Na semana passada o Estado Islamico decapitou mais um inocente. Desta vez foi o japonês
Haruna Yukawa, um sonhador de um mundo melhor, que deixou a esposa e filho
recém-nascido para ir ajudar as crianças apanhadas em áreas de guerra. Seu
colega, Kenji Goto, um jornalista, foi forçado a mostrar a foto de Yukawa
decapitado ao seu lado e pedir por sua própria vida. Depois de tantas
decapitações a notícia do brutal assassinato de Yukawa nem chegou nas primeiras
páginas dos jornais. E sabem por quê?
Porque para o Presidente Obama e a mídia que o segue, a maior ameaça para
os Estados Unidos hoje não é o terrorismo. É o aquecimento global!!! Em seu discurso anual sobre o
estado de saúde da nação, esta foi sua grande declaração. Um discurso completamente surreal e perigosamente ingênuo.
Sobre sua política externa, ele listou seus “sucessos” como o
restabelecimento dos laços diplomáticos com Cuba e o fim das sanções contra o
Irã!
Ele disse que pela primeira vez em uma década, ele conseguiu parar o
progresso do programa iraniano e reduzir a quantidade de material nuclear. Que
até abril ele terá um acordo assinado com os mullahs que irá impedir o Irã de
adquirir uma arma nuclear. Ele ainda avisou que qualquer passo tomado por este
novo Congresso americano para impor novas sanções será vetado por ele.
Nada sobre o fato do Irã não ter até agora cumprido nem os acordos
interinos nem concordado com inspeções da Agência Internacional de Energia
Atômica a locais não aprovados por eles. Nada sobre o fato do Irã estar
comprando um sistema anti-mísseis da Russia que tornará inviável qualquer ação
militar contra suas usinas nucleares. Os mullahs não poderiam ter advogado
melhor!
Não, o aquecimento global é mais importante.
Obama foi para a Arábia Saudita para prestar condolências ao
governo sobre a morte do Rei Abdallah. Depois da desfeita de não ter aparecido
na manifestação em Paris ele não podia perder esta oportunidade de foto junto
com o resto dos líderes do mundo.
O novo rei Salman irá provavelmente continuar a mesma política imposta
por sei pai e seguida por seus meios-irmãos desde 1932. Isto quer dizer que
mulheres continuarão a não poder dirigir automóveis, não muçulmanos continuarão
a serem proibidos de exercer sua religião, direitos humanos e liberdade de
expressão continuarão a ser punidos e os salafistas, wahhabistas continuarão a
dominar os sistemas escolares e de segurança do país. Apesar deste triste
panorama, Obama e países europeus consideram a Arábia um aliado.
Durante esta visita, ninguém teve a coragem de mencionar o
caso do blogueiro saudita Raif Badawi, condenado a mil chibatadas e 10 anos de
prisão por expressar sua opinião. Afinal ninguém quis criar um incidente
internacional. Mas aí é que reside a hipocrisia. Duas semanas atrás todos estes
mesmos líderes de braços dados marcharam nas ruas de Paris pela liberdade de
expressão. Hoje eles choram e expressam condolências pela morte do rei que tolhia a liberdade de expressão e aumentou substancialmente a punição corporal, inclusive autorizando milhares de decapitações. Em agosto do
ano passado foi reportado que o reinado decapitou uma pessoa por dia!
A esposa e filhos de Badawi fugiram para o Canadá e disseram que as
chances de revê-lo vivo são muito pequenas. Este tipo de flagelação é tão
brutal que não pode ser administrada de uma vez. Badawi teve que ser hospitalizado
após as primeiras 50 chibatadas.
A imprensa internacional condenou a punição por algo que
no mundo civilizado é louvado. Mas o governo saudita tem mais medo dos
islâmicos - que querem ver a imposição literal desta lei medieval e ultrapassada
do Al-Corâo do que a opinião internacional.
Mas o presidente americano nos confortou dizendo que sua liderança conseguiu parar o avanço do ISIS se associando a outros países da Africa do
Norte e do Sul da Asia para negar um porto-seguro aos terroristas. Sério??
Nesta semana vimos o governo do Yemen, um outro aliado de Obama, se
desintegrar e ser tomado por milícias Houthis associadas com o Irã. Isto coloca
os mullahs nas portas do Mar Vermelho, efetivamente em controle da passagem
para o Canal de Suez. O Egito, a Arábia Saudita, a Jordânia e Israel dependem
desta passagem. Além disso, o Yemen está na frente do corno da África potencialmente
submetendo todo o continente à influência iraniana. O Yemen ainda é o local da
Al-Qaeda da Península Árabe, uma facção do grupo que se dedica principalmente a
ataques ao Ocidente. O terrorista do supermercado casher de Paris, Amedy
Coulibaly, reinvindicou o ataque em nome deste grupo que o teria financiado e
treinado. Este é um “sucesso” de Obama??
Mas é o aquecimento global que deixa o presidente acordado à noite.
E aí então temos a controvérsia gerada pelo convite do porta-voz do novo
Congresso, John Boehner ao primeiro ministro de Israel para vir a Washington e
falar aos representantes do povo americano.
Não é a primeira vez que Benjamin Netanyahu fala ao Congresso americano.
Da última vez ele recebeu mais aplausos que o presidente o que não ajudou o
relacionamento entre eles ou a diminuir a profunda antipatia pessoal de Obama
por Netanyahu. Mas a mídia esquerda americana e israelense não medem suas
críticas. Alguns dizem que Netanyahu quebrou o protocolo pois não coordenou com
a Casa Branca, outros dizem que ele aproveitou o novo Congresso e pelos
bastidores se fez convidar justo antes das eleições em Israel, etc., etc.
O fato é que Netanyahu não podia negar um convite do Congresso. São as
duas casas, o Senado e a Câmara que aprovam as ajudas militares a Israel. Mas o
Congresso também usou Bibi para mandar uma mensagem a Obama. Se o presidente
avisa que irá passar por cima dos representes do povo, eles também irão agir
sem coordenação com ele.
Bibi não deve, no entanto, pagar o preço por esta briga. Além disso,
como primeiro ministro, ele não poderia perder a oportunidade de mais uma vez
descrever os perigos de um Irã nuclear e desta política lunática de levantar as sanções.
Se com elas, o Irã estava correndo para a bomba, sem elas eles se precipitarão
para a reta final e aí será tarde demais.
Teremos então um bando de clérigos muçulmanos shiitas, que se auto apontaram
mensageiros do fim dos tempos, com presença no Iraque, na Síria, no Líbano, em
Gaza, no Yemen, sem falar da África e América do Sul, através da Hezbollah.
Isto tudo e a bomba atômica.
Mas como Obama diz: o perigo está no aquecimento global!
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