Sunday, December 9, 2018

O Novo Antissemitismo e Sua Influencia na Mídia - 09/12/2018


Na semana passada falei sobre a arrogância e desaforo do Hamas que enviou uma carta à presidente da Assembleia Geral da ONU pedindo que a organização reconhecesse o direito do grupo terrorista a continuar a aterrorizar Israel. Esta carta foi em antecipação a uma resolução submetida pelos Estados Unidos e votada na última quinta-feira, condenando o lançamento indiscriminado de mísseis pelo Hamas sobre Israel. Especificamente, a resolução condenava ainda a incitação à violência e o uso dos recursos em Gaza para a construção de tuneis de infiltração e a fabricação de mísseis. 

Uma resolução como esta parece mais do que razoável e esperaríamos que fosse aprovada com uma margem maior do que os 2/3 necessários.

Mas não na Assembleia Geral da ONU! Neste organismo (não vou chamar isto de organização) a resolução conseguiu um pouco menos da metade dos votos. Foram 87 a favor, 58 contra e 32 abstenções.

O Brasil, pela primeira vez votou a favor da resolução condenando o Hamas. Talvez como tentativa de redenção por seu voto a favor de seis resoluções condenando Israel aprovadas em novembro.

A sessão deste ano da Assembleia Geral refletiu exatamente o que se passa a cada ano. São 20 resoluções condenando Israel e outras 6 resoluções condenando outros países como os direitos humanos no Irã, a guerra civil na Síria, direitos humanos na Coreia do Norte e em Myanmar, uma resolução contra a Crimeia e outra contra o embargo americano à Cuba.  Nenhuma resolução sobre a situação catastrófica no Iêmen ou na Venezuela. Nada sobre os direitos humanos na China, Paquistão, Turquia – o país com mais jornalistas presos do mundo e outros. Absolutamente nada.

É claro que o Hamas comemorou o resultado. Seus líderes agradeceram a organização e declararam que o voto foi uma vitória e que a resistência armada contra Israel irá continuar.

O que difere esta votação das outras é que no último ano muitos países do Oriente Médio e da África têm sido obrigados a lutar contra grupos extremistas. Isso inclui grupos que usam os mesmos métodos que o Hamas. Mas parece que isto não é suficiente para que estes estados comecem a romper uns com os outros sobre a questão palestina na ONU. O Egito, por exemplo, tem reprimido a Irmandade Muçulmana que tem laços com o Hamas. A Arábia Saudita declarou o Hamas um grupo terrorista em agosto de 2017, mas também votou contra a resolução.

Parece que quando se trata de uma condenação na ONU, esses estados, com o apoio da Liga Árabe e da OLP, veem uma condenação do Hamas como uma condenação dos palestinos.

Mesmo suas inimigas, a OLP e a Autoridade Palestina que impuseram as mais duras sanções contra o Hamas há mais de um ano, elogiaram o fracasso da resolução, declarando que não consideram nenhum grupo de resistência palestino como terrorista. E aí temos novamente a palavra “resistência” sempre utilizada para justificar ou substituir a palavra “terrorismo”.

Outro que usou a palavra frequentemente foi o comentarista Marc Lamont Hill que foi despedido da CNN esta semana por um discurso antissemita no qual exigiu a destruição do Estado de Israel. E aonde foi isso? Na ONU.

Ao se ver na rua, Hill emitiu um rápido e muito falso “pedido de desculpas” por ter exigido uma Palestina “do rio para o mar”. Mas neste pedido esfarrapado, em vez de mostrar onde ele estava errado, ele acabou fortalecendo ainda mais sua posição absurda. Ele disse que não queria a destruição de Israel - mas estava simplesmente defendendo a solução de um único estado – de apenas um estado palestino - que ele acredita promoverá a “justiça” na região!

Ele nunca expressou preocupação sobre o que tal solução faria para os moradores judeus das fronteiras antes de 1967, que também vivem entre o Jordão e o Mediterrâneo. Em sua "desculpa", ele reiterou tudo o que Israel fez para "oprimir" os palestinos, nunca atribuindo qualquer responsabilidade aos árabes palestinos da Judeia, Samaria ou de Gaza. É uma visão unilateral do conflito profundamente antissemita, pois atribui direitos somente àqueles que não são judeus.

A falsidade dele também está no fato dele ter dito que passou a vida se opondo ao antissemitismo, quando há dezenas de declarações, citações e discursos dele que mostram um antissemitismo e anti-israelismo mordaz.

Mas apesar de ter sido demitido da CNN, Hill continua a ser professor na Universidade de Temple, onde a sua nomeação foi reafirmada logo após o seu "pedido de desculpas". Sua total falta de preocupação com os direitos dos judeus e seu suposto “choque” pela resposta que seu chamado de uma Palestina “do rio para o mar” gerou, deveria desqualificá-lo do ensino. E a universidade deveria ter vergonha de tê-lo em seu quadro de professores quando há tantos judeus que lá estudam.

O resultado da sua nomeação será o mesmo que o resultado da votação contra o Hamas. Hill continuará a espalhar sua retórica cheia de ódio a alunos impressionáveis em uma época em que o antissemitismo está em ascensão nos campos universitários. Alunos que ​​merecem ouvir apresentações objetivas de todos os lados dessas questões importantes e chegarem às suas próprias conclusões. Permitir a Hill continuar apresentando o mundo como ele o vê e moldar mentes jovens é irresponsável.

Da mesma forma, o Hamas tomou este voto da Assembleia Geral como uma permissão do mundo para sua violência e terrorismo e veremos muito mais deles daqui para frente.

Parece que a falta de vontade de aparecer do lado de Israel ainda é algo que une países e antissemitas do mundo que podem discordar em todo o resto. Talvez seja difícil vermos ainda em nossas vidas uma derrota para os palestinos na ONU. Trazer a verdade à tona, parar de minimizar atos de terrorismo rotulando-os de “resistência”, acusando seus perpetradores por nome, isto sim, seria um grande acontecimento histórico.


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