Sunday, January 31, 2021

O Antisemitismo Galopante nos EUA - 31/01/2021

 Nos primeiros dias como presidente, Joe Biden gastou bastante tempo falando com líderes de outros países. Ele ligou para Boris Johnson em Londres, Angela Merkel na Alemanha e até para Vladimir Putin in Moscow.

Mas ao que parece, até agora, o líder do mundo livre não ligou para Benjamin Netanyahu. Não só Biden decidiu partir de vez com a tradição de ligar para os aliados da América em seus primeiros dias na presidência, mas isso já mostra uma tensão particular entre Biden e Israel. E nos dá uma ideia sobre as prioridades globais desta nova administração. E para o bem ou para o mal, Israel não está entre elas.

E talvez seja para o bem. Com claras diferenças de opinião sobre o Acordo Nuclear com o Irã de 2015, o melhor que Netanyahu pode esperar agora é que Biden foque em questões domésticas como a economia e COVID-19, e na Rússia e China na esfera internacional.

Em sua primeira semana, Biden assinou 25 ordens executivas para desfazer medidas de Trump. Apesar de prometer empregos, com uma assinatura ele acabou com 16 mil empregos diretos e outros milhares indiretos. Com outra ele acabou com os esportes femininos, pois atletas nascidos machos, mas que se “sentem” mulheres podem competir com as moças. Biden prometeu segurança mas com outra ordem mandou soltar centenas de criminosos que iriam ser deportados. Este governo agora não fala de igualdade mas de equidade. E a diferença é que os recursos do governo daqui para frente serão direcionados somente para as minorias. Para os negros, latinos, LGBTQ e outras. Se você é pobre, desempregado, mas teve a má sorte de nascer branco, azar o seu. Você tem o privilégio branco e assim, se vire.

E aí temos um aumento galopante do antissemitismo na América e pasmem, especialmente em Nova Iorque aonde vive a grande maioria da comunidade judaica.

Começando em abril do ano passado, o prefeito Bill de Blasio – que ficará na história como o pior prefeito que Nova Iorque já teve – apontou o dedo para a comunidade judaica como tendo o maior foco e sendo a maior propagadora do Covid-19 na cidade, acusação que ele repetiu em setembro. Outro que entrou neste barco de acusações contra os judeus foi o governador do Estado Andrew Cuomo afirmando que os judeus ultra-ortodoxos eram responsáveis por vários focos de covid no Estado.

E aí Bill de Blasio publicou seu plano de vacinação da cidade, alegando dar prioridade aos locais mais afetados pelo vírus. Um plano completamente racista, baseado nos grupos raciais da cidade de Nova Iorque no qual a comunidade judaica nem figura, apesar de ter sido apontada até agora como o pior foco desta pandemia.

É o antissemitismo vindo das instituições governamentais deste Estado. Algo que infelizmente não é novo. Vimos em 2019, antes do Covid, a violência contra judeus, em sua maioria por afro-americanos em Brooklyn, em Queens e em Jersey City aonde houve o massacre do supermercado casher, e em Monsey com o esfaqueamento do rabino em sua casa em Hanukah. De Blasio os ignorou estes ataques e quando prensado, disse que tinham sido cometidos por supremacistas brancos. Só que os antissemitas em Brooklyn são os afro-americanos e os árabes-americanos. Ninguém conhece supremacistas brancos em Brooklyn. Em outras palavras, os perpetradores são eleitores de De Blasio.

De 2020 e até agora, tanto o prefeito como o governador, continuaram a reforçar sua base com estas mensagens antissemitas. Os dois tem usado o antissemitismo abertamente, atacando os judeus, usando os ortodoxos como bodes-expiatórios, como propagadores do vírus, como criminosos contra a saúde publica, mandando fechar instituições judaicas, escolas, enquanto as outras são mantidas abertas, prendendo pessoas em enterros e outras coisas.

Mas eles continuam a faze-lo porque funciona para eles. E por isso, este antissemitismo vindo do topo não irá parar. Este prefeito, um homem nojento, horrível, viu que ir atrás de judeus lhe dá força política, e o mesmo com o governador, e é isso que está por detrás da política de vacinação aqui.

O inaceitável, o mais horripilante, é vermos os dois usarem o antissemitismo como instrumento político. Usando a vacina para alcançar uma mobilização política.  É o mesmo que vimos com os czares na Rússia e com os nazistas na Alemanha.

O outro aspecto, que não lida diretamente com o antissemitismo, mas com a verdadeira loucura da esquerda, é o CDC – o Centro de Controle de Doenças – o órgão do governo americano que institui todas as políticas de controle de enfermidades – dizer que a vacinação contra a Covid tem que seguir regras de Justiça Social. E o prefeito de Blasio, ao discriminar contra os brancos e judeus de NY com a sua política de vacinação racista, alegou estar seguindo o protocolo do CDC. Agora a vacina se tornou um instrumento político que permite a discriminação e a implantação de políticas racistas que não tem absolutamente nada a ver com a saúde publica. Como na Alemanha dos anos 30, o governo de NY agora está usando critérios contra nova-iorquinos indesejáveis invocando a saúde publica. E o CDC, um órgão federal, está ativamente discriminando a população branca dos Estados Unidos que é a maioria.

Assim, o antissemitismo está sendo usado na guerra da esquerda contra os brancos, que ela chama de privilegiados. Ela não tem a temeridade de acusar todos os brancos, mas os judeus brancos sim. A maioria dos judeus americanos são de origem europeia e portanto brancos. Ao instituir políticas racistas contra judeus sem qualquer penalidade – que é o que está acontecendo, nas universidades, escolas, e agora na política de saúde, sem qualquer oposição, é um pulo para instituir políticas contra todos os brancos. Mais uma vez o judeu é o canário da mina. Mas não todos.

A maioria dos judeus americanos são de esquerda e se calam ou pior, consentem. Inúmeros panfletos de escolas, clubes e associações judaicas agora promovem o judeu de cor. É tão estúpido! Ok. Eu sou judia sefaradi, mas minha pele é branca. E daí??? Associações judaicas agora publicam ter uma mulher judia negra em sua diretoria. Quem se importa?? Estas comunidades estão perpetrando a política de identidade de modo patético. E para quê? Para ser supostamente “aceito” por esta horda esquerdista? Isso não é como se defende a comunidade. Isso é como nos rendemos. Isso não é só uma tragédia, mas é indesculpável. Estas comunidades aceitaram os rótulos. Aceitaram o antissemitismo. Vestiram a carapuça e a internalizaram. Mas ainda somos judeus. Judeus brancos. É assim que Bill de Blasio e Andrew Cuomo nos veem. E é por causa disso que seremos os últimos a tomar a vacina junto com os outros americanos que tiveram a má sorte de nascerem brancos.

 

 

 

 

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