Quem acreditou que a transição
entre os governos Obama e Trump iria ser tranquila, se enganou redondamente.
Obama está usando tudo o que tem nestes últimos dias para cimentar seu legado e
atravancar as reformas e a implementação das promessas feitas por Trump e já
prometeu ficar em Washington para articular os democratas em oposição ao novo
presidente.
Muita classe e dignidade deste
presidente não?? Seu esquerdo-fascismo não permite que ele dê ao novo
presidente a cortesia que Bush lhe deu em facilitar a transição e depois
desaparecer do mundo público e não comentar sobre suas políticas falhas e
visões distorcidas da realidade.
Por ordem executiva, Obama
nesta semana proibiu a prospecção de petróleo na costa Atlântica, estabeleceu
novos monumentos ao meio ambiente, protegeu o patrocínio governamental das
clínicas de aborto, ordenou a transferência de terroristas perigosos da prisão
em Guantánamo e puniu a Rússia com sanções por seus ataques cibernéticos.
Além disso, desde a eleição,
Obama nomeou 103 funcionários públicos para cargos-chaves inclusive nas
academias militares. Mas acima de tudo, ele está tentando desesperadamente salvar
sua lei que obriga os americanos a comprarem seguro saúde.
E aí temos Israel.
Obama e John Kerry podem
acreditar do alto de sua arrogância, estar do lado correto da história ao colocar seu prestigio e poder do lado dos palestinos. Mas nestes últimos
momentos os dois estão agindo como locatários que destroem cada canto da casa
antes do despejo. E para tanto estão estabelecendo fatos no chão que serão
difíceis para Trump desfazer.
Para Obama e também os
europeus, a urgência parece estar em dificultar ao máximo a transferência da
embaixada americana para Jerusalem. Estes esforços virão à tona na conferência
de Paris no próximo dia 15, cinco dias antes de Trump ser empossado.
Já tendo conseguido tornar
ilegal a presença judaica na Judeia, Samaria e Jerusalem do norte, sul e leste
através da resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, reiterada pelo
patético esforço de Kerry para explicar a abstenção americana, esta conferência
de Paris poderá levar a outra resolução do Conselho de Segurança que irá impor
os termos de um acordo de paz entre Israel e palestinos antes de Trump assumir
a presidência.
Sabemos isto porque o Conselho Europeu de Assuntos Externos, composto de
28 ministros do exterior europeus, marcou uma reunião para o dia 16 em Bruxelas
quando irá emitir uma declaração sobre o Oriente Médio.
Ainda, os representantes do
Quarteto – os Estados Unidos, Rússia, a União Europeia e a ONU – devem se
encontrar uma última vez com Obama antes de ele deixar a Casa Branca.
A Resolução 2334 junto com uma
resolução tomada em Paris, e a posição de Kerry que somente a criação de outro
estado palestino trará a paz, poderá encorajar estes atores a delinearem os
parâmetros de um acordo de paz adotando as exigências palestinas que depois irão
querer impor a Israel. Mas apesar da intenção declarada ser
supostamente a paz, as resoluções resultantes provocarão exatamente o oposto.
Resoluções que declaram as
comunidades judaicas ilegais ou que não reconhecem os perigos de um Oriente
Médio em deterioração, a desintegração do Iraque e da Síria, a expansão do
Estado Islâmico no mundo árabe e na Europa, e o perigo do Hamas tomar o governo
na Judeia e Samaria como o fez em Gaza, dificultarão o retorno das partes para a
mesa de negociação.
Se Paris exigir um
congelamento da construção judaica ou reconhecer o estado Palestino nas linhas
de cessar-fogo de 1949, os palestinos não irão aceitar nada menos que isso como
ponto de partida para qualquer negociação. Isto já foi tentado por Obama em
2009 quando ele exigiu e Israel congelou a construção judaica por 10 meses até
em bairros judaicos de Jerusalem aonde havia consenso. Nunca antes uma
administração americana havia feito tal exigência. Nem mesmo Yasser Arafat
havia feito tal demanda como pré-condição para negociações! Mas uma vez que
Obama, que um presidente americano o fez, os palestinos não poderiam exigir menos.
E desde então, não houve qualquer avanço neste chamado “processo de paz”.
O ultimo presidente Bush sabia
que exigir de Israel congelar a construção de judeus era contra produtivo. Por
isso, em sua carta aprovada pelo Congresso em 2004, ele disse que “não era
realista esperar que o resultado das negociações sobre o status final seria um
retorno completo de Israel para trás das linhas de cessar-fogo de 1949. O que é
realista é esperar um acordo negociado com trocas mútuas que refletirá a
realidade de hoje”.
O novo congresso americano sabe
disso. E por isso, nesta última quinta-feira - enviando uma mensagem a Obama -
democratas e republicanos votaram em condenar o Conselho de Segurança da ONU
pela resolução 2334. O Senado também irá votar uma medida similar e já conta
com o apoio de 11 senadores democratas e todos os senadores republicanos.
Mas somente ações vigorosas e
ameaças de cortar o orçamento da ONU poderá obriga-la a largar o osso que é
Israel e faze-la cumprir o mandato para o qual esta organização inútil foi
criada.
Mas tudo isso ficará mais difícil
se as nações que participarão na conferência em Paris adotarem a posição de
Kerry e dos palestinos. Na semana passada vimos o governo da região de Valência
na Espanha, declarar ter votado unanimemente para boicotar produtos de Israel. Valência
orgulhosamente se declarou “um espaço livre do apartheid Israelense”. Em outras
palavras: livre de qualquer coisa a ver com judeus. A Espanha, que liderou o
mundo em autos-de-fé, em torturas que envergonhariam o Marques de Sade e
perseguição de judeus e cristãos novos durante séculos, deveria criar vergonha
na cara e não se envolver em condenar Israel.
Mas não, os espanhóis foram os
primeiros a levantar a mão aprovando a Resolução 2334. Eles querem dar aos judeus uma lição de moral!
Infelizmente somos
representados nestes fóruns internacionais por ideólogos arrogantes que se
acham donos da verdade. A verdade é que os acordos de paz que deram certo para
Israel foram os que ela negociou diretamente, sem pré-condições e sem o
envolvimento de terceiros. Não há negociações e não há paz, não porque Israel
se recusa ao compromisso. Mas porque os palestinos não querem ceder em
absolutamente nada e sua resposta a cada oferta de paz foi uma nova onda de
terror.
A Eleição de Donald Trump
criou novas oportunidades. Os líderes de Israel já provaram que estão prontos a
tomar riscos por uma chance de paz se tiverem o apoio incondicional dos Estados
Unidos. Em contraste, a coerção, a crítica e o boicote como esperamos em Paris
na semana que vem, condenarão todo este processo infalivelmente ao fracasso.
No comments:
Post a Comment