Na semana
passada falei sobre a arrogância e desaforo do Hamas que enviou uma carta à
presidente da Assembleia Geral da ONU pedindo que a organização reconhecesse o
direito do grupo terrorista a continuar a aterrorizar Israel. Esta carta foi em
antecipação a uma resolução submetida pelos Estados Unidos e votada na última
quinta-feira, condenando o lançamento indiscriminado de mísseis pelo Hamas
sobre Israel. Especificamente, a resolução condenava ainda a incitação à
violência e o uso dos recursos em Gaza para a construção de tuneis de
infiltração e a fabricação de mísseis.
Uma resolução
como esta parece mais do que razoável e esperaríamos que fosse aprovada com uma
margem maior do que os 2/3 necessários.
Mas não na
Assembleia Geral da ONU! Neste organismo (não vou chamar isto de organização) a
resolução conseguiu um pouco menos da metade dos votos. Foram 87 a favor, 58
contra e 32 abstenções.
O Brasil,
pela primeira vez votou a favor da resolução condenando o Hamas. Talvez como
tentativa de redenção por seu voto a favor de seis resoluções condenando Israel
aprovadas em novembro.
A sessão
deste ano da Assembleia Geral refletiu exatamente o que se passa a cada ano.
São 20 resoluções condenando Israel e outras 6 resoluções condenando outros
países como os direitos humanos no Irã, a guerra civil na Síria, direitos
humanos na Coreia do Norte e em Myanmar, uma resolução contra a Crimeia e outra
contra o embargo americano à Cuba.
Nenhuma resolução sobre a situação catastrófica no Iêmen ou na Venezuela.
Nada sobre os direitos humanos na China, Paquistão, Turquia – o país com mais
jornalistas presos do mundo e outros. Absolutamente nada.
É claro que o
Hamas comemorou o resultado. Seus líderes agradeceram a organização e
declararam que o voto foi uma vitória e que a resistência armada contra Israel
irá continuar.
O que difere
esta votação das outras é que no último ano muitos países do Oriente Médio e da
África têm sido obrigados a lutar contra grupos extremistas. Isso inclui grupos
que usam os mesmos métodos que o Hamas. Mas parece que isto não é suficiente
para que estes estados comecem a romper uns com os outros sobre a questão
palestina na ONU. O Egito, por exemplo, tem reprimido a Irmandade Muçulmana que
tem laços com o Hamas. A Arábia Saudita declarou o Hamas um grupo terrorista em
agosto de 2017, mas também votou contra a resolução.
Parece que
quando se trata de uma condenação na ONU, esses estados, com o apoio da Liga
Árabe e da OLP, veem uma condenação do Hamas como uma condenação dos
palestinos.
Mesmo suas
inimigas, a OLP e a Autoridade Palestina que impuseram as mais duras sanções
contra o Hamas há mais de um ano, elogiaram o fracasso da resolução, declarando
que não consideram nenhum grupo de resistência palestino como terrorista. E aí
temos novamente a palavra “resistência” sempre utilizada para justificar ou
substituir a palavra “terrorismo”.
Outro que
usou a palavra frequentemente foi o comentarista Marc Lamont Hill que foi
despedido da CNN esta semana por um discurso antissemita no qual exigiu a
destruição do Estado de Israel. E aonde foi isso? Na ONU.
Ao se ver na
rua, Hill emitiu um rápido e muito falso “pedido de desculpas” por ter exigido
uma Palestina “do rio para o mar”. Mas neste pedido esfarrapado, em vez de
mostrar onde ele estava errado, ele acabou fortalecendo ainda mais sua posição absurda.
Ele disse que não queria a destruição de Israel - mas estava simplesmente
defendendo a solução de um único estado – de apenas um estado palestino - que
ele acredita promoverá a “justiça” na região!
Ele nunca
expressou preocupação sobre o que tal solução faria para os moradores judeus
das fronteiras antes de 1967, que também vivem entre o Jordão e o Mediterrâneo.
Em sua "desculpa", ele reiterou tudo o que Israel fez para
"oprimir" os palestinos, nunca atribuindo qualquer responsabilidade
aos árabes palestinos da Judeia, Samaria ou de Gaza. É uma visão unilateral do
conflito profundamente antissemita, pois atribui direitos somente àqueles que
não são judeus.
A falsidade
dele também está no fato dele ter dito que passou a vida se opondo ao antissemitismo,
quando há dezenas de declarações, citações e discursos dele que mostram um
antissemitismo e anti-israelismo mordaz.
Mas apesar de
ter sido demitido da CNN, Hill continua a ser professor na Universidade de
Temple, onde a sua nomeação foi reafirmada logo após o seu "pedido de
desculpas". Sua total falta de preocupação com os direitos dos judeus e
seu suposto “choque” pela resposta que seu chamado de uma Palestina “do rio
para o mar” gerou, deveria desqualificá-lo do ensino. E a universidade deveria
ter vergonha de tê-lo em seu quadro de professores quando há tantos judeus que
lá estudam.
O resultado
da sua nomeação será o mesmo que o resultado da votação contra o Hamas. Hill
continuará a espalhar sua retórica cheia de ódio a alunos impressionáveis em
uma época em que o antissemitismo está em ascensão nos campos universitários.
Alunos que merecem ouvir apresentações objetivas de todos os lados dessas
questões importantes e chegarem às suas próprias conclusões. Permitir a Hill
continuar apresentando o mundo como ele o vê e moldar mentes jovens é irresponsável.
Da mesma
forma, o Hamas tomou este voto da Assembleia Geral como uma permissão do mundo
para sua violência e terrorismo e veremos muito mais deles daqui para frente.
Parece que a
falta de vontade de aparecer do lado de Israel ainda é algo que une países e
antissemitas do mundo que podem discordar em todo o resto. Talvez seja difícil
vermos ainda em nossas vidas uma derrota para os palestinos na ONU. Trazer a
verdade à tona, parar de minimizar atos de terrorismo rotulando-os de
“resistência”, acusando seus perpetradores por nome, isto sim, seria um grande
acontecimento histórico.
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