como o mais alto dever moral.
A situação só piorou com
Mahmoud Abbas. Ele baniu produtos israelenses nos supermercados árabes,
monitora de perto os que trabalham em Israel para receber seus impostos,
direciona a mídia para um ódio sem limites a judeus, glorifica os terroristas pagando
a suas famílias salários milionários e nomeando ruas, praças, torneios de
esportes e colônias de férias com seus nomes.
Assim, Oslo não fracassou
porque Rabin foi morto. Oslo fracassou, e continua a fracassar porque os
acordos foram baseados numa premissa falsa de que os palestinos eram infelizes
porque não tinham um estado e a ausência deste estado era a culpa de Israel.
Então, se só Israel entregasse terras suficientes, os palestinos ficariam
felizes e fariam a paz.
Mas o próprio Arafat confirmou
que sua concessão ao assinar Oslo era puramente formal. Moral, religiosa e
politicamente, ele não podia reconhecer o direito de Israel de existir ou a
ideia de dois estados para dois povos nesta pequena faixa de terra. Oslo para Arafat
e os palestinos, nunca foi um processo de construção de sua entidade nacional
mas apenas um veículo para destruir Israel.
Outra razão pela qual culpar a
direita ano após ano é perniciosa, é que destorce o legado de Yitzhak Rabin.
Rabin nunca foi um esquerdista. Ele era acima de tudo um fanático pela
segurança de Israel. Todos nós assistimos seu desconforto ao apertar a mão de
Arafat em 1993. Sua visão de paz não era um estado árabe independente e
soberano no meio de Israel. Jerusalém para ele estava fora de cogitação. As
comunidades da Judeia, Samaria e Gaza não seriam desmanteladas. Fronteiras com
a Jordania e Egito ficariam sob o controle israelense. Esta era a sua visão.
Foi Shimon Peres e seus
associados que num erro histórico crasso, foram tirar o esquecido e ostracizado
Arafat do exílio, achando que este seria agradecido e mudaria sua política. Isto
obviamente, não foi o que aconteceu.
De acordo com sua filha,
Dalia, na véspera de seu assassinato, Rabin estava seriamente pensando em
cancelar os acordos de Oslo por causa da escalação de ataques terroristas em
Israel. Ele teria dito que o bom dos acordos é que eles poderiam ser anulados a
qualquer momento.
As ações de Abbas na ONU esta
semana não devem vir como surpresa. Elas são parte das maquinações da Guerra de
terror dos palestinos para forçar o estado judeu a abandonar seu controle sobre
a Judeia, Samaria e Jerusalem.
Chegou sim a hora de pararmos
de destorcer a visão e cumprirmos os desejos de Yitzhak Rabin. Chegou a hora de
acabarmos com o processo de Oslo de uma vez por todas.
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