Esta semana foi marcada por mais uma controvérsia envolvendo Israel. Uma
iniciativa do partido do primeiro ministro Benjamin Netanyahu de passar uma lei
denominando Israel como um estado judeu gerou uma enxurrada de críticas não só
da esquerda israelense, mas surpreendentemente também pela Casa Branca, o
governo francês e jornais americanos como o The New York Times. Surpreendente
porque este é claramente um assunto interno de Israel e governos estrangeiros
não têm qualquer direito de se intrometerem. O argumento comum, usado por todos
é que esta lei iria afetar o caráter democrático de Israel. Já ouvi este
argumento antes. Aliás, toda ação tomada por Israel para se proteger e aos seus
cidadãos, é imediatamente rotulada de anti-democrática. O termo é jogado a esmo
de tal modo que fica aparente que estes críticos não sabem absolutamente nada
sobre democracia.
É dito que um país democrático é o que protege os direitos de suas
minorias. E nisso Israel é irrepreensível. Apesar de estar escrito na sua Declaração
de Independência que o Estado de Israel é o lar nacional do povo judeu, ele dá
direitos iguais a todos seus cidadãos. Sua lei básica – que hoje funciona como
Constituição – garante a dignidade humana, liberdade e tratamento igual a todos,
judeus e não judeus.
E porquê esta lei está sendo atacada tão duramente especialmente fora de
Israel? Por que ela obriga o mundo a reconhecer o direito de autodeterminação
do povo judeu e dá ao judeu da diáspora um outro status.
Hoje na diáspora, como em Israel, os judeus gozam de comunidades unidas,
fortes e ativas. Mas há uma diferença crucial: na diáspora o judeu pode ser discriminado,
atacado e abusado pelo único fato de ser judeu. Isto, até o massacre dos 4
judeus em Jerusalém há 10 dias atrás.
Pela celebrações que se seguiram em Gaza e nos maiores centros
palestinos na Judéia e Samária este ataque mostrou que judeus em Israel também
podem ser mortos por serem apenas judeus. As vítimas não eram “colonos” ou
“ativistas sionistas”. Eles foram mortos porque usavam seu uniforme de judeus:
o talit e o tefilin.
Este ataque comprovou que para os palestinos não há linhas vermelhas.
Para alcançar seu objetivo de erradicar a presença judaica do Oriente Médio
eles não se atém a nada, nem mesmo aos mandamentos do Corão. Neste final de
semana o jornalista turco Adnan Oktar publicou um artigo no qual ele disse que
de acordo com a Sura 22:40, os muçulmanos têm a obrigação de proteger
mesquitas, sinagogas e igrejas e que defender e comemorar a morte de judeus que
estavam rezando para D-us é diametralmente contra o espirito verdadeiro do
Islão. Mas a voz de Oktar é infelizmente a única entre os muçulmanos.
Israel nega, mas Abbas vem repetindo que este é um conflito religioso. Ele
sabe o que está dizendo. Os palestinos se dão conta – talvez mais do que os
judeus – que o único motivo para Israel existir neste local é religioso. A
tradição árabe, além de violenta e de perpetrar mentiras, preza acima de tudo a
terra e as origens da propriedade. É por esta razão que os palestinos fazem de
tudo para erradicar e negar qualquer evidência histórica da presença judaica em
Israel e usam de propaganda intensiva para demonizar os judeus como os odiados
por D-us.
Nesta sexta-feira última, o pregador muçulmano Ali Abu Ahmad, em seu
discurso na mesquita de Al-Aqsa disse que “os árabes querem um califado que irá
libertar Jerusalém dos judeus, as criaturas mais vis da terra”. Ele rezou “Oh
Allah, aniquile a América e sua coalisão. Oh Allah, permita-nos cortar suas
cabeças.” Notem que não há referência a israelenses, só judeus.
Os árabes se recusam a se
referir a Israel como um “estado judeu” porque ao faze-lo eles terão que
reconhecer a legitimidade do povo judeu à esta terra. De Hanan Ashrawi que é
cristã a Mahmoud Abbas, ao parlamento jordaniano, os árabes louvaram o
assassinato destes judeus religiosos como uma grande “vitória” dos “heróis”
palestinos em sua batalha para recuperar “terra roubada”.
A ironia aqui é que enquanto
os judeus têm um elo inquebrantável com esta terra, os chamados palestinos são
novos imigrantes vindos especialmente do Egito e da Arábia Saudita. Apesar de
suas tentativas de fabricar uma história de que eles são um povo antigo e indígena,
com uma língua e cultura distintas, não há qualquer evidência histórica ou
arqueológica da sua presença na Terra Santa.
Foi só quando os judeus
começaram a retornar a Sião no começo do século 20 e a reavivar a agricultura e
a economia que estavam desoladas que os árabes vieram em busca de trabalho.
Houve um influxo enorme de árabes durante o Mandato Britânico que chegou a ser
notado pelo presidente americano Roosevelt e por Winston Churchill. Este
influxo ocorreu em menos de três décadas. Os próprios palestinos em raros
momentos de franqueza reconhecem que não há algo como o “povo palestino”. Um
oficial sênior da OLP, Zahir Muhsein, disse numa entrevista em 1977 que “a
criação de um estado palestino é só um meio de continuação da luta contra o Estado
de Israel. Não há um “povo palestino”. Há só um povo – a nação Árabe – mas
somente por razões políticas e estratégicas falamos hoje da existência do povo
palestino”.
E é por isso que além de
aumentar a segurança em Israel, precisamos deixar bem claro a todo o mundo que
Israel é um estado judeu que existe na Terra Ancestral judaica.
E é também importante
proclamar em todos os fóruns, em Israel e na Diáspora que o fato de um judeu
morar em Israel não é somente uma declaração de afirmação nacional, mas é um
ato religioso do mais alto grau. Por dois mil anos os judeus rezaram para
Jerusalém, lembraram a cidade destruída pelo menos três vezes por dia todos os
dias da semana, em todos seus dias de festa e de luto. Junto com a cultura e
rituais, a Terra de Israel é o que mais define os judeus.
E se a esquerda israelense não
entende isso, ela não é diferente de toda a esquerda internacional que rejeita
o direito de Israel de existir, como Obama ou François Hollande que ameaçou
esta semana reconhecer o estado palestino sem negociações. Neste paradoxo
talvez seus ativistas deveriam procurar se mudar, quem sabe, para a França.
Quem sabe lá se sentiriam mais “judeus”.
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