Três dias após as comemorações do Dia da Memória do Holocausto, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em uma entrevista ao jornal italiano Rete 4, decidiu dar sua própria interpretação dos eventos do Holocausto. Respondendo à pergunta sobre como seu país pode alegar estar “desnazificando” a Ucrânia quando seu presidente, Volodymyr Zelensky, é judeu, Lavrov respondeu que "quando eles dizem 'que tipo de desnazificação é essa se somos judeus?' bem, pelo que sei, Hitler também tinha origem judaica, então isso não significa nada". Falando ainda mais sobre o antissemitismo, Lavrov disse: “Há muito tempo ouvimos os sábios judeus dizerem que os maiores antissemitas são os próprios judeus”. Em outras palavras, Lavrov acusou os judeus de seu próprio Holocausto.
Vamos
deixar as coisas claras: Hitler
não era judeu, não tinha raízes judaicas e judeus não mataram minha
tia-avó
e a família dela, inclusive o neto dela de 9 anos de idade, em Auschwitz. Os nazistas fizeram isso. O governo russo precisa pedir
desculpas aos judeus e à memória dos mortos. Isso foi uma coisa terrível e
imperdoável de dizer.
Sabemos que Israel tem interesses de
segurança sensíveis relacionados as suas operações na Síria
contra o Irã, que
precisam ser preservados ao lidar com o governo russo. Mas isso não significa que o ministro
das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, possa mijar em Israel, difamar todos
os judeus e distorcer
a história judaica afirmando que “Hitler tinha sangue judeu” ou que “os maiores antissemitas são os
próprios judeus”.
Não
foi por nada que o governo de Israel revidou dizendo que “mentiras como essas,
que visam culpar os
próprios judeus pelos crimes mais terríveis da história cometidos contra eles, são
usadas somente para
liberar os opressores e assassinos de judeus de sua responsabilidade”.
Esse truísmo certamente se aplica ao
estado moderno e soberano dos judeus, o Estado de Israel. Outros países podem
discordar legitimamente das políticas promulgadas em Jerusalém, mas Israel nunca deve permitir que outros
países a tratem como
escória.
Mas
infelizmente, isso acontece todos os dias.
Sabemos que a União Europeia é o maior
parceiro comercial de Israel e que alguns líderes europeus dizem se preocupar com sua prosperidade e a segurança. Mas
isso não significa que seja admissível que a UE adote as grandes mentiras palestinas sobre as
ações “inaceitáveis” de Israel, ou o uso de força “excessiva” e “violações do
status quo” no Monte do Templo. Tampouco Israel deve tolerar declarações
enganosas e supostamente equilibradas pedindo a “ambos os lados” para desescalar a
intensidade do conflito.
Não há ambos os lados. Há o lado palestino que ataca e o lado israelense que se
defende. Israel
não pode aceitar
ser tratada desse modo. Especialmente quando
a maioria desses países europeus regularmente
vota contra
Israel na ONU em
resoluções patrocinadas por palestinos, que negam a história judaica em
Jerusalém, e defendem um acordo perigoso com o Irã que só irá
agravar a segurança de Israel.
Também
sabemos que o Reino da
Jordânia desempenha um papel importante na segurança da fronteira oriental de
Israel e que os reis jordanianos têm sido aliados na luta de Israel
contra os radicais islâmicos. Mas isso não significa que o primeiro-ministro jordaniano, Bisher
Khasawneh, possa sediciosamente saudar os arruaceiros palestinos “que orgulhosamente se
erguem como minaretes, arremessando suas pedras em uma saraivada contra os visitantes sionistas que profanam a mesquita de
al-Aqsa sob a proteção do exército israelense”.
Israel
não pode ficar calada quando sua própria segurança interna é ameaçada e no coração
de sua capital. Esta declaração do primeiro-ministro jordaniano foi ultrajante,
especialmente quando
lembramos que o reino é totalmente dependente de Israel para
sua água e eletricidade – e até sua estabilidade.
Ainda
sabemos que o corrupto e decrépito Mahmoud Abbas, líder da Autoridade
Palestina, permite um mínimo de coordenação de segurança com Israel e em
especial contra membros de Hamas. Mas isso não significa que ele
possa fomentar a violência dentro
de Israel repetindo a
mentira secular de que “Al Aqsa está em perigo” e “os sionistas estão
conspirando para explodir as mesquitas” no Monte do Templo. Abbas não pode sair
incólume depois de denunciar os pés “imundos” dos judeus que “profanam” os locais sagrados islâmicos e cristãos
em Jerusalém.
Tampouco Israel pode permitir que o presidente
palestino continue com sua desprezível política de “pagar para matar” – através da
qual Abbas paga salários mensais
a terroristas presos e às famílias de terroristas mortos durante ataques a Israel. E paga mais quanto
maior for a sentença ou mais horrendo for o ataque.
Israel deve imediatamente
denunciar quando tais
mentiras forem ditas e impor sanções enquanto tais políticas imorais permanecerem em vigor. Especialmente
quando o
insolente Abbas continua a ser totalmente dependente de Israel para sua própria
sobrevivência.
Todos
sabemos que em 1967,
depois da vitória da Guerra dos Seis Dias, quando Israel liberou e reunificou a
cidade de Jerusalem,
Israel cedeu algumas funções administrativas do Monte do Templo para o
Waqf, uma entidade religiosa muçulmana, com apoio da Jordânia. Mas isso não significa que Israel
deva permitir que arruaceiros palestinos e islâmicos radicais transformem o Monte em uma
base de operações hostis contra Israel, com a polícia usando luvas de pelica,
se é que o fazem, contra tal violência.
Também
não significa que Israel
deva tolerar ataques do Wakf e do movimento islâmico contra visitantes judeus
do Monte e judeus que rezam no Muro das Lamentações abaixo dele; ou vastos e ilegais
projetos de construção do Wakf que têm como único objetivo destruir séculos de tesouros arqueológicos
judaicos. Ao contrário, reafirmando a liberdade religiosa para
todos, Israel deve determinar que a livre oração de judeus, cristãos e outros no Monte do Templo deve ser
facilitada imediatamente.
Sabemos que é uma prioridade nacional de
Israel impulsionar a
melhor integração de árabes israelenses e beduínos na sociedade israelense –
por meio de programas de estímulo econômico e planos de ação afirmativa. Mas isso não significa que as
autoridades israelenses devam fechar os olhos para as gangues criminosas árabes
e beduínas que apedrejam ônibus e bombardeiam carros israelenses, bloqueiam estradas com pneus
em chamas na Galiléia e no Negev, vandalizam infraestruturas públicas, roubam energia elétrica e água das redes
públicas e roubam armamentos das bases do exército.
Israel deve responder com força e retomar o país dos
cartéis econômicos árabes e beduínos e das gangues criminosas que estão corroendo a soberania
nacional.
Tudo
isso e aí temos os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, que coloca
condições para a visita do presidente Biden como a suspensão das construções nas
cidades judaicas da Judeia e Samaria. Onde já se viu uma intervenção tão escandalosa
em assuntos internos de outro país?
À medida que Israel se aproxima dos
seus 75 anos de criação,
chegou a hora dela tomar uma posição mais dura com seus inimigos, com seus
amigos constantes e inconstantes e com seus adversários internos.
As políticas externas e domésticas de
Israel devem refletir respeito próprio e autoconfiança. Orgulho e
pragmatismo devem ser as âncoras da política israelense. E certamente, Israel
não deve admitir que ninguém a trate como um saco de pancadas.
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