Sunday, November 1, 2015

Vinte Anos da Morte de Rabin - 01/11/2015

Aqueles que seguem a mídia israelense diariamente podem notar que todo o ano, nesta época, o foco do noticiário se volta para o aniversário do assassinato do ex-primeiro-ministro Yitzhak Rabin. Este ano está sendo particularmente especial, pois Rabin foi morto há exatamente 20 anos.

Para marcar a ocasião, ontem à noite ocorreu em Tel Aviv uma grande manifestação que incluiu a presença do presidente de Israel, Ruby Rivlin e do ex-presidente americano Bill Clinton. Obama enviou uma mensagem em vídeo. Shimon Perez também esteve presente, mas surpreendentemente, não lhe deram a palavra.

Os discursos foram tediosamente os mesmos: como os israelenses têm a obrigação de correr atrás da paz, se não por outro motivo, que o de realizar o sonho de Rabin.

É irônico que do outro lado desta “paz” idílica, os palestinos resolveram marcar a semana com uma petição para a Comissão de Direitos Humanos da ONU para que a organização estabeleça um ‘regime internacional especial de proteção” dos palestinos contra Israel. Quer dizer, Abbas incita os palestinos a atacarem, esfaquearem e assassinarem judeus e ele exige tropas da ONU para protege-los? É isso??

De acordo com Abbas, não vale a pena perder tempo com negociações só para negociar. Para ele, o que importa é acabar com o que ele chama de “ocupação” de acordo com a legitimidade internacional”.

Isto vindo de um homem que nunca negociou em boa fé com Israel na sua vida e nos últimos sete anos se recusou até a fingir que estava negociando. Alguém que se intitula Doutor com uma tese que alega um falso conluio dos nazistas com os sionistas durante a Segunda Guerra. Alguém que ganhou a eleição em 2005 para quatro anos e não larga a cadeira de presidente há dez. Alguém que incita jovens a morrerem pelo jihad, mas ele continua a encher os bolsos com os milhões que a comunidade internacional envia aos “pobres palestinos” que nunca assumem responsabilidade por sua situação. Alguém que grita contra uma ocupação israelense que nunca foi legitima, legal ou historicamente de território palestino, mas de território Jordaniano.

Isto é esperado dos palestinos e parabéns para eles que conseguiram fazer o mundo inteiro engolir sua mentira.  

Do lado israelense, no entanto, infelizmente, os discursos e demonstrações que vimos ontem, castigando o movimento nacional religioso e culpando a direita pela falta de paz, só mostram o quanto Israel aprendeu pouco sobre os palestinos nos últimos 20 anos.

Esta saga anual no aniversário do assassinato de Rabin é perniciosa para Israel por vários motivos. Primeiro, culpar o assassinato pela situação atual com os palestinos, impede que vejamos realmente as razões do fracasso de Oslo. Para estes comentadores, independentemente dos esforços dos cinco primeiros-ministros subsequentes, Rabin teria chegado a um acordo final com Yasser Arafat, se somente tivesse terminado seu termo.

Esta afirmação ignora a natureza dos acordos de Oslo, do processo e destorce a posição de Rabin na época. Contrariamente ao que os arquitetos de Oslo quiseram nos fazer acreditar, o processo nunca poderia ter trazido a paz. E isto é porque nem a OLP nem Yasser Arafat jamais estiveram interessados em qualquer paz.

Vejam só. Logo após seu encontro histórico em Washington em Setembro de 1993, em que frente ao mundo apertou a mão de Rabin, Perez e Clinton, Arafat viajou para a África do Sul. Lá ele falou para uma audiência de muçulmanos em árabe que o processo de paz era uma fraude. Que era apenas um mecanismo para enfraquecer Israel e fortalecer os palestinos. Que isso posicionaria os palestinos para finalmente destruir Israel através do Jihad. Esta mensagem não foi esporádica. Foi a primeira de uma política consistente que ele assumiu com os palestinos e o resto do mundo árabe após Oslo.

Do lado de Israel, no entanto, o país embarcou na onda de paz e amor. Jornalistas, educadores, políticos, não mais podiam criticar Arafat ou a OLP, que foram de pais do terrorismo mundial a “moderados parceiros para a paz”. Esta mensagem foi passada para os livros escolares com a conclusão final de que “não há solução militar para o conflito”. Shimon Peres, o arquiteto-mor de Oslo, na época ministro do exterior, mandou desmantelar o departamento de hasbarah do governo, ou relações públicas, dizendo que a paz era a melhor propaganda para Israel.

Os palestinos também mudaram seu currículo escolar. A partir de 1994 as escolas foram encarregadas de doutrinarem os alunos para desumanizar os israelenses e ver seu assassinato como o mais alto dever moral.

A situação só piorou com Mahmoud Abbas. Ele baniu produtos israelenses nos supermercados árabes, monitora de perto os que trabalham em Israel para receber seus impostos, direciona a mídia para um ódio sem limites a judeus, glorifica os terroristas pagando a suas famílias salários milionários e nomeando ruas, praças, torneios de esportes e colônias de férias com seus nomes.

Assim, Oslo não fracassou porque Rabin foi morto. Oslo fracassou, e continua a fracassar porque os acordos foram baseados numa premissa falsa de que os palestinos eram infelizes porque não tinham um estado e a ausência deste estado era a culpa de Israel. Então, se só Israel entregasse terras suficientes, os palestinos ficariam felizes e fariam a paz.

Mas o próprio Arafat confirmou que sua concessão ao assinar Oslo era puramente formal. Moral, religiosa e politicamente, ele não podia reconhecer o direito de Israel de existir ou a ideia de dois estados para dois povos nesta pequena faixa de terra. Oslo para Arafat e os palestinos, nunca foi um processo de construção de sua entidade nacional mas apenas um veículo para destruir Israel.

Outra razão pela qual culpar a direita ano após ano é perniciosa, é que destorce o legado de Yitzhak Rabin. Rabin nunca foi um esquerdista. Ele era acima de tudo um fanático pela segurança de Israel. Todos nós assistimos seu desconforto ao apertar a mão de Arafat em 1993. Sua visão de paz não era um estado árabe independente e soberano no meio de Israel. Jerusalém para ele estava fora de cogitação. As comunidades da Judeia, Samaria e Gaza não seriam desmanteladas. Fronteiras com a Jordania e Egito ficariam sob o controle israelense. Esta era a sua visão.

Foi Shimon Peres e seus associados que num erro histórico crasso, foram tirar o esquecido e ostracizado Arafat do exílio, achando que este seria agradecido e mudaria sua política. Isto obviamente, não foi o que aconteceu.

De acordo com sua filha, Dalia, na véspera de seu assassinato, Rabin estava seriamente pensando em cancelar os acordos de Oslo por causa da escalação de ataques terroristas em Israel. Ele teria dito que o bom dos acordos é que eles poderiam ser anulados a qualquer momento.

As ações de Abbas na ONU esta semana não devem vir como surpresa. Elas são parte das maquinações da Guerra de terror dos palestinos para forçar o estado judeu a abandonar seu controle sobre a Judeia, Samaria e Jerusalem.

Chegou sim a hora de pararmos de destorcer a visão e cumprirmos os desejos de Yitzhak Rabin. Chegou a hora de acabarmos com o processo de Oslo de uma vez por todas.


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