Próximo da entrada do
cemitério de Ashquelon em Israel há cinco túmulos, cada um com uma bandeira de
Israel e uma fita negra de Yiskor. O túmulo do meio é de um adulto e a cada
lado dois túmulos menores. Uma mãe cercada por suas filhas, repousando eternamente
juntas da mesma maneira que morreram: nas mãos de terroristas palestinos.
No dia 2 de maio de 2004, Tali
Hatuel, então grávida de oito meses do primeiro menino da família, colocou suas
quatro filhas no carro e se dirigia para Ashquelon para um ultrassom quando seu
carro foi emboscado por dois terroristas palestinos que sem qualquer
misericórdia esvaziaram suas kalashnikovs a queima roupa sobre Tali, então 34
anos, Hila de 11 anos, Hadar de 9, Roni de 7 anos e Merav de apenas dois anos
de idade. Para finalizar atiraram no ventre de Tali para se certificarem que o
bebê também estaria morto. Cortesia do Jihad Islâmico. Hoje à noite Israel
comemora os que caíram em todas suas guerras e os inocentes assassinados por
terroristas. Nos últimos 13 anos, a cada Yom Hazikaron eu penso em Tali e suas
meninas, na promessa de cada uma, e na diferença que poderiam ter feito no
mundo. A vela acesa neste dia representa de maneira especial para mim estas
vidas perdidas pelo ódio, pelo antissemitismo.
Um antissemitismo que cresce a
cada dia, vindo não só do mundo islâmico, mas do ocidente. E um exemplo crasso
veio esta semana de não outro que o Ministro das Relações Exteriores da
Alemanha, Sigmar Gabriel. Em sua visita a Israel para participar das cerimônias
do Dia de Lembrança do Holocausto, o Ministro deveria se encontrar com Bibi
Netanyahu. Mas em vez do primeiro-ministro de Israel o ministro alemão resolveu
dar preferência para se encontrar com os representantes da ONG mais perniciosa
da história do Estado judeu.
Sob o pretexto de trazer à luz
ocorrências de violações do exército de Israel, a ONG “Quebrando o Silêncio”
diz que compila testemunhos anônimos de soldados que não podem ser comprovados
ou investigados e reporta estes “testemunhos” a seus patrocinadores europeus, o
maior entre eles, o governo da Alemanha. O objetivo claro desta ONG é
simplesmente o de sujar a imagem do exército mais moral do mundo, transformando
seus soldados em criminosos de guerra e fortificando a causa dos que odeiam
Israel. Uma organização condenada até pela esquerda de Israel.
Para o ministro do exterior da
Alemanha se encontrar com tais elementos depois de hipocritamente colocar uma coroa
de flores em Yad Vashem em honra de 6 milhões chacinados por seu próprio país, ilustra
a profundidade a que os líderes alemães desceram. Não é a primeira vez que
Gabriel expressa seu antissemitismo. Durante sua campanha para chanceler ele
escreveu em seu Facebook que “Israel é um regime apartheid para o qual não há
justificação”. A seu ver não há justificação para a existência de Israel.
O argumento que ele usou para
se encontrar com esta ONG marginal é que ele queria ter um retrato global do
que se passa em Israel. Isto é um insulto à nossa inteligência. Porque ele não
se encontrou com líderes árabes israelenses ou com partidos de oposição?? Imaginem
se Netanyahu, ao visitar a Alemanha, decidisse se encontrar com o grupo
terrorista Baden Meinhoff! Que informação poderia ele obter sobre a situação na
Alemanha??
Assim, na terça-feira passada,
Netanyahu decidiu dar um basta e adotar uma nova estratégia nas relações de
Israel com o Ocidente. Ou países autointitulados “amigos” tratam Israel com
respeito e de acordo com as regras internacionais de comportamento ou serão
tratados como críticos comuns e não mais terão acesso às autoridades do país.
A partir do final do século XX
a Europa e outros países do ocidente abandonaram seu morno apoio a Israel. A
partir de 1974, na esteira da improvável vitória de Israel na Guerra de Yom
Kippur, a hostilidade europeia tornou-se palpável na arena internacional. Em
2000, depois de Yasser Arafat ter implodido Camp David para dar inicio à sua
intifada, os Europeus começaram a expandir suas atividades para a esfera
interna de Israel massivamente patrocinando ONGs de esquerda e pró-arabe.
Milhões de euros jorraram para os bolsos de Shalom Achshav, ou Paz Agora,
Betselem, e também “Quebrando o Silêncio”.
Isto não quer dizer que os
Europeus afrouxaram seus esforços internacionais. Em dezembro do ano passado,
falei aqui sobre a resolução da UNESCO para deslegitimar a soberania israelense
sobre a Cidade Velha de Jerusalem, a primeira abstida pelos Estados Unidos de
Obama, mas votada a favor pelo Brasil.
Pois é. Apesar de todas as
condenações e vários países como o México e a Itália terem reconhecido que a
resolução era parcial e historicamente disparatada, pois negava o elo entre o
Muro das Lamentações, o tumulo de Raquel e o tumulo dos patriarcas em Hebron
com o judaísmo, a UNESCO irá submeter nesta terça-feira uma nova resolução
ainda pior que a de dezembro. Desta vez podemos contar com o voto contra dos
Estados Unidos e talvez da Inglaterra. Outros países europeus irão
provavelmente se abster, mas os dirigentes do Brasil, senhoras e senhores, irão
votar em seu nome, a negação do elo judaico e cristão com Jerusalem.
Explico: Ao citar o Monte do
Templo, aonde dois Templos judaicos existiram e aonde de acordo com os Evangelhos
Jesus pregou, a resolução usa apenas o nome islâmico Haram al-Sharif. Ao se
referir ao Muro das Lamentações ela usa o nome islâmico de Praça al-Buraq, o
nome do cavalo de Maomé. Quando nomes judaicos e cristãos aparecem, estão entre
parênteses. Como se o judaísmo e o cristianismo fossem apenas um parênteses na
história de Jerusalem. Seu nexo apagado e substituído por uma falsa narrativa
islâmica para objetivos puramente políticos.
Há já alguns anos que os palestinos
tentam reescrever a história para deslegitimar o Estado de Israel e a presença
de judeus na Terra Santa. Eles chegam ao cúmulo de dizer que nunca houve qualquer
Templo judaico em Jerusalem, apesar de todas as evidências históricas e
arqueológicas. Apesar do Muro das Lamentações e outras partes do Templo ainda
estarem de pé para todos verem. Afirmam que Jesus não era judeu, mas o primeiro
mártir palestino!
Há limite para deturpações e
mentiras com objetivo puramente antissemita. E o fato é que se Jerusalem não
tem qualquer vínculo com os judeus, ela também não tem qualquer vínculo com os
cristãos! Por esta lógica, Salomão não construiu o primeiro Templo, Neemias não
construiu o segundo, Jesus não esteve no Templo, não foi crucificado e não
ressuscitou. Enfim, de acordo com os árabes e muçulmanos toda a fé judaica e a
fé cristã são mentiras.
Um voto do Brasil reconhecendo
esta posição não é só ofensivo aos judeus e israelenses. Ela é extremamente
ofensiva a todos os cristãos, sejam eles evangélicos, católicos, espíritas ou
de qualquer outra denominação. Jerusalem e Sião estão mencionados 850 vezes na Bíblia
e mais de 142 vezes nos Evangelhos. Ela não está mencionada sequer uma vez no Alcorão.
O Itamaraty através da ONU,
não pode estar querendo destruir os laços judaicos e cristãos com Jerusalem deixando
os milhões de seus cidadãos órfãos espirituais. E para quê? Mais uma vez
pergunto: o que o Brasil ganha votando a favor de promotores de mentiras? Por
que o Brasil quer novamente entregar o berço da Bíblia para aqueles que
disseminam falsidades históricas e religiosas. Isso é inacreditável!
Esta nova resolução procura
enganar os menos avisados, parecendo conter linguagem mais branda. Ela inclui
uma pequena sentença que diz que o local é sagrado para as três religiões monoteístas.
E só.
No entanto, o que é importante
nesta resolução, não é o preâmbulo, mas sim o voto. E este reitera todas as
decisões anteriores sobre Jerusalem, inclusive a resolução de dezembro.
O fato dos europeus que conhecem
a história e a Bíblia terem se juntando neste esforço com os árabes, transpira
o antissemitismo. E o maior cinismo de todos é que esta votação ocorrerá nesta
terça-feira dia 2 de maio, dia da Independência do Estado de Israel e também do
assassinato de Tali Hatuel e suas filhas.
O Brasil está passando por
momentos muito graves. Rasgar a Bíblia e atacar a fé de milhões de seus
cidadãos não deveria ser sequer uma consideração neste momento. Em 1947 com
Oswaldo Aranha, o Brasil mostrou sua independência e soberania, liderando o
voto para a criação do Estado de Israel.
Gostaria de pedir aos ouvintes
que tomem a iniciativa e liguem, passem fax, deixem recado aos seus
representantes no Congresso e Senado, especialmente para os representantes da
bancada evangélica para exigir que o Brasil não vote a favor desta resolução
ofensiva e absurda. Há também uma petição no site do change.org iniciada por
Luis Milman.
Ao votar no próximo dia 2 de
maio, o governo deve lembrar que representa o povo brasileiro. E o povo
brasileiro em sua esmagadora maioria respeita a Bíblia e seus ensinamentos.
Mandem uma mensagem alta e clara que um voto a favor desta resolução nesta
terça-feira não será um voto em seu nome!
O que está acontecendo com as organizações internacionais e com os governos, deixando esses caras dominarem povos Cristãos que a raiz é judaica. Temos de nos juntar e orar pelo livramento desse grande mal.
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