Velhos hábitos são difíceis de
mudar. E na Europa, isto parece ser quase impossível. Primeiro, a Ministro das
Relações Exteriores da Suécia Margot Wallstrom disse que "para contrapor à
radicalização, precisamos ver a a situação do Oriente Médio, aonde os
palestinos não têm qualquer futuro. Eles precisam ou aceitar uma situação
desesperadora ou se entregar à violência.” Assim, para ela, os
palestinos aceitarem fazer uma paz justa que traga segurança para Israel não
está nas cartas.
Depois foi a vez do presidente
do partido socialista holandês Jan Marijnissen que não pensou duas vezes antes
de vincular os ataques terroristas em Paris com Israel. Ele disse que “as ações
dos terroristas estão conectadas com o conflito envolvendo os palestinos. Que
os rapazes que levaram a cabo os ataques são provavelmente originários de um
grupo de pessoas ultrajadas dos subúrbios franceses”.
O famoso jornal francês Le
Monde, ecoou este sentimento em um editorial, dizendo ser necessário que a
França exija que a comunidade internacional estabeleça imediatamente um estado
palestino nas linhas de armistício de 1948. Como se isso magicamente
dissolveria o Estado Islâmico.
Este é o clássico uso do judeu
como bode-expiatório para os problemas da Europa. Se tal estratégia funcionara
nos séculos passados culminando com o Holocausto, agora não mais.
O Daesh (Estado Islâmico) está
alvejando o coração das capitais europeias, seus sistemas de transporte, salas
de concertos, estádios de futebol. Os Europeus podem tentar fugir da realidade,
mas a verdade está aí. A Europa alcovitou e apaziguou o mundo árabe por seu
petróleo e durante décadas condenou Israel. Trouxe milhões de muçulmanos para
suas cidades na esperança de assimilá-los em sua cultura “superior”. O oposto
ocorreu. O islamismo tomou o continente e trouxe aos europeus só banhos de
sangue e o caos. O inferno não começou no último dia 13 de novembro. Começou em
larga escala de fato, em Madrid em 2004 quando 191 pessoas morreram e mais de duas
mil foram feridas num ataque terrorista islâmico.
Mas mesmo agora, os europeus
continuam a ver a criação de um estado palestino como solução ao ódio e
determinação do Daesh!!!
A verdade é que o Estado
Islâmico, assim como a Al-Qaeda, não se importa com a “Palestina”. Mesmo se ela
for criada amanhã, o Daesh não deixará a Europa em paz.
Contrariamente ao que os políticos
querem nos fazer acreditar, o Estado Islâmico não foi criado como resposta à
“frustração” ou “ultraje” com a situação dos palestinos. O Estado Islâmico foi
criado como uma concretização do sonho dos muçulmanos sunitas ao redor do mundo
de ressuscitar seu califado e expandi-lo para o resto do mundo aonde a lei
islâmica imperará.
Esta ideia não é nova. A Irmandade
Muçulmana foi estabelecida em 1928 com este objetivo. O Daesh é bem explicito
sobre esta ser sua causa. Mas os europeus continuam a negar esta ideia como
sendo absurda e continuam a se apegar à retórica desconexa sobre a “Palestina”.
Talvez seja uma obsessão que torna impossível a mudança de visão ultrapassada
do mundo segundo a qual, os árabes, muçulmanos e é claro, os palestinos, são os
oprimidos e sem poder!
Esta inflexibilidade de visão
também revela uma enorme ignorância sobre as origens do Estado Islâmico. O
Daesh é uma empresa de vários bilhões de dólares derivados da venda do
petróleo, de artefatos históricos, de comercio de escravos e reféns que ele usa
para alimentar seu aparelho de guerra, com recrutadores profissionais e uso de
mídia social para propaganda e marketing. Tudo isso gerenciado por ex-oficiais
do exército de Saddam Hussein. Descrever
estas pessoas como vítimas “frustradas” vai além da imaginação de qualquer
pessoa sana que não viva num universo paralelo.
Alguém devia perguntar à
liderança europeia se ela acha que tal “frustração” justifica os estupros e
assassinatos em massa de mulheres e crianças cristãs e yazidis. Os europeus se
calaram quando imagens dos leilões de meninas de 3, 4, 5 anos de idade chegaram
aos seus computadores. Foi só quando milhares de jovens rapazes começaram a
inundar seus países que os europeus em sua hipocrisia levantaram a voz em prol
dos refugiados.
Culpar Israel pelo terrorismo
na Europa apenas mostra a cegueira do velho continente para a realidade do
Estado Islâmico. Para a Europa, apontar o dedo para os judeus junto com
declarações vazias de tolerância, paz e amor é passar para a zona confortável do
antissemitismo em que poucas explicações são necessárias.
E apesar deste antissemitismo
e de dois mil anos de exílio o povo judeu sobreviveu. Um exílio carregado de
perseguições, confiscos e exterminação especialmente na Europa.
Através dos séculos,
historiadores, sociólogos, filósofos, psicólogos e outros acadêmicos tentaram
descobrir o segredo da continuidade do povo judeu contra toda a lógica. Talvez
haja uma explicação.
Nesta semana aconteceu algo formidável
em Israel. Algo que infelizmente não foi tão interessante para a mídia
internacional, mas que conseguiu chegar nas primeiras páginas dos jornais
israelenses.
O casamento de Sarah Tehyiah
Litman e Ariel Bigel tinha que ter sido um evento relativamente pequeno, para a
família e os amigos. Mas depois do pai da noiva Yaakov e do irmão Netanel serem
brutalmente assassinados há 10 dias, suas vidas mudaram, a data do casamento
mudou e também os convidados.
O rabino chefe de Israel
anunciou que estaria presente na cerimônia e milhares de pessoas através da
mídia social, apesar de não convidados, postaram que estariam no casamento para
cumprir a mitzvah de alegrar os noivos depois da semana difícil de luto que
passaram. O Centro de Convenções de Jerusalém ofereceu sua sala e o
extraordinário aconteceu: dezenas de milhares de pessoas de todo o país e do
exterior afluíram ao local e o enorme Centro de Convenções ficou pequeno.
Centenas ficaram fora nas ruas, esperando por um vislumbre dos recém-casados.
Para quem assistiu as cenas do
casamento pela internet, viu a grande alegria e a profunda tristeza intrinsecamente
ligadas. A Terra de Israel foi adquirida com muita dor. O retorno de seu povo
carrega um preço alto que estamos pagando há anos, com guerras e ataques
terroristas.
Mas este povo não deixa nem a
dor nem o desespero quebra-lo. Como disse o pai do soldado Ziv Mizrahi, no seu
enterro na semana passada, o povo de Israel vive e viverá para sempre. Os
judeus mordem seus lábios e derramam lágrimas, mas seguem em frente. Que depois
de milhares de anos errando pela Diáspora, hoje eles têm uma pátria e as vidas
perdidas não são mais em vão.
A habilidade de passar da dor -
pela perda de um pai e um irmão - à alegria e à esperança de construir uma nova
casa e uma nova família em Israel é algo maravilhoso. O poder de se levantar do
luto e olhar para frente é a fundação da existência eterna do povo judeu. Aqueles que carregam uma fé e determinação tão
grandes nunca serão derrotados. E certamente não por animais aos quais falta
qualquer resquício de humanidade.
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