Sunday, May 22, 2022

A Visita de Biden a Israel - 22/05/2022

O presidente americano Joe Biden anunciou que viajará para Israel no final de junho ou começo de julho. Uma das visitas que ele quer fazer é a um hospital em Jerusalem Oriental sem uma escolta israelense, mandando uma clara mensagem que ele não reconhece a cidade santa como a capital unificada do Estado judeu. Como durante o governo Obama, nada de bom pode advir de uma visita deste presidente americano a Israel.

Embora seu governo papagueie declarações sobre o importante vínculo entre os Estados Unidos e Israel, muitos de seus membros têm uma afinidade doentia com os inimigos de Israel. O Partido Democrata de Biden inclui entre suas fileiras políticos que por sua vez repetem a mensagem sobre a necessidade de israelenses e palestinos “voltarem à mesa de negociações” com o objetivo de alcançar uma “solução de dois estados”. Ou são de uma ignorância imensurável, ou eles sofrem de uma amnésia completa sobre o processo de paz.

Esta é uma condição cujo sintoma principal é esquecer ou ignorar as repetidas concessões israelenses, todas elas precedidas e seguidas por um aumento dos ataques terroristas palestinos. As pessoas que sofrem desse distúrbio apontam para a “ocupação da Palestina” por Israel após a Guerra dos Seis Dias de 1967 mas não se manifestam sobre os mais de 30 ataques terroristas de antes de 1967 ao custo de 57 vidas, entre elas 3 crianças, quando ainda não havia tal “ocupação”. Eles continuam a abrigar a noção ridícula de que o conflito está enraizado numa disputa territorial e se apegam à fórmula fracassada de “terra pela paz”. É só perguntarem para os índios americanos ou brasileiros o que esta fórmula trouxe a eles...

Mas o partido preferido pelos judeus americanos também contém anti-semitas declarados. Esses radicais nem mais se incomodam em acrescentar a cansada advertência sobre as críticas legítimas a Israel. Eles vão direto para a jugular, sem esconder sua oposição ao direito dos judeus à sua autodeterminação em sua terra ancestral. A congressista Rashida Tlaib é um excelente exemplo. A representante do Estado de Michigan de pais palestinos acusa Israel do pecado original e perpétuo.

Para justificar esse ódio, ela e seus companheiros da chamada “Esquadra” vomitam veneno distorcendo a história e os eventos atuais. Embora este seja o material que o Hamas, a OLP, o Jihad Islâmico e o ISIS usem, Tlaib é uma legisladora eleita para o Congresso Americano. E ela está no Congresso somente para espremer o que pode contra Israel. Seu último ato de agressão foi uma resolução que ela apresentou no início da semana em homenagem ao 74º aniversário da “Nakba”, a “catástrofe” do estabelecimento de Israel.

Em seu discurso, ela afirmou que cerca de “800 mil palestinos tinham sido forçados a deixar suas casas, seus bairros destruídos durante o violento horror da Nakba”. Primeiramente, este número de 800 mil foi roubado dos judeus que sim tiveram que fugir dos pogroms nos países árabes que seguiram a declaração de independência de Israel. Claro que houve árabes que saíram de suas casas, o número está entre 400 e 500 mil mas eles o fizeram por pressão dos governos árabes para que saíssem, prometendo jogar os judeus ao mar para depois eles voltarem. Além disso, mais de 250 mil entre eles foram para a Judeia e Samaria e Gaza que estavam sob domínio Jordaniano e Egípcio.

Mas as mentiras de Tlaib sobre 1948 não estariam completas, é claro, sem uma referência venenosa sobre o presente. Chamando a morte da correspondente da Al Jazeera Shireen Abu Akleh no fogo cruzado entre as forças da IDF e terroristas palestinos de um “assassinato” por Israel, ela disse que o incidente “deixou muito claro [que] a violência e os crimes de guerra são uma constante e sempre presentes estão os ataques à existência e humanidade do povo palestino. A limpeza étnica em curso do governo do apartheid israelense busca degradar a humanidade palestina e quebrar a vontade do povo de ser livre.”

Essa “catástrofe”, ela afirmou – em uma frase desconexa e cheia de erros de pontuação e gramática – “não terminou em 1948 e continua até hoje na forma do roubo contínuo de terras palestinas por Israel para assentamentos ilegais e comunidades palestinas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, a destruição de casas palestinas e terras agrícolas, a revogação de direitos de residência, deportações, ataques militares brutais periódicos que resultam em vítimas civis em massa, como o que ocorreu em Gaza no verão de 2014 e primavera de 2021, e a negação do direito legal internacionalmente reconhecido de retorno de milhões de refugiados palestinos apátridas”.

Quem escuta Tlaib pensa que a situação dos palestinos é pior que a dos ucranianos hoje.

Biden ainda não comentou sobre essa farsa. Talvez a imprensa esteja com muito medo que ele faça mais uma de suas gafes para solicitar uma opinião. De qualquer forma, Biden está nervoso desde o início com o poder desproporcional e a pressão que fazem os “progressistas” barulhentos do seu partido.

E é por isso que ele resolveu apaziguar Tlaib exatamente um ano atrás, no meio da Operação Guardião dos Muros, a guerra de Israel contra os terroristas do Hamas em Gaza. Ela o interceptou quando ele desembarcava em Michigan para visitar a fábrica de caminhões da Ford. Na ocasião ela repreendeu Biden por ter expressado “seu firme apoio ao direito de Israel de se defender contra ataques indiscriminados de mísseis. [e] elogiando os esforços para lidar com a violência intercomunitária e trazer calma a Jerusalém”. Ela também acusou Biden de “tomar ordens de Netanyahu” durante o conflito e exigiu que a administração condenasse Israel.

Ele poderia tê-la lembrado, ainda que timidamente, que sua conversa com Netanyahu incluía um pedido de cessar-fogo. Em vez disso, ele prestou homenagem a ela durante sua palestra na fábrica da Ford.

Atropelando seu primeiro nome, se referindo a ela três vezes como “Rashid”, ele anunciou: “Quero dizer a você que admiro seu intelecto; admiro sua paixão; e admiro sua preocupação com tantas outras pessoas. E do meu coração, rezo para que sua avó e sua família [na Autoridade Palestina] estejam bem, e prometo que farei de tudo para que eles estejam na Cisjordânia. Você é uma lutadora, e obrigado a Deus por ser uma lutadora.

A ironia é inescapável. Apesar dos muitos movimentos de Biden para reverter a política de Trump de responsabilizar a Autoridade Palestina por sua intransigência e fechar os olhos para os “pagamentos para matar”, ele não consegue apaziguar pessoas como Tlaib porque menciona que Israel é uma aliada dos EUA.

Tampouco Biden será capaz de satisfazer a busca dela pela “libertação da Palestina, do rio [Jordânia] ao mar [Mediterrâneo]” – quer dizer, com a eliminação do estado judeu do mapa – advertindo o governo israelense por ter aprovado planos para construir umas 4 mil unidades habitacionais nas comunidades da Judéia e Samaria.

Se Biden pensa, que Tlaib ficou feliz por exemplo, com a advertência de seu Departamento de Estado contra a expansão dos assentamentos, dizendo que ela “exacerba as tensões, mina a confiança entre as partes e prejudica profundamente as perspectivas de uma solução de dois Estados”, ele está se enganando.

E se Israel pensa que anunciar a aprovação da construção de pelo menos mil casas palestinas adicionais será suficiente para aliviar as condenações da Casa Branca, ela está enganada.

O resto de nós entende que seria preferível para Israel e para os Estados Unidos se Biden cancelasse sua viagem.


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