O presidente americano Joe Biden anunciou que viajará para Israel no final de junho ou começo de julho. Uma das visitas que ele quer fazer é a um hospital em Jerusalem Oriental sem uma escolta israelense, mandando uma clara mensagem que ele não reconhece a cidade santa como a capital unificada do Estado judeu. Como durante o governo Obama, nada de bom pode advir de uma visita deste presidente americano a Israel.
Embora seu governo papagueie declarações
sobre o importante vínculo entre os Estados
Unidos e Israel, muitos de seus membros têm uma afinidade
doentia com os inimigos de Israel. O Partido Democrata de Biden inclui entre suas fileiras políticos que por sua vez repetem a mensagem sobre a
necessidade de israelenses e palestinos “voltarem à mesa de negociações” com o
objetivo de alcançar uma “solução de dois estados”. Ou são de uma ignorância imensurável, ou eles sofrem de uma amnésia completa sobre o processo de
paz.
Esta é uma
condição cujo sintoma principal é esquecer ou ignorar as repetidas concessões
israelenses, todas elas precedidas e seguidas por um aumento dos ataques terroristas palestinos. As pessoas que sofrem desse distúrbio apontam para
a “ocupação da Palestina” por Israel após a Guerra dos Seis Dias de 1967 mas não se manifestam sobre os mais de 30 ataques
terroristas de antes de 1967 ao custo de 57 vidas, entre elas 3 crianças, quando
ainda não havia tal “ocupação”. Eles continuam a abrigar a noção ridícula de que o
conflito está enraizado numa disputa
territorial e se apegam à fórmula fracassada de “terra pela paz”. É só perguntarem para os índios americanos ou
brasileiros o que esta fórmula trouxe a eles...
Mas o partido preferido pelos judeus americanos também
contém anti-semitas declarados. Esses
radicais nem mais se incomodam em acrescentar a cansada advertência sobre as
críticas legítimas a Israel. Eles vão direto para a jugular, sem esconder sua
oposição ao direito dos judeus
à sua autodeterminação em sua terra ancestral. A congressista Rashida Tlaib é um excelente exemplo. A representante do
Estado de Michigan de pais
palestinos acusa Israel do pecado
original e perpétuo.
Para
justificar esse ódio, ela e seus companheiros da chamada “Esquadra” vomitam veneno distorcendo a história e os eventos
atuais. Embora este seja o material que o Hamas, a OLP, o Jihad Islâmico e o ISIS usem, Tlaib é uma legisladora eleita para o Congresso Americano. E ela está no Congresso somente para espremer o que pode contra
Israel. Seu último ato de agressão foi uma resolução que ela apresentou no início da semana
em homenagem ao 74º aniversário da “Nakba”, a “catástrofe” do estabelecimento
de Israel.
Em seu discurso, ela afirmou que cerca de “800 mil
palestinos tinham sido forçados a deixar suas casas, seus bairros destruídos durante
o violento horror da Nakba”. Primeiramente, este número de 800 mil foi roubado
dos judeus que sim tiveram que fugir dos pogroms nos países árabes que seguiram
a declaração de independência de Israel. Claro que houve árabes que saíram de
suas casas, o número está entre 400 e 500 mil mas eles o fizeram por pressão
dos governos árabes para que saíssem, prometendo jogar os judeus ao mar para
depois eles voltarem. Além disso, mais de 250 mil entre eles foram para a
Judeia e Samaria e Gaza que estavam sob domínio Jordaniano e Egípcio.
Mas as mentiras de
Tlaib sobre 1948 não estariam completas, é claro, sem uma
referência venenosa sobre o presente.
Chamando a morte da correspondente da Al Jazeera Shireen Abu Akleh no
fogo cruzado entre as forças da IDF e terroristas palestinos de um
“assassinato” por Israel, ela disse que o incidente “deixou muito claro [que] a
violência e os crimes de guerra são uma constante e sempre presentes estão os ataques à existência e humanidade do povo palestino. A
limpeza étnica em curso do governo do apartheid israelense busca degradar a
humanidade palestina e quebrar a vontade do povo de ser livre.”
Essa
“catástrofe”, ela afirmou – em uma frase desconexa e cheia de erros de
pontuação e gramática – “não terminou em 1948 e continua até hoje na forma do
roubo contínuo de terras palestinas por Israel para assentamentos ilegais e
comunidades palestinas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, a
destruição de casas palestinas e terras agrícolas, a revogação de direitos de residência, deportações,
ataques militares brutais periódicos que resultam em vítimas civis em massa,
como o que ocorreu em Gaza no verão de 2014 e primavera de 2021, e a negação do
direito legal internacionalmente reconhecido de retorno de milhões de
refugiados palestinos apátridas”.
Quem escuta Tlaib pensa que a situação dos palestinos é
pior que a dos ucranianos hoje.
Biden ainda não comentou sobre essa farsa. Talvez a imprensa
esteja com muito medo que ele faça mais
uma de suas gafes para
solicitar uma opinião. De qualquer
forma, Biden está nervoso desde o início com o poder desproporcional e a
pressão que fazem os
“progressistas” barulhentos do seu partido.
E é por isso que ele resolveu apaziguar Tlaib
exatamente um ano atrás, no meio da Operação Guardião dos Muros, a guerra de
Israel contra os terroristas do Hamas em Gaza. Ela o interceptou quando ele
desembarcava em Michigan
para visitar a fábrica de
caminhões da Ford. Na ocasião ela repreendeu
Biden por ter expressado “seu firme apoio ao direito de Israel de se defender
contra ataques indiscriminados de mísseis. [e] elogiando os esforços para lidar com a violência
intercomunitária e trazer calma a Jerusalém”. Ela também acusou Biden de “tomar ordens de Netanyahu”
durante o conflito e exigiu que a administração condenasse Israel.
Ele poderia
tê-la lembrado, ainda que timidamente, que sua conversa com Netanyahu incluía
um pedido de cessar-fogo. Em vez disso, ele prestou homenagem a ela durante sua
palestra na fábrica da Ford.
Atropelando
seu primeiro nome, se referindo a
ela três vezes como “Rashid”,
ele anunciou: “Quero dizer a você que admiro seu intelecto; admiro sua paixão; e admiro sua preocupação com tantas
outras pessoas. E do meu coração, rezo para que sua avó e sua família [na
Autoridade Palestina] estejam bem, e prometo que farei de tudo para que eles
estejam na Cisjordânia. Você é uma lutadora, e obrigado a Deus por ser
uma lutadora.
A ironia é inescapável. Apesar dos muitos movimentos
de Biden para reverter a política de Trump de responsabilizar a Autoridade
Palestina por sua intransigência e fechar os olhos para os “pagamentos para
matar”, ele não consegue apaziguar pessoas como Tlaib porque menciona que
Israel é uma aliada dos EUA.
Tampouco Biden será capaz de satisfazer a busca dela pela
“libertação da Palestina, do rio [Jordânia] ao mar [Mediterrâneo]” – quer dizer,
com a eliminação do estado judeu do mapa – advertindo o governo israelense por ter
aprovado planos para construir umas 4 mil unidades habitacionais nas
comunidades da Judéia e Samaria.
Se Biden pensa, que Tlaib ficou feliz por exemplo, com
a advertência de seu Departamento de Estado contra a expansão dos
assentamentos, dizendo que ela “exacerba as tensões, mina a confiança entre as
partes e prejudica profundamente as perspectivas de uma solução de dois
Estados”, ele está se enganando.
E se Israel pensa que anunciar a aprovação da
construção de pelo menos mil casas palestinas adicionais será suficiente para
aliviar as condenações da Casa Branca, ela está enganada.
O resto de nós entende que seria preferível para
Israel e para os Estados Unidos se Biden cancelasse sua viagem.
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