Não deixaram o coitado ser presidente nem um dia e protestos da esquerda
caviar explodiram em mais de 600 cidades nos Estados Unidos e em outras
capitais do mundo.
O que deveria ser uma marcha de mulheres atraiu todos os liberais e
progressistas protestando em suma, o resultado da eleição que colocou Donald Trump
na Casa Branca. Estes são os supostos “democratas, liberais e progressistas”
que dizem defender o processo democrático. O que ficou provado é que estes “bastiões
da democracia” não estão dispostos a aceitar de jeito nenhum, o resultado de
uma eleição que não os agrada.
A mídia começou a surra logo após Trump ter jurado cumprir e defender a
Constituição dos Estados Unidos, comparando seu discurso com os de Hitler, e por
quê? Por que ele disse que daqui por diante, será a América em primeiro lugar.
Exatamente a função do presidente: defender os interesses do país. A mídia
também não perdeu tempo em dizer que pouca gente atendeu a inauguração e que
Trump teria mandado retirar o busto de Martin Luther King da Sala Oval, ambas
inverdades que o porta-voz do novo presidente fez questão de corrigir mais do
que forçosamente.
Na Capital Washington, saíram centenas de milhares de mulheres com
chapeuzinhos e boinas rosas coordenados, segurando seus frapuchinos do
Starbucks e cartazes vulgares, para ouvir as queixas de Madonna, Kate Perry e
Michael Moore e os insultos proferidos por representantes do Black Lives
Matters, grupos pró-aborto, grupos gays e transgender e de outras minorias que
temem uma volta dos valores conservadores na América.
Com Trump já na Casa Branca, será a primeira vez que o primeiro ministro
de Israel, Benjamin Netanyahu, terá a oportunidade de trabalhar com um governo
republicano. Em seu primeiro termo, Netanyahu tinha Bill Clinton que insistentemente
pressionou Israel a fazer perigosas concessões a Yasser Arafat. Quando
Netanyahu resistiu, Clinton despachou seus conselheiros para ajudar a eleger
Ehud Barak. Não resolveu. Apesar de todas as concessões de Barak, Yasser Arafat
não teve coragem de assinar um acordo de paz.
Quando Netanyahu voltou em 2009, Barack Obama tinha acabado de ganhar a
eleição declarando que uma “luz do dia” entre a América e Israel ajudaria a
trazer a paz. Obama agressivamente pressionou Israel a dividir Jerusalem e a
expulsar judeus para as linhas pré-1967. Quando Netanyahu novamente resistiu,
Obama nomeou Hillary Clinton para escoria-lo.
Obama gosta de dizer que sempre procurou a segurança de Israel com o
Domo de Ferro e uma ajuda de 38 bilhões nos próximos 10 anos. O fato desta
ajuda estar condicionada à eliminação da participação israelense em projetos
militares não é mencionado. E esta ajuda não absolve Obama de ter feito um
acordo ingênuo com o Irã, de ter abandonado sua própria linha vermelha na Síria,
de ter retirado prematuramente as forças americanas do Iraque e subestimado a
ameaça do Estado Islâmico, tudo o que consiste direta ou indiretamente num
risco à segurança do estado judeu.
Nos últimos dias de sua presidência, em vez de tentar unir o país e
preparar os membros de seu partido para uma transição pacífica, Obama
obsessivamente se concentrou em Israel, articulando a resolução da ONU e
apoiando a descabida “conferencia de paz” em Paris que excluiu israelenses e
palestinos.
Com tudo o que é barbaridade ocorrendo no mundo, o discurso final de
John Kerry foi sobre Israel, repetindo que os assentamentos estão matando o
processo de paz. Nenhuma palavra sobre o impacto do terrorismo palestino, a
incitação, a divisão política entre o Hamas e a Fatah ou o radicalismo islâmico
no processo. E Obama em sua conferência final para a imprensa na quarta-feira,
disse que Trump precisava por os assentamentos na agenda para “mandar um sinal,
um chamada para Israel acordar”, que os assentamentos estavam inviabilizando a
solução de dois estados. Obama só fez uma referencia passageira sobre a Síria
em conexão com Israel, nenhuma palavra sobre o Irã ou o terrorismo palestino.
Aparentemente eles não precisam de nenhum sinal ou chamada para acordar...
A mudança de governo e atitude dos Estados Unidos não podia vir mais a
tempo para Netanyahu, mas um novo desafio está no horizonte: um número
crescente de democratas está se voltando contra o estado Judeu. Numa pesquisa
realizada pelo instituto Pew, 74% dos republicanos apoiam Israel comparado com
somente 33% dos democratas. Esta é a maior diferença já havida neste tópico. A
diferença é ainda maior entre os auto-proclamados “liberais”. Em 2001, 48% dos
liberais democratas diziam simpatizar com Israel. Hoje o número caiu para menos
de 26%.
Estes números explicam porque Hillary Clinton decidiu evitar discutir
qualquer apoio a Israel durante as primárias. Eles também explicam porque
Bernie Sanders recusou falar na Conferência do AIPAC chegando a acusar Israel
de matar 10 mil civis inocentes em Gaza na recente guerra. O numero de civis
mortos em Gaza não chegou a 1.500. Sanders se desculpou, mas o libelo de sangue
o ajudou a quase ganhar a nomeação do partido democrata.
Esta é a razão também pela qual o congressista Keith Ellison de
Minnesota, membro da Nação Islâmica, está em primeiro lugar concorrendo para
liderar o partido Democrata apesar de sua longa hostilidade para com Israel.
Sua vida pública está pontuada de atividades antissemitas e anti-Israel.
A coisa fica ainda pior entre os jovens que hoje cursam as universidades
americanas. Meu próprio sobrinho, que está cursando Economia na NYU, teve um
curso sobre o conflito árabe-israelense em que somente textos árabes e
pró-palestinos, chamando Israel de apartheid e acusando o estado judeu de todo
o tipo de crime de guerra, foram leitura mandatória. É o mundo acadêmico
preparando a nova geração de pensadores, re-inculcando o antissemitismo.
É verdade que a administração de Trump deverá ser pró-Israel. Mas o
crescente aumento de liberais, independentes e jovens se distanciando do estado
judeu é um desafio que líderes israelenses e americanos devem urgentemente enfrentar.
Isto não quer dizer que não haverá diferenças entre os dois países. A América e
Israel são nações diferentes com interesses diversos. Mas a questão é como estas
diferenças serão tratadas. Obama as tratou publicamente jogando sempre a culpa
em Israel, para o conforto de seus inimigos.
Ninguém espera Trump dar a Israel um cheque em branco, mas hoje a
expectativa de Israel é ter um parceiro nos Estados Unidos não só em substancia,
mas também em pessoas. Até agora Trump se cercou de colaboradores que apoiam
Israel, começando por seu vice, Mike Pence e seu genro, Jared Kushner e Nikki
Haley que ele nomeou para a ONU e David Friedman para embaixador em Israel.
Trump disse ao jornal israelense Israel Hayom esta semana que ele não
pode esperar para começar a trabalhar com Israel. Em outras palavras, um novo
dia. A esperança de todos nós e que em relação ao estado judeu e ao Oriente
Médio, este novo dia seja também um dia melhor.
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