Ontem, aqui em Nova Iorque, dois
policiais foram assassinados, ou melhor, executados a sangue frio no seu carro
patrulha. Eles não tiveram nem tempo de empunhar suas armas. Um policial era de
origem chinesa e o outro latino. O assassino, um africano-americano, saiu da
cidade de Baltimore e dirigiu mais de 300 km para colocar “asas” nos “porcos”
como ele postou na sua conta no Instagram. Ele poderia ter matado dois
policiais em sua cidade, mas decidiu vir para Brooklyn aonde o Reverendo Al
Sharpton liderou protestos depois que dois africanos-americanos morreram em
confrontos com policiais brancos. Isto apesar de nos dois casos os policiais
terem sido absolvidos de qualquer conduta imprópria. Foi em Brooklyn que Al
Sharpton e os manifestantes gritaram: “o que nós queremos? Policiais mortos,
quando o queremos? agora”. Sharpton conseguiu o que queria.
Esta semana também vimos a
América capitular frente ao ditadorzinho da Coréia do Norte que não vê nada de
errado em manter sua população morrendo de fome enquanto vende reatores
nucleares para outros ditadorzinhos mundo afora. De acordo com o FBI o governo
da Coreia do Norte com o apoio de seu patrocinador a China, hackeou os
computadores da Sony. E-mails e informações pessoais foram publicadas junto com
uma ameaça: se a Sony distribuísse o filme A Entrevista, uma comédia sobre um
complô de assassinar o ditador da Coreia do Norte, haveria um outro 11 de
setembro na América. A Sony, após consulta com o Departamento de Estado
norte-americano, decidiu retirar o filme. Mais tarde, o presidente disse que a
Sony deveria tê-lo consultado, pois não é aceitável que a liberdade artística
seja tolhida. Acho que daqui por diante, o Presidente deveria enviar o número
do seu celular para todas as indústrias americanas.
O terceiro maior evento desta
semana foi a decisão de Obama de reatar as relações com os ditadorzinhos de
Cuba. Obama sabe mais que os 10 presidentes anteriores e todos os
cubanos-americanos que estão escandalizados com esta decisão. Assim, em troca
de criminosos cubanos que serão despachados de volta para a ilha, os Estados
Unidos poderão daqui para frente fumar charutos cubanos e ir passar suas
luas-de-mel em Havana, com o fez o prefeito de Nova Iorque anos atrás quando
ainda era proibido.
Mas porque todos estes fatos
são importantes? Porque isto mostra um padrão de conduta muito perigoso que
começa com este presidente americano, seus conselheiros entre os quais está Al
Sharpton, chegando até o prefeito de Nova Iorque Bill de Blasio que tem
criticado severamente a policia. Todos eles ativistas de esquerda, se mostram
muito mais confortáveis falando e apaziguando ditadores do que na presença de
aliados. Obama ficou tão feliz em trocar cartas com o Ayatollah que
praticamente acabou com as sanções contra o Irã. Agora ele resolveu repetir a
dose com Cuba. Isto sem qualquer negociação ou exigência de democratização ou
melhora nos direitos humanos e no tratamento dos que discordam do regime. Mas
seu desconforto é patente quando recebe Netanyahu ou mesmo o primeiro-ministro
da Inglaterra David Cameron ou da Austrália Tony Abbot.
Este padrão é perigoso porque
objetiva remover a proteção da sociedade ocidental em prol de um politicamente
correto que quer elevar os opressores do mundo ao nível dos líderes do mundo
livre. A mesma atitude existe com relação à presença da rede de mesquitas e
escolas da Irmandade Muçulmana nos Estados Unidos. Como pode a América lutar
contra o islamismo radical se ela se recusa a reconhecer sua ameaça?
Desde os ataques de 11 de
setembro, a América se concentrou em tratar os sintomas do islamismo radical,
mas o político correto nos impede de atacar a própria ideologia que é a causa
deste movimento. Há uma aversão total em todos os níveis do governo e da mídia
de associar terrorismo com qualquer coisa que seja islâmica.
E porque este medo? Por
exemplo, em 2009 quando o major Nidal Hasan matou 13 pessoas em Fort Hood no
Texas, o evento foi declarado “violência no trabalho”. Isto apesar de sua
comprovada associação com grupos terroristas e dele ter gritado repetidamente Alahu
Akbar durante o tiroteio.
Em 2012 um oficial sênior do
Departamento de Estado Americano anunciou que a Guerra ao Terrorismo tinha
chegado ao fim com a morte de Osama Bin Ladin. Esta administração ainda
acredita na falácia que eleições podem levar governos islâmicos ao poder,
reconciliando a doutrina islâmica com democracia.
O problema é que a democracia
é por si incompatível com o islamismo, pois sua base é a liberdade. Liberdade
de imprensa, de expressão, de reunião e principalmente liberdade de culto. Islamistas podem ganhar eleições de modo
democrático, mas a experiência mostra que após esta vitória todas as liberdades
são suprimidas. Obama e sua administração, não conseguem ver que democracia não
pode ser imposta instantaneamente aonde a opressão e falta de liberdades foram
instilados na população por gerações.
O mesmo ocorre com a
Autoridade Palestina. Apesar de tudo o que ocorreu com o desengajamento de Gaza,
todo o terrorismo vindo da Faixa, se houvessem eleições hoje, o Hamas ganharia
de longe. Isto apesar do grupo pregar o mesmo tipo de islamismo que o Estado Islâmico.
Mas no nosso mundo Orweliano,
politicamente correto, condenar o islamismo é ser imediatamente declarado anti-islâmico
ou islamofóbico. O absurdo desta posição
chegou ao ápice quando Obama declarou que as decapitações de infiéis pelo
Estado Islâmico nada tinha a ver com o islamismo! Como pode a América lutar
contra esta ideologia se se recusa a identificar seu próprio inimigo? A
resposta veio alguns dias depois quando um muçulmano decapitou uma americana
num supermercado no sul dos Estados Unidos.
É razoável esperar que os
muçulmanos moderados possam adotar os princípios democráticos num futuro próximo?
Infelizmente o ocidente tem muito pouco poder no Oriente Médio. Não conseguimos
ainda ter permissão de entrar com uma Bíblia na Arábia Saudita. Assim, nossos
objetivos devem ser realistas. Devemos nos concentrar em impedir a expansão do
islamismo radical no ocidente.
Primeiro não podemos ignorar a
radicalização das universidades e seus departamentos de estudos orientais
patrocinados pelos governos menos liberais do mundo. São deles que saem os
formadores de opinião. Precisamos também fazer uma limpeza dos imams que pregam
nas prisões, radicalizando uma população que já tem tendência a ser violenta.
Os Estados Unidos têm que
banir grupos como o CAIR e a Sociedade Muçulmana Americana que são grupos
declaradamente parte da Irmandade Muçulmana. Se acharem que este é só um
problema americano, estão errados. Membros destas irmandades estão sendo
plantados em todos os países do ocidente, especialmente na América do Sul e
precisamos estar alertas.
Vou aqui terminar com as
palavras do Rabino inglês Lord Jonathan Sacks sobre o milagre de Hanukah: Ele
disse que “através da história, povos odiaram em nome do D-us do amor,
praticaram a crueldade em nome do D-us da compaixão, mataram em nome do D-us da
vida, e fizeram a guerra em nome de D-us da paz. Nenhuma das grandes religiões
se isentou disso em algum momento ou outro. A hora chegou para dizermos basta”.
Se isso for politicamente incorreto... que o seja.
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