Thursday, August 5, 2010

1 de Agosto de 2010

Esta semana aqui nos Estados Unidos, o ganhador do Oscar Oliver Stone se juntou a Helen Thomas e a Mel Gibson, aumentando o número de anti-semitas que sairam do armário. Numa entrevista ao Sunday Times, Stone disse que Adolf Hitler tinha levado a pior e que através da dominação judaica da mídia os judeus aumentaram a importancia do Holocausto e arruinaram a política externa americana.

Como disse Caroline Glick do Jerusalem Post, é a primavera dos antisemitas que querem sair do armário.

Devido à barragem de críticas vindas dos círculos judaicos, na quarta-feira, o publicista de Stone emitiu um esclarecimento meia-boca. Ele não retirou sua declaração que “os judeus são um grande lobby nos Estados Unidos que trabalham duro. Ficam em cima de cada comentário. O lobby mais poderoso de Washington. Durante anos, Israel f.. os Estados Unidos em política externa".

Ele também não retirou sua declaração que "os judeus usam o Holocausto para controlar a política externa americana". Stone simplesmente disse que foi desajeitada sua afirmação de que os judeus fazem muito do Holocausto porque afinal das contas, os alemães mataram mais russos do que judeus.

Stone acredita que a prisão e exterminio de ¾ dos judeus da Europa não é um evento tão notável ou moralmente reprovável como as casualidades russas da Guerra.

Mas pior do que a demonstração de antisemitismo de Stone foi a maneira pela qual ela foi recebida. Por um lado, houve um silêncio atordoante da mídia. Por outro lado, houveram tentativas insistentes e repetidas para justificar suas declarações.

Fans do diretor de cinema inundaram os chats na internet dizendo que suas observações não eram racistas. Muitos concordaram com ele, que os judeus controlam a mídia e porque eles acreditam isto ser verdade, então o que ele disse é simplesmente o relato de um fato. Outros disseram que apesar do que Stone disse não ser exato, não há qualquer evidência de que ele odeia judeus e portanto, ele não é antisemita.

De qualquer forma, Patrick Goldstein do Los Angeles Times e muitos outros disseram que seria errado para Stone ser desacreditado por seus ataques contra judeus. Fico imaginando se Stone tivesse feito declarações sobre outros grupos como os negros, por exemplo, e dizer que eles destruiram a política externa americana, se estes jornalistas o teriam defendido.

Mas o antisemitismo tem regras diferentes dos outros ódios.

Stone e aqueles que o defendem não estão sós em sua atitude ou omissão para com os judeus. Eles são parte de uma nova moda.

Tomem a situação no porto de Malmo na Suécia. Já falei sobre o que acontece naquela cidade tomada por muçulmanos. Na última sexta-feira, anti-judeus explodiram bombas fora da sinagoga. As explosões vieram um dia depois de um poster com a ameaça de bomba ter sido colado na parede da sinagoga... pela segunda vez em uma semana.

Este é um lugar que os judeus estão abandonando rapidamente mas os suecos não querem reconhecer que há um problema de antisemitismo em sua cidade. Bjorn Lagerback, chefe da polícia em crimes involvendo racismo disse que as bombas eram de fato perigosas porque poderiam machucar os transeuntes.

Esqueça o fato que só as sinagogas em Malmo, não as igrejas, não as mesquitas, têm que ter proteção 24 horas por dia. Se nenhum outro grupo étnico é atacado, porque estes ataques não são condenados? A aceitação do antisemitismo tem alcançado proporções epidêmicas.

Em Amsterdam, judeus são atacados verbal e fisicamente o tempo todo. Mas a polícia holandesa tem problema em punir os anti-Semitas. Evelien van Roemburg, um conselheiro do Partido Verde disse que o uso pela polícia de pessoas vestidas como judeus para pegar os atacantes é por si só uma armadilha criminalmente punível pela lei.

E isto é na Europa e nos Estados Unidos. Em Gaza então nem se fala. Na sexta-feira passada, o discurso semanal na mesquita principal da cidade incluiu referencias a judeus como porcos e macacos e que os palestinos, inclusive as mulheres sem a permissão dos maridos (!!!), tinham o dever de fazer o jihad para liberar a terra palestina da imundice dos judeus. O povo mais imundo que D-us colocou na terra.

A conclusão de tudo isto é que a forma moderna de antisemitismo é o antisionismo. Os antisemitas não aceitam que seu anti-israelismo seja racista. Mas eles chegam a negar que ataques fisicos e verbais sejam antisemitas, então não há surpresa.

O sionismo é o movimento de libertação do povo judeu. Dizer que judeus, e só os judeus, não têm direito à liberdade e autodeterminação, é patentemente antisemita.

Alguns dizem que não são contra o nacionalismo judaico per se. Eles são simplesmente globalistas, anti-nacionalistas em geral. Mas o interessante é que estas pessoas são as que mais defendem o direito dos palestinos a um estado. Também é interessante que estes anti-nacionalistas universais tenham um termo especial para o anti-nacionalismo judaico, que é o antisionismo. Ninguém menciona ser anti-irlandês ou anti-kurdo.

Quando alguém se opõe ao nacionalismo irlandês, a conclusão óbvia é que ele ou ela não gosta do povo irlandês. Mas os antisionistas convenceram o mundo que sua oposição ao estado judeu não tem nada a ver com seus sentimentos para com os judeus.

Será? Vamos ver o exemplo da parlamentar inglesa Clare Short. Durante sua carreira política, Short se tornou uma ávida crítica de Israel, rejeitando seu direito de existir e castigando o estado como “brutal, sangrento, que sistematicamente anexa terras, destroi casas e implementa um sistema de apartheid contra os palestinos”. Mas os ataques de Short não pararam por aí. No final, como seus antepassados que culpavam os judeus por secas, chuvas, pragas e fogo, ela culpou Israel pelo aquecimento global!!

De acordo com ela, a insistência de Israel de continuar a existir causa uma obsessão nos Europeus que têm que condená-la e isto impede que os países do continente europeu possam se concentrar na emissão de carbono que acabará com a raça humana. Assim, será a culpa de Israel se o mundo cozinhar.

Outros procuram e conseguem sucesso com trabalhos anti-sionistas como o professor Juan Cole da Universidade de Michigan que escreveu “Dez Razões pelas quais Jerusalem do Leste não pertence a Israel”. Entre fatos históricos distorcidos, muitos inventados e outros mentirosos, Cole mostrou que para ser um bom anti-sionista é preciso negar a história judaica, negar que os judeus são um povo e portanto, negar seu direito à uma terra.

O próprio fato de que esta semana eu tenha sentido a necessidade de explicar porque o antisemitismo é antisemitismo e porque o antisionismo é antisemitismo é uma prova deprimente de que a história está completando o círculo e voltando para aonde estavamos na década de 30 quando os anti-semitas faziam sucesso com seu racismo.

O que faz o antisemitismo contemporâneo único são os esforços feitos por seus promotores para esconder sua própria existência. Sua motivação é clara. Fora do mundo muçulmano com seu antisemitismo aberto e genocida, a maioria dos antisemitas se auto-declaram liberais que deveriam se opor ao racismo e à discriminação. Para estas pessoas, esconder seu racismo é chave para continuarem a serem vistos como liberais esclarecidos.

E aí, aqueles como Oliver Stone publicam esclarecimentos. E Cole inventa a sua historia e os europeus culpam os judeus, e Israel e o Sionismo quando judeus dentro e fora de Israel são atacados e mortos. E hoje eu sinto muito ter escrito este programa porque ter que explicar porque o mal é mal para vocês ouvintes quer dizer que ele já triunfou.

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