Sunday, May 29, 2022

A Reunificação de Jerusalem - 29/05/2022

 

Há 55 anos, no terceiro dia da guerra dos seis dias, Israel conseguiu rechaçar as forças de ocupação jordanianas e libertou a cidade velha de Jerusalem, reunificando a cidade santa pela primeira vez em 19 anos e colocando-a sob um governo judaico pela primeira vez em 2 mil anos.

Hoje Israel comemora o Yom Yerushalayim, o aniversário da data hebraica em que soldados do Tsahal clamaram pelos rádios, Har Habayit Biyadenu! O Monte do Templo está em nossas mãos! Os dois mil anos de exílio, perseguições, preces, lágrimas e a ânsia por Jerusalem terminaram naquele minuto único. Estávamos de volta, tocando as mesmas pedras colocadas em seu lugar por nossos antepassados.  Fisicamente, o Estado de Israel foi estabelecido em 1948 mas espiritualmente, ele nasceu em 1967.  

Ninguém pode negar a magnitude desta reunificação. Deus nos deu o maior presente no final da guerra mais curta e milagrosa que Israel e o mundo já testemunharam. A guerra dos seis dias foi tão revolucionária e transformadora que, em muitos aspectos, foi mais importante do que 1948.

Vamos recapitular um pouco da história. Em 1947, o mundo votou na ONU pela partilha do que tinha sobrado da Palestina, depois que os ingleses deram 77% do território para a família saudita dos hashemitas para formarem seu próprio reinado. Dos 23% que sobraram, a partilha da ONU concedia 44% das terras ao estado árabe, incluindo todas as fontes de água e 1/3 da costa. 56% das terras designada ao Estado judeu era composto de 3 planícies (do Sharon, do Vale de Jezrel e o norte do Vale do Jordão). O resto era o deserto do Negev, uma região completamente não apropriada para a agricultura ou desenvolvimento urbano na época. Jerusalem ficaria internacionalizada. Mesmo assim, os judeus aceitaram estes 11.5% nestas condições para terem seu estado.

Na verdade o estado já existia. Na data da independência, Tel Aviv e os maiores kibbutzim tinham mais de 30 anos. O Hospital Shaare Zedek já existia há mais de 45 anos. A Universidade Hebraica de Jerusalem, o Technion, e outras instituições de alto ensino já tinham mais de 30 anos. Estações de tratamento de água e eletricidade operavam há mais de 25 anos. Esta votação ocorreu somente para acalmar a consciência do mundo após os horrores do Holocausto e, além disso, resolvia a feia questão dos indesejados refugiados judeus.

Os árabes não aceitaram e se prepararam para jogar os judeus ao mar. Eles não conseguiram. Tentaram novamente em 1956, e outra vez em 1967, e foram derrotados. O que eles não conseguem aceitar é que perder guerras têm consequências. Em 1967, os judeus voltaram ao corredor bíblico – para a faixa de terra que passa pelo coração de Israel e pelo coração da história judaica. Ela vai de Shechem ao norte, passa por Jerusalém, curva-se em direção a Beit Lechem e Hevron e finalmente chega em Be’er Sheva no sul. A história judaica, narrada no livro de Gênesis, surgiu nestas terras e hoje, longe de serem assentadores estrangeiros, os judeus voltaram a viver nas províncias da história judaica original.

Uma das maiores transformações trazidas pela Guerra dos Seis Dias e a libertação de Jerusalem, foi sobre a imigração. Até 67 a maioria dos judeus imigravam para Israel numa aliá de aflição – fugindo da perseguição na Europa e nos países árabes. Depois de 1967 - o efeito magnetizante de Yerushalayim, bem como a constante melhoria econômica de Israel acordaram os judeus de todo o mundo para a aliá de escolha, ouvindo o chamado da terra pedindo o retorno de seus filhos.

Outra transformação importante ocorreu no plano internacional. Antes de 1967, Israel era um pária diplomático. Apesar do amplo apoio concedido a Israel durante na ONU nos anos 40, Israel logo mergulhou no isolamento diplomático. Grande parte do terceiro mundo estava alinhado com os interesses árabes e o grande bloco comunista que dominava a Europa, China e partes da América Latina que rotineiramente demonstravam hostilidade diplomática em relação a Israel. Até 1967, com muitas poucas exceções, Israel estava sozinha para se defender de um lado do rio, contra o mundo inteiro que estava do outro lado. Depois da vitória de 1967 a posição de Israel entre as nações se transformou e só então os Estados Unidos começaram a fornecer armamento para Israel.

Um renascimento religioso judaico também começou em 67. As cenas lendárias de soldados israelenses tocando o shofar em pé no recém-libertado Kotel galvanizaram um povo inteiro. Testemunhar a intervenção explícita de D'us no processo histórico levou os judeus à uma reaproximação em massa das tradições e leis judaicas. Nos últimos 50 anos, Israel se tornou o epicentro do estudo da Torá. Além dos avanços na observância da Torá e halachah, Israel também testemunhou um renascimento do “tradicionalismo” entre a maioria dos judeus israelenses que se identificam como “masorti” ou tradicionais. Eles podem não aderir aos rígidos regulamentos da halachah, mas acreditam profundamente em D'us e no porquê de terem voltado à esta terra e à sua cidade santa.

E por tudo isso é que Israel comemora o dia de Jerusalem com uma enorme marcha de bandeiras que passa por toda a cidade e acaba no Kotel. Mas isso, aparentemente se tornou nos últimos anos, algo inaceitável para os muçulmanos. O Hamas prometeu atacar Israel se a marcha acontecer. Isso colocou todo o governo de Israel andando sobre ovos, mas ao final decidiram sabiamente autorizar a marcha.

É inaceitável, é ofensivo, que judeus recitem o Shemah que simplesmente diz, Escute Israel, D’us é nosso D’us, D’us é Um. Muito próximo do que eles dizem, “La ilaha il Allah” – Não há deus além de D’us. Ou que judeus se curvem em sinal de respeito quando passam pelo Domo da Rocha, que fica provavelmente sobre o local dos Santo dos Santos.

Imaginem que isso chegou nos tribunais e no domingo passado a Corte de Jerusalém decidiu que a simples recitação do Shemah e se curvar em respeito no Monte do Templo não é um ato de provocação. De fato, a Suprema Corte de Israel decidiu várias vezes a favor da oração de judeus e cristãos no Monte do Templo. O mais absurdo disto tudo é que o rei Abdullah da Jordânia, juntamente com o chefe da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas, condenou a decisão, alegando que poderia “destruir o sagrado status quo”.

Sejamos claros. Recitar versos ou curvar-se em um local sagrado não coloca ninguém em perigo. Na verdade, esta é a forma de comportamento esperada quando se visita um local sagrado. No entanto, aqui estão dois líderes que condenam uma decisão que permite que as pessoas orem em paz.

Ironicamente, quando centenas de muçulmanos encheram o Monte do Templo durante o feriado judaico da Páscoa, jogando pedras nos judeus abaixo, nem o rei Abdullah nem Mahmoud Abbas emitiram qualquer condenação. Como eles podem justificar e legitimar a violência e, ao mesmo tempo, condenar a oração pacífica?

Os muçulmanos podem se ajoelhar em direção à Meca, apontando seus traseiros para o Domo da Rocha mas isso não é desrespeitoso. Ou andar com sapatos nos tapetes da mesquita, levar centenas de pedras e fogos e jogar cadeiras e coquetéis molotov.

Como disse, guerras têm consequências para quem perde e uma delas é a perda da soberania sobre o território conquistado pelo vencedor. Israel tem que colocar um basta nesta palhaçada. Por que todas as nações não deveriam ter a liberdade de orar no Monte em paz?

Cinquenta e cinco anos é muito tempo. O comportamento dos muçulmanos prova que o lugar não é santo para eles. Assim, o Monte do Templo deve ficar sob a responsabilidade única de Israel. Só assim poderemos ouvir novamente os sons da santidade que emanam dele.

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